Tendemos a confundir jogar bem, jogar verdadeiramente bem, com exibições medíocres mas que num momento específico do jogo se aparece numa acção que trouxe a notoriedade.
Não são muitos os jogadores capazes de jogar consecutivamente bem. Isto é, de na maioria das suas acções conseguirem manter a posse na dificuldade, e desequilibrar quando as condições para tal chegam. E por desequilíbrio não entenda somente o drible, mas também o passe que diminui a complexidade do jogo e da situação até à baliza adversária, seja porque procura gente no corredor central ou porque tira oponentes do lance. Enfim, porque facilita o trabalho à sua equipa.
Jogar bem não é ter boas intenções mas não ter o nível para as executar de forma consecutiva com sucesso, nem executar bem, mas sem uma ideia por trás. Por isso há quem perceba o jogo mas que erra e não consiga ser bem sucedido as vezes suficiente para ser útil, e há quem execute com qualidade, mas sem uma ideia, e sem capacidade para facilitar a tarefa ao seu colectivo.
Jogar bem, é decidir e executar sempre a nível alto. Quanto menor o espaço, mais complicado se torna. Também por isso, jogadores como Antoine Griezmann são uma verdadeira benção para o joga bonito e joga eficiente.
Nestas coisas as equipas portuguesas levam um banho de realidade quando chegam a determinadas fases. Eu não sou grande apreciador do Pogba, nunca fui, apesar de ser obviamente um excelente jogador, mas lembro-me de o ver jogar contra o Benfica nas meias da UEFA contra o Enzo Perez (entre outros) e pensar que aquilo não era normal. O rapaz recebia de todas as formas e feitios e não havia ninguém que lhe tirasse a bola.