
As tendências tácticas não surgem do acaso, mas sim por necessidades encontradas pelos treinadores para contrariar adversários, ou feri-los.
A nova moda da defesa a cinco, surgiu fruto da evolução ofensiva. Depois de uma fase em que as defesas zonais trouxeram o sucesso para a defesa, e dificultaram ao máximo os ataques, ofensivamente começou a perceber-se a importância de entrar no espaço entre defesas e médios. Passaram a usar-se apoios frontais entre linhas, para garantir enquadramento, e quando tal sucedia, meio caminho para a desorganização do adversário estava feito. Surgiu então novamente a defesa a cinco como forma de mesmo perante o enquadramento entre linhas, a linha defensiva conseguir ter sempre organização a quatro. Ou seja, com cinco, é sempre possível ter quem saia a quem vai receber para não o deixar virar, e na eventualidade de ser utilizado um outro elemento que receba já entre linhas de frente para o jogo, sobram ainda os quatro habituais para defender.
Aumenta portanto a superioridade numérica da última linha, e controla-se melhor as entradas em rupturas dos adversários, depois de alguém enquadrar no espaço entre sectores.
A Espanha tem como mais nenhuma outra, uma cultura que lhe permite resolver problemas em pouco espaço. Mas, foi também vitima das estratégias adversárias que aumentando o número de elementos na última linha, aumentaram de sobremaneira a dificuldade que os hábitos espanhóis têm de furar pelos espaços inter e entre sectores. Linha mais numerosa, mais difícil de romper. Foi assim contra Marrocos e contra a Rússia.
Na era do pouco espaço, o contra movimento é absolutamente decisivo para que se possa receber qualquer bola. Não é somente para se ir buscar uma bola no espaço, mas sobretudo até para se poder receber no pé, com alguns milésimos de segundo livre para enquadrar. É o movimento que permite ou receber no pé com um pouquinho de tempo mais, ou até, se o adversário para não dar o tal milésimo de segundo, acompanhar o movimento, para receber no espaço. Tal como pode verificar no video, concentrando-se não apenas no jogador em foco, mas também no comportamento do seu oponente directo:
Porra, não dá para passar a ver os jogos na tv sempre deste ângulo?
tá uma brutalidade, n tá?
segundo vídeo não está a aparecer. Abraço
pode ter a ver com adblock… vê se tá tudo ok…
Pedro e como acreditas que se vá evoluir? Ha alguma tendência? Poder-se-á falar no fim de um ciclo (tiki taka, Alemanha, Bélgica, etc.) ou esta forma de jogar ainda poderá encontrar soluções?
A solução terá de passar por aumentar ainda mais a qualidade com bola… formar melhores jogadores ofensivamente…
Processos tàcticos, respostas estrategicas, hàbitos, contra-movimentos…
Resumo: o jogo està sempre a fugir porque o futebol é finta. E està a ser mais fundamental num jogo onde o espaço é cada vez mais escasso.