Curtas da final Taça da Liga

FUTEBOL - Bas Dost durante o jogo V Setubal - Sporting relativo a final da Taca da Liga. Estadio Municipal de Braga. Sabado, 27 de Janeiro de 2018. ASF/HELENA VALENTE V SETUBAL - SPORTING

A primeira conquista leonina na Taça da Liga, marcada pelo melhor resultado que a exibição da equipa do Sporting :

  • Pouca inteligência nas saídas em construção para explorar o espaço ou nas costas, ou ao lado da dupla de atacantes do Vitória. Com paciência e circulação, como fez, por exemplo, a Oliveirense, e teria chegado com bola mais limpa (isto é, enquadrado, e sem pressa ou correria) à segunda fase de construção para então poder ligar com as zonas de criação;
  • Incapacidade gritante para criar. Se teve dificuldades para chegar à criação de forma sucessiva, lá chegado, o Sporting não demonstrou argumentos para desmontar a última linha do Vitória de Setúbal;
  • Dificuldades inesperadas na transição defensiva, obrigaram Jorge Jesus a lançar Battaglia, como forma de “amarrar” o Vitória à sua rectaguarda. A segunda parte fica marcada pelo domínio acentuado do Sporting, pela forma como então, segurou a transição ofensiva da equipa do Sado, mas também pela forma pouco inteligente como entrou pelas zonas de criação até à finalização;
  • Destaque individual para Mathieu e Paciência. Foram os melhores da partida, e se o avançado não causou mais estragos, muito se deveu à qualidade do defesa francês. Mathieu, um dos poucos na partida que soube sempre ter critério e tentar ligar o jogo ofensivo do Sporting;
  • Mencionou a troca de espaço de Bruno Fernandes, que entrou na segunda parte para o corredor direito, para “dar conteúdo interior”. Fugiu aos “clichés” habituais nas mudanças – Meter alguém mais rápido, mais forte, com melhor drible para desequilibrar individualmente, e mexeu com a competência do Sporting nos momentos em que não se tinha imposto na primeira parte (organização ofensiva e transição defensiva). Não tendo sido uma exibição brilhante, Jorge Jesus do banco soube dar “passos” para conquistar a sua sexta Taça da Liga!
Sobre Rodrigo Castro 219 artigos
Rodrigo Castro, um dos fundadores do Lateral Esquerdo. Licenciado em Ed física e desporto, com especialização em treino de desportos colectivos, pôs graduação em reabilitação cardíaca e em marketing do desporto, em Portugal com percurso ligado ao ensino básico e secundario, treino de futsal, futebol e basquetebol, experiência como director técnico de uma Academia. Desde 2013 em Londres onde desempenhou as funções de personal trainer ligado à reabilitação e rendimento de atletas. Treinador UEFA A.

2 Comentários

  1. Jorge Jesus equivocou-se (e assumiu na conferência de imprensa) ao mexer demasiado na equipa no início do jogo. Colocou Montero que nunca se entrosou com os colegas e foi incapaz de pressionar. Ao Ruben Ribeiro foi retirado a única condição confortável neste Sporting que era jogar no lado esquerdo (onde está mais rotinado). Coloca no lado esquerdo o Ruiz que tem falta de ritmo. E com isto tudo obrigou o Bruno Fernandes a um desgaste tremendo a defender, atacar e complementar o trabalho do Montero, Ruiz e Ruben. Não poucas vezes o Bruno Fernandes entrou a na zona de Ruben Ribeiro para criar. O Vitória de Setúbal entrou a surpreender com uma linha alta de pressão com Gonçalo, João Teixeira e Costinha. Com o bloqueio ao William e desconexão absoluta do Sporting na frente, a primeira parte foi dum domínio absoluto do Setúbal. Jorge Jesus assumiu o erro e mexeu logo no início da segunda parte ao devolver os jogadores às suas posições mais confortáveis, embora ache que faria mais sentido devolver Ruben Ribeiro ao lado esquerdo, trocar Montero por Doumbia, retirar Brian Ruiz, colocar Battaglia e Bruno Fernandes no lado direito. Julgo que assim haveria muito mais equilíbrio. Contudo ao colocar os jogadores mais rotinados nas duas alas o Sporting cresceu e ainda foi a tempo de mostrar que tinha melhor equipa e mereceu ganhar. Três notas finais. Primeiro ficou provado que o Sporting tem graves lacunas ao nível das alas, porque ao sair somente o Gelson o Sporting durante 45min foi incapaz de ser eficaz nessa zona do campo. Segundo, acho estranho que um clube tradicionalmente formador como o Sporting aposte num jogador que não joga há 2 meses (sem contar que esteve numa liga fraca como é a MLS) e não aposte num dos tantos jovens da sua formação. Por fim destaque para a argúcia de Peseiro que apesar das limitações do plantel (foram evidentes pelas substituições muito tardias por falta de opções válidas e quando o faz é para entrar um jogador que já se arrasta) conseguiu anular uma das virtudes do Sporting: a saída de bola controlada a partir do William.

    • Eu não o diria melhor.
      Acrescento apenas que, como correu bem, quase nenhum reparo é feito mas que foi uma estratégia que não surtiu o efeito desejado lá isso foi.

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado.


*