Benfica táctico – A estratégia que o guiou ao triunfo

FUTEBOL - Jonas, durante o jogo SC Braga vs SL Benfica, a contar para a 18 jornada da Liga NOS 2017/18, realizado no Estadio Municipal de Braga. Sabado, 13 de Janeiro de 2018. (VITOR GARCEZ/ASF) SC Braga vs SL Benfica - 2017/18

Na actualidade o desfecho de um jogo, passa muito pela individualidade, pelo modelo, mas também, e cada vez mais, pela estratégia. Estratégia definida como pequenas alterações ao modelo que nos permitem explorar pontos fracos e minimizar pontos fortes do adversário. É impensável nos dias de hoje seguir-se para jogo sem trabalhar os possíveis encaixes tácticos do mesmo. Na antevisão aos clássicos e derbys, referi-me à fase e ao momento do jogo em que se começa a definir a toada do mesmo, e o quanto importa estar bem preparado tacticamente para começar logo ai a definir o rumo do jogo. A primeira fase defensiva.

Na análise ao Benfica na Pedreira, publicada logo após o término da partida e ainda antes das conferências de imprensa, abordei logo a excelente estratégia de Rui Vitória para a partida na Pedreira, e como esta condicionou a saída para o ataque bracarense, acabando por proporcionar não somente dificuldades ofensivas à equipa de Abel, na forma como tentava ligar o jogo ofensivamente, como permitiu ao Benfica somar recuperações no meio campo ofensivo e sair em ataque rápido. Precisamente a forma como acabaria por definir não só a toada como o resultado do jogo.

 

Começou por definir toda a toada do jogo nos primeiros quarenta e cinco minutos da partida pela forma como condicionou na sua primeira fase defensiva, a construção de jogo ofensivo ao 3x4x3 do Sporting de Braga. Cervi tapava linha de passe de Esgaio, o defesa central direito, em organização ofensiva, para Bruno Xadas, Fejsa encostava no extremo quando este baixava para apoio frontal e Pizzi e Krovinovic controlavam médios bracarenses.

 

Na conferência de imprensa de Rui Vitória, falou-se de futebol! O treinador encarnado referiu precisamente aquilo que havia mencionado logo após o término do jogo, como estratégia e factor fundamental para condicionar o adversário:

O Braga tem um sistema que joga com uma linha de 4, outra de 4 no meio campo e 2 mais à frente, mas que quando está no seu processo mais ofensivo, roda a equipa e fica com uma linha de três mais no corredor central, que neste caso foi o Esgaio e os dois centrais. E portanto, nós tinhamos que condicionar aquele jogo. E como? Cada vez que cada um dos centrais tinha a bola e tinha que entregar quer ao Danilo quer ao Vukcevic, era sermos agressivos nessa pressão, e depois, conseguir bloquear a entrada da bola nos corredores, porque eles têm muita capacidade de cruzamento e criam muito perigo quer mais perto da baliza, quer mais longe, e fazem muitos golos assim. E nós anulamos quer a entrada de bola nos médios centro, quer no fecho dos corredores. Depois o Braga opta por uma outra estratégia que já estavamos preparados, que era conquistar as nossas costas com passes em profundidade… os meus jogadores estão muito bem trabalhados no sentido de tirar essa profundidade e controlámos esse espaço… portanto acabamos por reduzir as grandes virtudes do Braga. Nós pensámos nisto, nós implementámos, e os jogadores aplicaram na prática…

Rui Vitória

Na flash, Rui Vitória falou também da forma como os médios saltavam posições na sua primeira fase defensiva, para controlar a equipa bracarense.
Mas, na prática como se moveu a equipa encarnada na sua primeira fase defensiva?

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Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

13 Comentários

  1. Uma vez que o Benfica se encontra só a lutar pelo campeonato, com 5 dias de preparação para todos os jogos, terá mais facilidade do que Sporting e Porto na luta pelo título?

    Está a correr atrás dos pontos que já tem em desvantagem, mas com menos jogos será “mais fácil”? Ou Sporting e Porto estarão já mais preparados para essa luta este ano? Uma vez que a qualidade do plantel do Benfica diminuiu e o Sporting tem um plantel com mais opções e o Porto está com uma mentaldiade muito forte.

  2. O meu problema neste processo defensivo do Benfica é o flanco direito. Salvio raramente vem “atrás” defender após os 15 minutos do início de cada parte, guardando o esforço para o ataque. Neste novo esquema táctico montado por Rui Vitória (4-3-3), fica mais fácil disfarçar essa ausência do extremo benfiquista na defesa, visto que Pizzi/Fejsa descai para aquele lado no apoio a André Almeida.

  3. O Abel esteve o jogo todo a perder e tirou os 3 avançados durante o jogo: o Fábio Martins, o Xadas e o Paulinho logo depois do golo que marcou, deve ter sido castigo. O Abel não joga com o Teixeira, acha que é fraquinho.
    O Rosic sem qualquer pressão fez duas assistências para golo. Muitas assistências para golo por parte de defesas adversários tem o Benfica nos jogos fora do nosso campeonato. É pena que esta pressão não resulte contra os Basileias e CSKAs. Os guarda redes que defrontam o Benfica costumam ter dificuldade com bolas á figura e ontem aconteceu novamente. O Braga jogou bem num determinado momento: quando o jogo estava em 0:2 Nessa altura não se viu a genialidade táctica do Benfica e do Rui Vitória. Com o 2-1 voltou a pouca intensidade, os erros absurdos, os posicionamentos ridículos.

    • aqui fala-se de futebol….!!! e procura mesmo saber porque nao joga o joao teixeira, ja que nao era convocado algum tempo no braga….!!! 😉

      • O engraçado é que ele falou de futebol jogado. Apenas e só. Não falou de arbitragem, não falou de trafulhices. Apenas e só do futebol jogado (ou não jogado, da parte do Braga) em campo.

      • claríssimo. jogo comprado. alguém deste blogue trabalha no benfica. isto não é sério. se aqui se fala de futebol devia-se falar disto, uma vez que futebol não é wrestling.

    • Sairam 3 avançados e os que entraram eram o quê? Ah, espera, estás contra as saídas mas não contra quem entrou, ou seja, propunhas que o Braga jogasse com 14?

  4. Acho que é a primeira vez que vejo alguém a usar as expressões “estratégia” e “Rui Vitória” juntas numa só frase sem se desmanchar a rir!

  5. Tinha ficado com a impressão que o Jonas tinha caído mais vezes no Danilo (talvez pelo primeiro golo) mas afinal foram mais os médios. Ainda bem que há quem trabalhe.

  6. É verdade que o Benfica esteve bem no processo defensivo na primeira parte.
    Contudo ofensivamente foi uma equipa demasiado errática, das poucas vezes que não o foi deu golo.

    Apesar do Sálvio e Cervi terem estado nos golos e trabalharem muito e bem defensivamente não foram suficientemente criativos e desiquibradores ao ponte de materializar a posse em golo.

    O mesmo a dizer de Pizzi e Krovinovic. Equilibraram muito e desiquibraram pouco.

    Neste momento penso que esta a faltar um pouco isso no futebol do Benfica. Se melhorou a olhos vistos defensivamente o contrario se tem visto nas acoes ofensivas.

    Nota também para entrada tardia do Samaris

    E para a má abordagem tática do Abel.
    Até entrada do João Teixeira o Fejsa fez o que quis.

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