O futebol de quem corre

Um dia o futebol não foi apenas de quem corre.

Um dia o futebol não será apenas de quem corre.

Hoje, João Felix em duas / três acções demonstrou que tem condições para ser duzentas vezes mais determinante do que quem só corre.

Correr é importante sim, mas colocar em campo extremos cuja única utilidade é defender, como forma de ajudar no processo defensivo uma equipa cujos interiores defendem (?!) a maioria dos lances à frente da linha da bola, não é uma boa ideia.

Melhor seria corrigir os posicionamentos defensivos dos médios, e ensinar (se houver esse problema) o jogo posicional aos mais inteligentes.

Dirão que o Benfica criou o suficiente para golear o PAOK. E com razão. Mas, tal apenas porque os gregos são uma equipa péssima, e que nunca sairia da Luz há alguns anos atrás com menos de quatro ou cinco golos e um atropelo para contar.

20 Comentários

  1. O que acabas por dizer, de forma indireta, é a verdade: o Benfica só não foi com a eliminatória resolvida logo na primeira parte por pura e simples falta de pontaria – Pizzi, nesse particular, parecia querer ganhar um concurso.
    Verdade também seja dita que o Benfica também andou mais de meia-hora da segunda parte a passear-se em campo, com a mania que estava no papo e que o PAOK seria outro Fenerbaçhe. Quando deram por isso, voltaram a um quarto-de-hora final que foi a repetição de toda a primeira parte: azelhice na hora de rematar.

  2. A verdade é essa. Há uns 3/4 anos o PAOK teria sido atropelado…com ou sem falta de pontaria.

    O que beneficiaria, já, Gedson de alguém que lhe desse umas luzes disto…

  3. Boa noite.

    Sem dúvida a questão do João Félix ou melhor, a questão da decisão.

    Penso que novamente ficou provado a “inconsequência” das ações do Cervi, a falta de capacidade em decidir bem e mediante aquilo que é o momento (bola, colegas, adversario).
    Volto a referir que neste esquema, Félix rende mais, e mediante adversário, Rafa pode ser a solução mais lógica.

    Hoje o Benfica simplesmente jogou sem extremos, normalmente joga só com um (Salvio). Zivkovic é jogador de grande qualidade, para o corredor central.

    Novamente, penso que uma das questões cruciais do jogo (além da falta de eficácia na finalização), foi o desgaste de Gelson. Na segunda parte, assim como com Guimarães, teve muitas dificuldades. Tem de ser gerido. Penso que a entrada de Rafa devia coincidir com a entrada de Alfa (já que Samaris parece não contar) para o lugar de Gelson.

    Ferreira com aspetos interessantes, mas ainda longe de entender os colegas e equipa. Penso que com o tempo pode vir a melhorar, vamos ver.

    Quanto ao Paok, não considero uma equipa péssima, penso limitada na qualidade de alguns dos seus jogadores, mas com um coletivo organizado e onde se nota trabalho. No ganho da bola foi das poucas equipas que até agora criaram dificuldades ao Benfica, aproveitando o grande “buraco” que fica entre defesa e meio campo do Benfica nesse momento de jogo . Por vezes importa entender que a qualidade individual disfarça pouco trabalho, e por vezes não dá a perceber o bom trabalho.

    Importa também dizer que Benfica, mesmo com essas opções e contrariedades, fez um bom jogo, merecia já ter quase resolvido a eliminatória. Terá que fazer um jogo perfeito na Grécia, pois vai ser um jogo diferente desta primeira mão.

    • Bom comentario. Parece-me obvio que o único extremo a serio é Salvio.. apesar de já não ser o mesmo, é o unico com capacidade de transporte. Cervi dá algum impeto à equipa, mas depois tem uma tomada de decisão péssima, tal como Rafa (que tem a particularidade de só saber jogar no espaço). Zivkovic é claro que não é jogador de corredor… fico pasmado quando dizem que o Benfica tem muitos jogadores para as faixas!
      Na frente, Ferreyra é uma nulidade, não oferece 1 linha de passe, não faz 1 diagonal, não sabe receber uma bola de costas e colocar em quem vem de frente, não marca… ZERO!
      Depois, o Professor é boa pessoa mas não é treinador po Benfica. Desde as conferencias de imprensa onde diz 0, até à forma como (não) le o jogo no banco, e como demonstra ter dedo dele na equipa (não há processo de jogo, bolas paradas são horriveis e não estao trabalhadas..).
      enfim!

  4. João Felix num lance demonstra logo uma grande capacidade decisão. Acredito que venha a ser um jogador muito preponderante esta época,até determinante, mas calma…
    Não me leves a mal, mas essa comparação com o Benfica do Jesus ou de “há alguns anos atrás” faz me confusão. Uma análise ou crítica baseada em condicionantes “se”…
    “Se” na primeira parte tivessem entrado os três lances de golo “talvez” tivéssemos a falar de um grande jogo do Benfica.
    O Benfica fez uma boa primeira parte, quis controlar a segunda parte,”talvez” “ou não” por causa de sábado e correu muito mal. A verdade é que o Benfica tem sérias dificuldades em controlar o jogo, porque o faz recuando linhas e não com Boa posse de bola.

    • Aí está mencionado um dos problemas cruciais do RV que mostra a sua veia de equipa mediana: “o benfica nao sabe controlar o jogo com o bola”… apenas controla o jogo recuando a sua equipa para a sua grande área e tentando contra-ataques.
      Mas quem consegue tirar partido quando setêm de correr 100mts com bola? Será que temos o obikwelo na equipa e não demos conta?

    • Mais ou menos, o que é certo é que com o JJ o Benfica tinha enormíssimas dificuldades em controlar os jogos. Para além de que estamos a falar de alguém que metia o Emerson em vez do Capdevila (só para citar um exemplo) ou o Sulejmani em vez do Bernardo Silva ou o Steven Vitória em vez do Lindelof. Convenhamos que é um registo patético, como se confirmou no Sporting. Gosto muito mais, incomparavelmemte mais, do JJ enquanto treinador. Mas tens razão, porque em termos de opções individuais e de controlo de jogo o homem não é exemplo para nada.

  5. O Benfica não goleou porque não teve qualidade para o fazer. É muito pouco, 3 golos em 3 jogos contra equipas medianas, sendo que 2 desses 3 jogos foram na Luz!

  6. Absolutamente de acordo em relação ao João Félix, pois acho que o Cervi não fez um bom jogo. Mas discordo da análise do “atropelo”. O Benfica criou imensas situações de finalização, e o guarda-redes deles sai com imensas defesas… acho que o Benfica fez um jogo muito bom, dominou em grandes parte do jogo, mesmo com dois extremos a menos, um porque não anda bem, o outro porque devia jogar onde rende mais…

    E esta equipa eliminou Basileia e Spartak. Não se vou nada de extraordinário, é verdade, mas não ser também mérito do Benfica?

  7. Realmente se o que o Benfica era “há uns anos atrás” se tivesse mantido estavam bem melhor. Provavelmente tinham uma equipa com 10 Cervis em campo e a praticar um futebol miserável. Como foram os ultimos 2 anos do Sporting. Em que o maior titulo do Sporting foi perder contra Gigantes europeus 🙂

    E atenção que eu sou do Sporting.

    PS: Para quando uns videos do Al Ahly?

  8. PAOK péssimo?! Há ali trabalho. Falta qualidade individual e solidificar o que fazer e como fazer nos últimos 30 metros.

  9. Parafraseando o filosofo, Uma equipa é a equipa e as suas circunstâncias.

    Este jogo do Benfica foi menos mau do que o pintam aqui. Teve condições para resolver a eliminatória. Análises estatisticas com base no modelo de “golos espectáveis”, decorrentes dos remates realizados davam uma probabilidade de vitória na casa dos 70%.

    Na segunda parte acho que o Benfica tentou gerir e sentiu-se condicionado por três factores: a) frescura fisica e mental (5 jogos em 15 dias); b) Jogo com o Sporting no fim de semana (que será o 6º jogo em 22 dias – uma barbaridade para esta altura da época); c) falta de soluções no banco, devido às lesões de Jonas, Castillo e Salvio (a entrada de um jogador que – supostamente – não conta para o plantel assim o demonstra).

  10. Opiniões interessantes e válidas dadas aqui, mostrando que existem pessoas a gostar de falar de futebol e não do Bruno de Carvalho e de 50 repetições de penaltis…
    Quanto ao jogo é importante destacar algumas das qualidades do PAOK, nomeadamente: a qualidade de condução de bola do Pelkas, posicionamento e movimentação defensiva do Cañas, agressividade defensiva do Varela/Crespo e da matreirice do Prijovic.
    Dito isto importa destacar as seguintes estatísticas (Benfica/PAOK): posse de bola 64/36, remates 14/9; remates à baliza 8/1, cantos 4/1 e defesas dos guarda-redes 0/7. Em suma o Benfica foi claramente superior ao PAOK o que valida a injustiça do resultado e a esperança, personificada pelo treinador e jogadores, numa vitória do Benfica na Grécia.
    Individualmente gostaria de deixar as minhas notas.
    O Pizzi apesar de muita e boa produção ofensiva falhou no essencial, o golo. O Gedson Fernandes teve mais dificuldades neste jogo muito por culpa dos bloqueios do PAOK (fruto da correta preparação dos gregos) e pela dificuldade em gerir fisicamente os 90min. O Ferreyra continua com dificuldades em jogar de costas para a baliza, embora já se movimente melhor para enquadramento nas triangulações com os colegas (embora não se comente, os lances de perigo do Pizzi, resultam do correto arrastamento dos defesas centrais pelo Ferreyra). Ruben Dias e Jardel fizeram um excelente jogo perante situações em que estavam abandonados pelos defesas laterais. Fejsa mostrou mais uma vez que é o jogador taticamente mais importante do Benfica pela capacidade de bloquear muitas vezes e rapidamente movimentos ofensivos do adversário.
    Quanto ao Rui Vitória vejo muitas comparações com JJ que desembocam numa devalorização do RV. A meu ver o Rui Vitória trouxe para o Benfica uma mentalidade de risco muito maior e isso traz aspetos que eu aprecio, nomeadamente a incorporação dos defesas laterais no ataque (criando muito mais dinâmicas ofensivas) e a aposta efetiva em jovens da formação (aumentando a valorização desportiva e financeira do investimento no Seixal). Claro está que esse risco é criado à custa da debilitação da coesão defensiva (caraterística do Jorge Jesus), pelo que não estranha que o Benfica tenha dificuldades em segurar bola quando necessário e se desequilibre defensivamente (sente-se desconfortável) perante equipas com pressão alta e de qualidade, como são as equipas da Champions e o FC Porto. Mais do que um ser melhor do que o outro, é mais uma questão de serem diferentes.

  11. Boas, o que me parece evidente nos jogos todos desta época e sempre uma primeira parte de bom nível com várias situações criadas, seguida de uma segunda parte medíocre e com pouca capacidade de controlo de jogo.
    É verdade também que o Ferreyra pelos jogos já feitos (tudo bem que é preciso dar tempo) parece me inferior na concretização ao castillo, saem sempre a figura os remates não são colocados … o passe açucarado do João Félix deixou o enquadrado no centro da baliza e remata a figura do guarda redes…
    Abc

  12. “os gregos são uma equipa péssima”???….grande jogo do Benfica, com muita verticalidade, muitas triangulações, jogo interior, intensidade, basculamento, flanqueamento, profundidade, inteligência, excelente, ao nível do melhor que se vê lá fora….este 433 promete muito, muito moderno….bonito caminho o escolhido, o futuro (próximo) está assegurado…Parabéns RV!!!Para mim, só pecou em não ter tirado o Gedson, por volta dos 70 minutos, pelo Alfa….Ferreyra (vai ser o Homem do jogo contra o Sporting), não engana, quando calibrar, vai mostrar o “Serial Killer” que é, é claro que ser minuciado pelo Sálvio e Cervi, não é o mesmo que ser pelos jogadores mencionados atrás do Shaktar, mas Ziv e Félix podem colmatar essa falha :)….
    Pena o resultado, mas grande, grande jogo, assim sim, me encanta…
    Quanto ao Paok ser fraco, é por estigmatizarmos tanto os outros, que o nosso 2º lugar (no nosso campeonato nacional) tem que ir a duas prés da Champions…Paok antes de chegar aqui, eliminou a “besta negra” do ano passado do Benfica, e por 5-1….

  13. Boa noite,

    tenho a mesma opinão, prefiro os jogadores que são rápidos a decidir, ontem o Félix mostrou em dez minutos o porquê de ser uma das grandes esperanças do futebol português, merecia ter mais que os escaços dez minutos que Rui Vitória lhe deu, aquele passe a isolar Ferreyra na cara do guarda redes fez lembrar Rui Costa.

  14. Mão de Lucescu claramente. Há que ver a qualidade individual que tem. Quando apertados, naturalmente sentem dificuldades, são outros ritmos e dinâmicas. Mas tentaram vir trancar alto desde início. Sem apertar muito, mas subidos. Posse paciente, bons apoios. Mais difícil articular mais extenso. E na Luz.

    Desde que treinava o Xanthi, que já se notava o bom trabalho com proposta semelhante.
    É excelente ver a continuidade, e mão de treinador. Absorvendo e evoluindo.
    Nas “suas” dimensões.

  15. Essa comparação com o Benfica de JJ… há uns anos atrás o Olympiakos também saiu goleado do estádio da Luz, ou também humilhamos o colosso Hapoel Tel-Aviv..

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