Superioridade táctica insuficiente para remontada

Jorge Jesus mudou o sistema táctico do Sporting e com isso surpreendeu tacticamente um Atletico que andou demasiado tempo perdido na noite de ontem em Alvalade. A desvantagem trazida de Madrid acabou por ser fatal, todavia.

A superioridade leonina teve muito de como Jorge Jesus preparou estrategicamente a sua equipa para “encaixar” no seu adversário, logo na sua primeira fase ofensiva. Na construção, a proximidade entre os três centrais Este conteúdo só está disponível para subscritores. Por favor, contacte lateralesquerdo.com@gmail.com para mais informações ou visite a nossa página Patreon.

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Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

10 Comentários

  1. “Nunca conseguimos jogar de forma natural. Em nenhuma fase da partida conseguimos fazer o nosso jogo. Foi incrivelmente difícil para nós.” — Tuchel

    Depois da visita do Sporting à Alemanha no ano passado onde Jesus pela 1ª vez na época também começou o jogo com 3 centrais, sem que tal sugira quaisquer semelhanças (ou a sua ausência) com o jogo de hoje por não estarmos plateia, plebeus e plebeias, ao contrário do Maldini, capacitados para identificá-las.

  2. Podia “facilmente” ter feito o 2 – 0 na 1a parte. Na segunda, e principalmente a partir dos 65/70, Montero, bruno fernandes e gelson ja desgastados, começou a haver menos situações, apesar de ainda chegar ao último terço. Percebia-se que já só lá ia com uma “fezada”. Sem pernas para criar, faltou dost para o jogo directo, ou a raça do coentrão.

  3. Não posso deixar de fazer este comentário,
    No tempo do JJ no Benfica, defendi aqui que faltava ao Benfica capacidade de alterar o sistema em certos jogos.
    Foi-me respondido pelo Maldini e Baggio, que, se os jogadores recebem semanalmente estímulos para um sistema, não seria viável alterar pontualmente.
    Eu defendi que faltava capacidade de ter uma abordagem que fosse adaptativa e fui aqui tratado como se estivesse a dizer uma barbaridade, mesmo que houvesse evidências de outros (bons) treinadores o fazerem.
    Ora, é exatamente isso que o JJ finalmente ao longo desta época, independentemente do real sucesso que tal lhe tem trazido, demonstrou estar a fazer em jogos pontuais – encontrou forma de trabalhar a equipa para, desde o início da época, se adaptar a diferentes tipos de adversários, tal como eu defendi.
    Não vim aqui tentar um auto-elogio. Mas a reação antipática que recebi na altura merece pelo menos este comentário que não pretende ser antipático, apenas objetivo e frontal.

    • Exactamente.
      Um dos pontos da teimosa defesa do JJ era que um bom treinador, que treina um modelo semanalmente, não tem que mudar de táctica em virtude do adversário ou contexto do jogo. Se acreditar no seu trabalho não muda. Pois…

  4. O Sporting fez dois grandes jogos contra o Atlético de Madrid, não passou porque não calhou e com as adversidades que se conhecem. A diferença foi mínima (mesmo considerando a má segunda parte do Sporting em Madrid) e foi feita pelo que aconteceu na primeira mão (erros individuais + maior valor individual do adversário). Em termos tácticos, ficou demonstrado que o Jesus sabe muito mais disto do que Simeone. Agora podem espernear à vontade porque, voltando à vaca fria, há que criticar o tipo de jogo que o Simeone quer sempre fazer. Com os valores que tem à disposição, não consegue controlar minimamente um adversário com menos qualidade individual em todos os sectores – sim, até na baliza! – e que enfrenta um contexto interno surrealista. E também não criou quase nada. Não estou a defender que seja mau treinador, porque isso seria obtuso e perfeitamente desconexo, apenas estou a dizer que podia ter melhores resultados se fosse mais inteligente. O Simeone tem uma equipa esperta, que é muito longe de ser uma equipa inteligente. Se vocês acham que fazer este tipo de críticas ao Simeone ou ao Mourinho é dizer que são maus treinadores então estamos todos a ficar malucos. Eu sei que a nova era do LE é abordar tudo pela positiva, mas isso são os autores que definem, quem comenta não tem prisões de qualquer espécie – tirando as clubites, claro, que mesmo assim não têm grande espaço aqui, felizmente.

    • Bom comentário Edson, mas o trecho sobre Simeone e Mourinho só faz sentido para o Português. O padrão do Atlético de Simeone (há anos) não é o de uma equipa sofrida que “não consegue controlar minimamente” e que “não cria quase nada”, embora esse seja o padrão das equipas de Mourinho (também há anos).

    • Concordo a 100% e não diria melhor. Quanto ao Simeone, o Simeone cria um contexto próprio na equipa que treina. Será que se adapta ao contexto numa outra equipa ou mostrar-se-á demasiado inflexível e quererá impor o seu esquema mental (não confundir com princípio de jogo)? O futuro o dirá e arrisco-me a dizer que o seu sucesso como treinador dependerá disso mesmo. Lembro-me, por oposição, do exemplo do Bielsa à frente do At. Bilbao, um reconhecido fã da posse, confrontado com a pergunta maliciosa de um jornalista que o quis apanhar em falso perguntando porque é que um fã de posse insistia em jogar em contra-ataque. A resposta foi o atestado à adaptação: “de que te serve ter posse se tens jogadores que não sabem o que fazer com a bola?” (mais coisa, menos coisa, foi algo assim…). Um à parte: bem sei que o futebol é dinâmico e o sucesso resulta muitas vezes de um compromisso da táctica escolhida e da movimentação e ocupação de espaços, mas numa componente “estática”, ou seja, no papel, gosto muito do 5x3x2 pelas possibilidades que oferece. Como sportinguista gostava que JJ considerasse mais este desenho.

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