A sobrevivente Suécia

Na antevisão feita na RTP3 ao jogo da Suécia com a Suiça, toquei naquele que me parece ser o ponto mais importante e que tornou a equipa sueca uma surpresa no Mundial pelos seus resultados.

A equipa de Jan Andersson é muito difícil de bater (em quatro jogos somente contra a Alemanha sofreu golos) por duas grandes razões:

a) Sem bola tem uma organização muito interessante. O seu 442 clássico controla muito bem a entrada da bola nos espaços entrelinhas, dá pouquíssimo espaços entre a sua organização, consegue encurtar o campo, e fá-lo mesmo mantendo a linha defensiva a uns bons metros da sua baliza. Também porque tem um guarda redes capaz de jogar com o posicionamento dos seus defesas. Convida os adversários a entrarem pelo corredor lateral, porque dentro não há espaço e tem depois jogadores fortes no controlo do jogo aéreo. É portanto muito difícil de bater quando está em Organização Defensiva;

b) Com bola, tem também preocupações defensivas evidentes, que tornam muito complicado conseguir marcar golos à equipa que tem surpreendido pelos seus resultados. Guarda sempre um mínimo de cinco jogadores atrás da linha da bola (o lateral do lado oposto nunca se projecta em demasia, e fica sempre a pensar o jogo numa perspectiva mais defensiva, mesmo aquando da posse, e os médios centro também se guardam sempre numa posição de cobertura, deixando para os alas (Forsberg e Claesson) a tarefa de se moverem entre linhas e ligarem o jogo nas zonas de criação.

Porque o formato do Mundial está muito direccionado para dar sucesso a equipas que antes de tudo o mais se preocupem com aspectos defensivos, foi possível à Suécia mesmo sem um jogo interessante nos momentos ofensivos, chegar aos últimos oito.

De um ângulo que permite mais facilmente perceber o rigor comportamental, e o como pensa o jogo sobretudo numa perspectiva defensiva, de não sofrer golos, eis a Suécia:

 

Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

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