…andámos dois ou três anos a jogar num estilo, e depois chega um com uma ideia completamente diferente, a dizer que a ideia dele contraria aquilo… então obviamente ficamos desconfiados… porque jogávamos assim e as coisas saíam. Mas com o passar do tempo e principalmente com os resultados, que é o que transmite confiança, os jogadores vão assimilando as coisas…
Pedro Santos
Chegou um treinador que pensou que ia inventar a pólvora
Alan, sobre Jorge Simão
No texto “O caderno desactualizado, o desmontar e o modelar“, abordei algumas questões relacionadas com as vivências e experiências dos jogadores que se herdam num plantel, e em como estes influenciam totalmente o tipo de caminho a seguir. Isto, quando não há condições para fazer como Marcelino Toral no Valência ou Pep Guardiola no City, que conseguiram trocar metade do plantel que herdaram por outra metade composta por jogadores competentes no estilo que preconizam, e que se juntaram aos valores da casa capazes de seguir e executar as ideias do treinador.
No Braga também sempre trabalhou assim e uma coisa que me impressionou foi ele desde a pré-época começar a trabalhar logo isso, desde o início, como queria que a equipa jogasse. E pronto, acho que ele tem melhorado e aperfeiçoado, à medida que vai subindo na carreira, e também vai tendo jogadores com outra qualidade e claro que o estilo de jogo vai sobressaindo cada vez mais com isso…
Pedro Santos
Elogios desmedidos a Paulo Fonseca. A curiosidade de também em “off” tantos mencionarem, tal como agora com Abel, Paulo Fonseca como um dos mais extraordinários treinadores de nacionalidade portuguesa, pela forma como preparam o seu modelo, e os seus jogos, sempre em cima de uma imensa qualidade de intervenção no processo de treino.
E a natural referência ao combustível mais importante ao triunfo ou insucesso de um treinador. A qualidade dos seus intérpretes. Sobretudo em tempos em que o equilíbrio táctico é dominante.
Mas, não foi sempre assim. Para quem acompanha o “Lateral Esquerdo” desde 2007, recordar-se-à dos mil e um textos com criticas ao jogar táctico de praticamente todas as equipas da Liga.
Em uma década, a evolução foi tremenda. Porém, não se pense que todo o mundo acompanhou. A forma como Pedro Santos descreve a MLS, é exactamente o ponto em que estávamos em Portugal quando o Lateral Esquerdo teve início:
É um bocado diferente. Em Portugal os jogos são muito mais tácticos, as equipas ficam fechadas para não dar espaços… Aqui não… é a correr o jogo todo… estar a ganhar 1 a 0 aos 90 minutos ou não, é igual. O estilo não muda, é sempre a correr, sempre a atacar…
Em termos ofensivos, diria que as equipas normalmente são boas, porque têm muitos bons jogadores e os treinadores querem um estilo ofensivo. Em termos defensivos é que noto muita diferença, porque não há muitos treinos defensivos. As linhas não são como em Portugal, em que os treinadores gostam que a linha seja sempre uma linha direita, com toda a gente alinhada na perfeição. Aqui não trabalhamos nada disso. A defesa sabe que tem de subir mas não há coordenação, não há trabalho nesse aspecto… aqui defende-se no combate físico e na correria
Pedro Santos
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