Essa copa é do Neymar, e o risco de marcar ao homem contra adversários fabulosos individualmente

Como todos os grandes, Neymar provoca sentimentos mistos. Odiado e amado.

Posso conseguir perceber algum desdém relacionado como a forma como se penteia, como por vezes teatraliza, ou até qualquer outra coisa pouco relevante no seu rendimento.

Não perceber o que joga o brasileiro é que é algo que não é possível de aceitar.

A nível Mundial, só Messi o supera na forma como pode mudar todo um jogo com a bola nos pés. Qualidade técnica suprema, velocidade de execução e de passada, percepção do espaço que lhe permite identificar melhor os timings e os espaços para onde receber e para onde prosseguir.

Qualidade a definir! Não na percentagem de acerto de Messi, ou até tantos outros de nacionalidade espanhola. Mas, a quantidade de desequilíbrios que é capaz de provocar, compensam em larga escala o facto de não aproveitar todos os que provoca.

Num texto recente sobre Neymar, alguém comentou referindo o quão pode o brasileiro assustar! De forma sucinta, um comentário tão feliz. Enfrentar Neymar é hoje a segunda maior dor de cabeça para qualquer treinador resolver. Ninguém tem tanto impacto no jogo a seguir a Messi, quanto o brasileiro.

Na partida que apurou o Brasil para os oitavos, dos seus pés saíram mais de uma dezena de “bolas açucaradas” a aproximar a canarinha do golo.

 

O primeiro golo do Brasil trouxe de volta os perigos de se defender homens e não a nossa baliza. Perseguição ao adversário, obriga-nos a estar onde ele quer que estejamos, e portanto há a possibilidade de se criar um engodo, abrindo espaços para serem posteriormente aproveitados por outros.

Para que tal seja bem sucedido, naturalmente que no lado oposto é necessário haver qualidade! Inteligência, qualidade técnica e de decisão. O escrete canarinho tem em muitos dos seus jogadores, um verdadeiro catalizador para resolver ofensivamente jogos. Por isso, Tite por ter trabalhado defensivamente a sua equipa, tornou o Brasil um dos maiores favoritos à vitória final.

 

Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

6 Comentários

  1. O que mais me impressiona são os passes que consegue fazer em momentos e por locais que eu a ver o jogo na tv não conseguia identificar. Incrível. Se é o melhor do mundial? Talvez mas até agora tem sido um mundial mediano.

  2. Está claramente em baixo de forma mas ontem já começou a dar sinais de melhora. Sem dúvidas quando está em pleno é terrivelmente desequilibrador. Quase impossível trava lo

  3. No jogo com a Suíça demorou muito o tempo de soltar a bola, na minha opinião, e creio que isso teve um impacto negativo na equipa. No jogo seguinte melhorou mas perdeu-se muito com quezílias e reclamações, e poderia ter sido expulso até. Ontem foi o primeiro jogo em que esteve perfeito.

  4. Ninguém disputa que o Neymar é um jogador excepcional. O seu problema de base é mental e a implicação do mental na performance no jogo. O Neymar do Barcelona e dado o enquadramento da equipa e o fato de ser mais um jogador excepcional numa equipe excepcional, ele conseguiu jogar a um elevado nível. O Neymar do PSG regrediu e regrediu por causa elevação ao estatuto de estrela para lá do jogo efetivamente jogado. O CR7 e o Messi são superstars em cima de uma performance excepcional jogo após jogo, ano após ano. E aqui Neymar ainda não está neste patamar e a ida para o PSG não ajudou neste processo como referi. E como isso se traduz no Campeonato do Mundo? Nos primeiros 2 jogos tivemos um Neymar medíocre sobretudo no primeiro jogo. Ontem um melhor Neymar. Isto é objetividade e nada tem a ver com penteados. O mais irracional do lado do Neymar é que a sua performance individual tem na base uma equipa melhor que têm à sua disposição CR7 e Messi. Agora o que não é objetivo é dizer que a Copa é dele. Até agora é mais do Isco ou no Brasil do Coutinho. Se vai ser do Neymar the jury is still out.

  5. Eu costumo dzer entre amigos q o Neymar é tudo o q era Ronaldinho. Porém mais franzino, mas super letal. Ou seja, imaginem Ronaldinho + instinto assassino e observarão q os números q já atingiu aos 26 anos ja deixaram o seu antecessor para trás. Mas depois chamam-me louco ??

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