Transição Ofensiva – O Modelo e o clássico

Avisei os meus jogadores que teria de ser de bola parada

Jorge Jesus

O clássico voltou a ser um jogo “amarrado”.

Amarrado no sentido em que as organizações defensivas controlaram de forma aparentemente tranquila o ataque posicional dos adversários.

Sem soluções de parte a parte para criar sem que o adversário estivesse desorganizado pós perda da bola, sobravam as bolas paradas e os momentos de transição. Foi de bola parada que o jogo se resolveu. Mas, de que forma trabalham os dois grandes que ontem se confrontaram o seu momento de transição ofensiva?

A ideia do Sporting é interessante, mas carece de mais qualidade à esquerda. Após a recuperação, há duas possíveis referências para receber: Bruno Fernandes ou recebe no pé se não tem pressão, enquanto Gelson acelera logo após o roubo. A ideia é sempre solicitar o talentoso extremo, ou se Bruno marcado, Sporting procura Bas Dost que a um toque deixa Bruno enquadrado, para que este possa então ligar com Gelson. A ideia de saída é interessante, falta quem tenha chegada rápida à frente, e por isso tantas são as vezes em que Gelson se vê mesmo em ataque rápido, sozinho e em inferioridade enquanto os colegas não chegam.

Mais competente que o Sporting em Transição Ofensiva, é o FC Porto. Não tanto por melhores ideias, até porque há semelhanças evidentes na grande ideia para sair em ataque rápido, mas porque tem jogadores com chegada mais rápida e que permitem variar movimentos. Brahimi é a grande referência nas recuperações baixas, se houver linha de passe destapada para si, e os pontas de lança porque conseguem rodar e enquadrar, trazem mais dificuldades aos opositores.

 

 

No clássico, não foram muitos os momentos em que mesmo em Transição Ofensiva se pudessem provocar danos. O minuto 52 trouxe a excepção: Sporting sai com aceleração de Gelson, perda, e Brahimi como referência para receber e conduzir para dentro, após recuperação baixa. Melhor definição quer de um lado quer do outro, e o jogo apesar de “amarrado” poderia ter tido golo fora das bolas paradas.

 

 

Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

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