VCI sem tráfego na visita do Ferrari ao Porto

A analogia de Carlos Carvalhal sobre a estratégia adoptada no jogo com o Liverpool foi mais do que perfeita.

Referiu-se a um Ferrari que não anda no tráfego de Londres.

Perfeita porque é precisamente de um Ferrari que se trata o estilo de jogo do Liverpool de Klopp. Uma equipa tremenda com espaço para correr.

Aproveitámos bem o contra ataque

Jurgen Klopp, no final da partida de ontem

O FC Porto não foi nunca capaz de retirar do jogo o momento em que os reds tão gostam de jogar. Falou do corredor central como passagem para evitar perdas em zonas proibidas, o treinador do FC Porto. Faltou, porém, equilibrar a equipa de forma diferente à que faz na realidade nacional. Se por cá os equilíbrios a dois têm sido suficientes (embora já na partida com o Sporting tenha por cá sido mencionado a quantidade de ataques rápidos prometedores que o FC Porto consentiu), num jogo contra uma das mais poderosas da Europa a sair após o roubo de bola, teria feito todo o sentido estrategicamente adaptar o posicionamento dos equilíbrios. Não somente para encurtar o espaço entre defesas e médios, mas sobretudo mudando o posicionamento em organização ofensiva dos laterais, para dar outras respostas na transição defensiva. Quis abrir o jogo, mantendo identidade, e foi abalroado.

No fundo, faltou criar um pouco mais de tráfego que não oferecesse ao Liverpool o tipo de jogo em que se sente totalmente confortável.

 

 

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Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

8 Comentários

  1. Mas até ao primeiro golo do Liverpool, o Porto foi até demasiado temeroso, adoptando um bloco medio-baixo e ofensivamente os posicionamentos eram mais conservadores. Foram esmagados por via do que justificas, mas antes disso já era evidente a superioridade do Liverpool. Eu focaria mais o ponto das escolhas dos jogadores do que a estrategia. Conceição tem feito algumas coisas bem, mas onde cada vez mais ele parece estar em perda, é na capacidade para avaliar a qualidade individual. Já existiam as ausências forçadas (Aboubakar, Danilo e Felipe são insubstituiveis ali…Reyes é muito macio para estas andanças e nunca será um central de eleição pela exasperante lentidão.Sobre os outros 2 nem preciso justificar). Some-se a isso a incapacidade para ver que Corona e Oliver são infinitamente superiores a jogadores como Marega e Oliveira e está quase tudo explicado. Marega, um monstro fisico, quando se depara com jogadores igualmente competentes do ponto de vista fisico acrescenta tanto à equipa como um equestre acrescentaria. Quando um treinador tem como jogador ofensivo de maior confiança, o jogador ofensivo “estrela”, alguem como Marega fica quase apresentado e tudo o resto parece cair em descrédito.

  2. E os “avançados” do Liverpool cometeram uma grande quantidade de erros técnicos e de decisão, se não o têm feito isto ia para números monstruosos.

  3. Boas Pedro, mas que alteração fazias relativamente ao posicionamento dos laterais? Eu penso que a quase constante superioridade numérica em corredor central e na linha média, associando a diferença individual dos médios do Liverpool é que criou esses tais desequilíbrios

    • O tradicional um vai o outro fica já tinha ajudado a defender os c.ataques… eles sao tao rapidos que com os 2 muito altos… nunca chegavam pra vir defender… eu concordo contigo sobre a causa de acontecer… sobre isso o proprio SC disse q foi um jogo mau de alguns elementos pq n queriam usar o CC para furar precisamente por causa disso… mas se tivesse mais um elemento em equilíbrio (ja seria qs obrigatório contra o Liverpool… mais ainda sem Danilo) próximo dos 2 DC nao teria permitido tanto perigo..

      Ate num pontapé de baliza longo do FCP o Liverpool chegou quase ao golo… incrível!!

  4. Má abordagem tática ao jogo. Uma ideia de jogo pouco ampla deste FCP.

    Estranha-se jogadores de tanta qualidade técnica como Oliver e Corona estejam constantemente de fora.

    A saída de Layun a meio da época com a Lesão de Danilo também parece algo inexplicável.

    Penso que teria sido melhor aproveitada a inteligência tática do Ricardo Pereira no meio juntamente com o Sérgio num duplo pivot apoiado por Herrera

  5. O Liverpool sufoca todos os adversários (muitas vezes sem grande organização, mas sufoca e quer sempre sufocar) e também tem uma série de combinações preparadas – o portador da bola tem quase sempre vários apoios para rodar/combinar/criar. É um modelo de jogo que eu aprecio bastante, corajoso, que nunca se esconde, que não se adapta aos adversários e que dá espectáculo. Depois têm faltado os títulos mas vão chegar, caso não hesitem neste caminho. O SC anda a ver muitos filmes e às vezes, porque noutras é só paulada, acha que é da mesma estirpe. Com Sérgio Oliveira, Danilo, Herrera, Marega, Telles, Felipe, Reyes – dez coxos num modelo brutamontes e o Oliver no banco.

    • Os “coxos” têm chegado para estar á frente de um dos melhores plantéis e modelos de jogo de todos os tempos, onde até um génio como o André Almeida parece um jogador banal, tal é a qualidade que por lá abunda. Isso e para não ser o pior cabeça de série de sempre da UCL.

  6. Qualitativamente os dois plantéis nem se comparam, mas foi mesmo muito fácil para o Liverpool fazer mossa. Revisto o jogo, com menos pressão deste lado e menos vontade do outro, ainda dá para limpar a imagem na segunda mão.

    Só um aparte, a VCI estava impossível ontem, podia vir o Guardiola com os craques que quisesse que não passava ninguém.

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