Roberto Fabián Ayala é outro caso (que faz os colegas serem melhores com o seu jogo). Ele roubava a bola ao nove da equipa rival… e, em vez meter fora, ele olhava para ti e, enquanto lhe tirava, entregava-me a bola no mesmo toque. Eu recebia fazia a assistência e saía na capa do jornal… Ele é que fazia de mim melhor… e esses jogadores não saem na capa do jornal. E há outros que têm ambos. Eles fazem de ti melhor e saem na capa do jornal. Mas esses são escolhidos… Digo-te dois: Riquelme e Messi.
Pablo Aimar
Em 2014, escrevia assim no “Lateral Esquerdo”, no texto:
Pensar como um dez. O passe que antecede a assistência, e o passe que antecede o passe que antecede a assistência. Tão importantes quanto a assistência. Mesmo que com menor notoriedade:
“Remato pouco porque procuro sempre a melhor opção. Penso sempre o jogo como um dez” Gaitán.
Curiosa a afirmação sobre as suas decisões com bola. Pensa sempre como um dez. É esta a diferença que temos apregoado desde o início do blog há seis anos atrás (2008), do futebol idealizado nas décadas passadas para o jogo moderno.
O pensar como um dez é uma óptima afirmação num sentido figurado. Na actualidade, todos os que pisam o relvado devem ter tal preocupação. Pensar como um dez. A cada momento em posse ao atleta cabe perceber qual o melhor caminho. Importante interpretar o “pensar como um dez” com o anterior “procuro sempre a melhor opção” e não como o pensamento … de procurar passes de ruptura e notoriedade a cada posse.
Os melhores laterais, os melhores centrais, os melhores trincos, os melhores avançados, os melhores extremos. Os melhores jogadores. Todos pensam como um dez. Se há quem esteja em melhor posição (mais dentro? menos oposição? mais espaço? mais tempo?) para receber a bola, esta tem de entrar lá.
Pensar como um dez, não é de forma alguma restringir a individualidade e ou criatividade. De facto, quem nos segue há bastante tempo percebe que o que está em causa não é o discordar com o drible ou com a iniciativa individual. Pelo contrário, tais iniciativas devem até ser estimuladas, desde que integradas num contexto colectivo.
Pensar como um dez é valorizar toda e qualquer acção que aproxime a equipa do golo e não procurar a notoriedade a cada toque. Não procurar ficar na ficha do jogo a qualquer preço. Mais do que qualquer outra característica a diferença dos grandes para os medíocres é a forma como privilegiam o sucesso colectivo independentemente da notoriedade pessoal.
Ainda vai dar um belo treinador o Pablito …
Vénia ao último dez… Juan Riquelme!
Ha 6 anos que o site têm o nome errado, devia ter sido o numero 10.. (ou será n10 a lateral esquerdo??)
Ps: E o Alan Ruiz??