
Todo o lance é pleno de boas execuções técnicas, quer de Grimaldo, que ao driblar logo em primeira instância o seu marcador directo, começa a provocar a que outros opositores saíssem a si, e tal viria a ser decisivo no desenrolar do lance, quer de Cervi.
Mas, é sobretudo na parte final do lance que pretendo centrar-me, recuperando um texto do “Xavi”, publicado precisamente no dia de hoje, que falava sobre um ponto de evolução do jogo, na forma como o ataque se prepara para bater as defesas nas situações de cruzamento, depois destas terem com o início do controlo de cruzamentos zonal, aumentado a sua taxa de sucesso.
A zona de finalização do extremo, nestas bolas rápidas de que falo, muitas vezes e em muitas equipas, é atacar esse espaço, principalmente quando o pé dominante é contrário ao lado onde jogam. O ou os avançados atacam entre a linha defensiva e o guarda-redes, com objectivo de finalizar um bola ali ou pura e simplesmente fazer baixar a linha para que o extremo apareça na zona do penalti para um cruzamento atrasado finalizando com espaço e em zona frontal para a baliza.
Não foi um extremo, mas antes Pizzi, mas para o caso serve igual:
É uma pena não terem a jogada toda, de tão fantástica… 🙂 depois, aquela fração de segundo que decide tudo é quando o acervo olha e lê toda a situação antes de cruzar. Parece que cruza sem olhar, mas na verdade já olhou e já compreendeu tudo dois segundos antes…
E que bem finaliza Pizzi este tipo de bolas. Aliás, veja-se os golos que marcou esta época e quantos golos foram semelhantes a este.
É curioso este mesmo espaço há poucos dias atrás tenha dito que neste Benfica a “(…) aposta é contínua num perfil de ‘corredores’ em detrimento de ‘pensadores’, é natural que o jogo não consiga ser fluído… e a responsabilidade é sempre de (…) falta de qualidade decisional e de trabalho tático.”, tendo inclusivamente colocado a exibição do Benfica ao nível do Sporting, simplesmente em função do resultado final. Agora este espaço vem elogiar os mesmos movimentos pelos “corredores”.
Esta dualidade na análise remete-me para um aspeto essencial: o futebol é um desporto probabilístico e não determinístico.
Muitos adeptos e, às vezes este espaço, se perdem ou empatam são capazes de criticar negativamente opções táticas ou se vencem quase idolatram as mesmas opções.
Para mim todos os jogos oficiais que o Benfica fez nesta temporada foram duma qualidade e organização tática que potenciaram a probabilidade de vencer embora deterministicamente só tenham vencido 4 das 7 partidas.
Falando deste jogo contra o PAOK o Rui Vitória aproveitou o excelente trabalho desta época e apenas adequou um jogador a este tipo de jogo mais físico (inclusão de Seferovic). Para reforçar a ideia de que Rui Vitória merece o respeito dos adeptos e deste espaço basta destacar estas ideias:
. Rui Vitória acaba o jogo com 4 jogadores da formação do Seixal;
. Rui Vitória acaba o jogo com 6 jogadores com 22 anos ou menos;
. a equipa de Rui Vitória domina o PAOK nos dois jogos no espaço de oito dias (sem esquecer que teve um dérbi pelo meio).
Nem tudo é perfeito neste Benfica, mas não queiram tecer análises ao sabor do placard porque isso é descer ao nível dos muitos comentadores que envenenam a televisão portuguesa. Mais cuidado!
Movimentos # decisões com bola
Pf n se misture alhos com bugalhos.
Quantos de vcs gostariam de treinar o Benfica no presente? Este clube tem tudo para ser topo na Europa.
O êxito da jogada também resulta da movimentação errada do central adversário que sai da sua zona em direcção ao Cervi. Depois disso existe de facto mérito na forma como este faz o passe atrasado embora me pareça que ele o faça de uma forma mecanizada e/ou intuitiva e não de uma forma pensada, mas deu golo e isso, no fim de contas, faz toda a diferença.
Abraço