Benfica vence Vitória – Dados, curtas e videos. O bom e o mau

  • Poderá ser o que traz sucesso na Liga, o que condena as equipas portuguesas na Europa? No primeiro golo do Benfica, o mau comportamento defensivo dos encarnados, incapazes de fechar espaços, colocaria a equipa de Rui Vitória em sério risco de sofrer golo perante executantes de nível superior. Acabaria no entanto, por beneficiar desse mau posicionamento defensivo, que permitiu aos jogadores encarnados (Pizzi, Cervi) partirem de um posicionamento mais alto após a recuperação da posse para acelerar a transição ofensiva e chegar ao golo.
  • No segundo golo, o momento em que a equipa de Rui Vitória apresenta comportamentos de excelência do ponto de vista táctico. Após a perda, o Benfica é muito forte a resolver problemas no centro do jogo, e a preparar-se para defender com poucos. A forma rápida como Fejsa e os seus colegas fecharam o campo ao portador da bola, o lateral vimaranense, permitiu nova recuperação.
  • Ainda no segundo golo, o 4×4 que deu vantagem a Salvio, e no lado oposto o movimento de Grimaldo a encostar na possível saída para transição do Vitória. O Benfica marcou, mas se não o fizesse já estava posicionado para continuar a “abafar” a equipa de Guimarães.
  • No terceiro golo, o recorte individual de Grimaldo, que rodeado por 4 elementos, teve discernimento para uma decisão de excelência que não só permitiu ao Benfica ter bola na zona mais perigosa do campo (corredor central, enquadrado com a baliza), como ainda lhe deu superioridade numérica. Mas, antes, Gedson Fernandes, a locomotiva das transições defensivas. Comeu metros para vir defender contra ataque adversário, e após recuperação soube esperar pelo momento para progredir.

 

  • Primeiro golo do Vitória, fruto do habitual mau posicionamento da linha média do Benfica. Pizzi nunca fecha o espaço, fica sempre à frente da linha da bola à espera que alguém recupere a bola para então jogar. Bola entra nas costas do sector médio, no espaço que o transmontano devia estar a defender, e de frente para a linha encarnada, André André finaliza com qualidade.
  • Imprudência de Alfa que não soube “ler” o que se pediu como principal catalizador para o segundo golo dos vimaranenses. Na perda há que perceber se é o momento de sair rápido e encostar (se portador estiver de costas!), ou se há que ficar e proteger a baliza, ajudando linha defensiva. Quis sair rápido a quem já estava enquadrado e permitiu gerar espaço por onde o Vitória conduziu o ataque. Referência para Pizzi que também não foi capaz de perceber o que se passava e não garantiu a devida cobertura a Alfa.

Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

7 Comentários

  1. Penso que ontem a surpresa do benfica (e não esperava 3-0 intervalo) foi o momento de desmarcação em velocidade do gedson para o espaço entre o central e o LE do guimaraes onde os centrais do benfica ou o pizzi punham bolas longas. O desequilibro a favor do benfica começou assim, com nota negativa para os movimentos e intensidade do Ferreyra. Nota positiva tambem para as aberturas contrarias, longas, efetuadas pelos centrais para o extremo oposto, onde aqui o salvio tirou partido de estar numa zona avançada apenas com o opositor pela frente e bastante proximo da area adversaria, onde se torna desiquilibrador. Negativo, as inúmeras bolas recuperadas pelo benfica em zona media/alta e onde tentavam de imediato o contra ataque, ainda no seu meio campo, mas onde se viam obrigados a parar pois não tinham colegas à sua frente e afim de passar ou tabelar…. Mas concordo bastante com a expressão inicial: que o que mata contra os grandes permite sonhar atraves das equipas pequenas… daí insistir desde à 3anos, que o RV não é treinador para o benfica e sim para equipas médias e sempre a jogar no contra-ataque frente às equipas de identica dimensão e qualidade individual.

  2. A tudo que já se disse, acrescento uma falha para mim enormissima que ajudou no segundo golo sofrido, Rafa que numa primeira instância e no mesmo lance que Alfa ficou batido, tem mais que condições para acompanhar Celis (até atrasou a marcha na esperança que alguém o fizesse…) que posteriormente fica isolado perante o Guarda Redes e marca. Eu que sou jogador amador ficaria extremamente irritado com tal facto se o mesmo acontecesse a mim, quando estamos a falar profissionais deste nível então…

  3. Excelente post, como outros tantos. Para os benfiquistas divulgo aqui um novo espaço na blogosfera para que participem com as vossas críticas: benficabenfica.blogs.sapo.pt Abraço!

  4. Sou leitor assíduo do Lateral Esquerdo quase desde a sua fundação, sou Benfiquista, mas passei para dizer que tens (Pedro) um extremo bom gosto na escolha dos festivais que frequentas (Bons Sons :))

    Obrigado e felicidades!

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado.


*