Chiquinho, João Félix e Alfa na estreia

Perante um adversário muito débil, que nunca conseguiu colocar dificuldades ao Benfica nem no jogo, nem em cada metro de espaço, ficam algumas notas individuais:

MAIS

Chiquinho. Poucos minutos, mas com um nível técnico e de tomada de decisão que nenhum outro médio do Benfica foi capaz de demonstrar. Iniciou ataques, ligou o jogo por dentro, e ainda invadiu zonas de criação, em progressão, procurando associar-se com Jonas. Uma surpresa apenas para quem não conhecia

João Félix. Pequenos pormenores geniais, que fazem antever que poderá já na presente época, a sua primeira de sénior (somente de idade, porque já leva várias em cima na segunda Liga), tornar-se um elemento importante da equipa. Gesto técnico fabuloso, inteligência incrível, e qualidade a jogar e a procurar espaços curtos, sempre de cabeça levantada à procura de colegas para tocar. Vai baralhar contas!

Alfa Semedo. O jogo estava fácil no centro do terreno, pela pouca pressão, e muito espaço e tempo para tomar decisões. Mesmo partindo da posição mais recuada no meio, trouxe qualidade de condução e saída com bola em progressão mesmo no momento pós recuperação. Muito para melhorar no posicionamento para poder ser uma sombra de Fejsa, mas demonstrou nível para somar minutos.

A REVER

Alex Pinto. Nível bastante abaixo do necessário para jogar no Benfica. Muito mais um atleta que um jogador de futebol, quando na actualidade importa ser ambos. Forte fisicamente, mas de nível técnico e de decisões muito aquém do exigido para jogar num clube de tal dimensão.

Yuri Ribeiro. Pensa bem cada lance, mas a velocidade de execução e de passada limitam-o bastante, numa era em que cada vez mais se pede aos laterais que assumam o corredor todo. Muito dificilmente poderá ser opção que não para somar apenas alguns minutos.

Lema e Conti. Jogo negativo do primeiro, não somente pelos erros técnicos e de abordagens defensivas, mas porque demonstrou também dificuldade no entendimento do jogo defensivo. Conti também com dificuldades evidentes no posicionamento defensivo, embora com noções de controlo do espaço nas costas superiores ao colega argentino. Muito trabalho táctico para Rui Vitória, com dois jogadores cujo perfil físico os pode vir a tornar úteis, mas que passaram por várias dificuldades na tomada de decisão sem e com bola.

Castillo. O finalizador que se esperava. Não precisará de muitos lances de finalização para somar golos, pela qualidade do seu gesto no último momento. Faltou demonstrar algo mais em zonas de criação, onde pouco se mostrou para ser mais uma opção para construir ou criar.

Ola John. Verdadeiramente desastroso. Perdas em lances simples, lentidão na recuperação defensiva e incapacidade para surgir no último terço. Dificilmente deixará de ser carta fora do baralho.

Ferreyra. Quem conhece sabe a qualidade do ponta de lança que o Benfica recrutou no Shakhtar. A sua presença deverá ser garantia de um plano A em 442, com Jonas ainda mais entre linhas e a aparecer para criar e ligar o jogo ofensivo. Porém, em Setúbal, esteve completamente ausente.

 

4 Comentários

  1. Discordo em vários pontos.
    Primeiro o João Félix foi muito inconsequente apesar de se ter dado ao jogo. Não desequilibrou e teve dificuldades com o físico dos jogadores da equipa adversária.
    O Yuri Ribeiro não vem para titular mas mesmo assim mostrou qualidade suficiente para ser opção no plantel.
    Conti com bola não esteve mal mas não estive atento ao seu posicionamento defensivo.
    Acho que faltou uma referência ao Gedson que esteve muito melhor que o Félix e ao Keaton Parks que fez um bom jogo.
    E o guarda redes André Ferreira surpreendeu-me! Fez duas boas defesas, controlou bem a profundidade e mostrou-se tranquilo com bola. Será que temos ali um bom guarda redes?

  2. Pessoalmente não me interessa se João Félix é inconsequente ou não, tal como não interessava se Aimar era. O trato aveludado da bola vale bilhete.
    Em sentido contrário, claramente Alex Pinto. Já o tinha visto na equipa B e vendo-o ontem fico com a mesma sensação: de onde vem tanta confiança dos adeptos nele?
    Referência apenas aos guarda redes: as duas ou três defesas do André não valem aquela saída do Svilar a pontapé fora da área. Regresso ao primeiro parágrafo… o trato aveludado da bola vale bilhete… e a insanidade de um guarda redes também.

  3. O André Ferreira foi durante longo tempo considerado o guarda redes com mais futuro nas camadas jovens do benfica. A questão de guarda redes e sempre a mesma, e a posição no campo em que o acumular dos erros é fundamental no início da carreira (sobre a máxima que sobre o erro se aprende) com uma estrutura que aposte após o erro. No benfica não podemos ter pra lutar pelo título um guarda redes com tempo para errar, por isso os empréstimos nesta posição são fundamentais …
    Do que vi registo o Gedson parece me um jogador capaz de se assumir como titular (isto olhando pros médios actuais no plantel) e tb não me impressionaram os centrais Conti e Lema, desiludiu me muito o Alex Pinto na direita, até porque na equipa b já havia demonstrado outra capacidade de jogo…
    Abc

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