Em Nice habitam dois jogadores com histórias de futebol totalmente antagónicas.
Mário Balotelli cresceu como uma das maiores promessas do futebol mundial. Defendeu os melhores clubes, e tinha tudo para poder conseguir um lugar no imaginário dos apaixonados pelo jogo. Nível técnico bastante elevado para alguém com tal morfologia, e uma capacidade para definir no último terço que impressionava para alguém que surgiu tão jovem. Até nas capacidades físicas foi sempre um monstro. Um bebé gigante que muito mais pela personalidade do que pela qualidade nunca cumpriu o que prometia, e é hoje uma figura de proa, num clube pouco tido.
Michael Seri percorreu o outro lado do caminho até Nice. O costa-marfinense que se especulou há tão pouco tempo atrás poder estar em trânsito para Barcelona teve uma passagem pouco notada por Portugal. Do Porto B não chegou à equipa principal, e em Paços mostrou o suficiente para ser um jogador determinante, mas sem que ninguém olhasse para ele com a devida atenção.
Em Nice descobriu o seu espaço e um jogo que o beneficia. O baixo centro de gravidade, a capacidade para girar e iniciar o ataque desde a sua primeira fase sempre com um critério e qualidade técnica incrível. O tipo de jogador que nunca dá a posse e encontra soluções para sair das situações de jogo por mais que o espaço se reduza.
No jogo da Liga Europa em que Manuel Fernandes voltou a provar toda a sua qualidade, também as duas atracções de Nice estiveram a um nível elevadíssimo.
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