É com alguma frequência que assistimos a ações de pressão feitas de forma individual. Muitos daqueles que pretendem pressionar em todo o campo, através de posicionamentos altos e agressivos, optam por utilizar a marcação individual como método defensivo. Fazem-no no meio campo ofensivo do adversário e, ao contrário do que possa parecer, são muitas as vezes em que alcançam o sucesso.
Todos sabem que valorizamos a proposta zonal. No entanto, entendo que existem momentos e situações onde esse método defensivo pode perder alguma eficácia. Falo sobretudo do valor da cobertura defensiva.
Fig.1) Exemplo de marcação individual no meio campo ofensivo;
A cobertura defensiva têm como função aumentar o número de jogadores entre a bola e baliza, de forma a dificultar a progressão nesse sentido. Exigimos cobertura a quem está na contenção para pudermos fechar uma possível linha de passe ao mesmo tempo que garantimos oposição no caso de o adversário conseguir driblar o nosso colega de equipa.
Quando os elementos da linha defensiva ou o guarda-redes têm bola, perto da sua baliza, existem algumas particularidades que podem ser importantes na definição do método defensivo a adotar. Sabemos que só existe fora de jogo a partir do meio campo. Existem 50 metros nas costas de quem pressiona e um segundo de liberdade pode fazer a diferença. É ainda relevante o facto de o guarda redes poder participar no processo ofensivo (aumenta a dificuldade para criar superioridade numérica!).
Percebendo isto, é hora de identificar o quão frequentes são as ações de drible realizadas por parte dos elementos da linha defensiva e se existe mobilidade nesse setor. Se quem está a realizar contenção nunca vai ser ultrapassado em drible e não existe mobilidade nos elementos mais recuados, a cobertura defensiva perde valor.
Nestes casos, optando por defender de forma zonal, é provável que o caminho para a baliza esteja melhor protegido. No entanto, é possível que as estações que permitem ao adversário chegar lá não estejam fechadas.
É por tudo isto que o condicionamento direto e individual de um opositor pode servir as pretensões de quem quer pressionar alto, longe da baliza que defende.
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