
Sem qualidade em abundância ao seu dispor, Nuno Manta Santos faz da sua organização colectiva o ponto mais interessante do Feirense. Embora estejamos numa Liga onde tacticamente a larga maioria das equipas sabe o que faz e como faz, o Feirense é acima de tantas, uma das que consegue retirar mais caos do jogo, controlando o máximo de momentos possíveis.
Não foi surpresa, portanto, as dificuldades que foi provocar ao Sporting em Alvalade.
Embora o mais importante no jogo seja o cumprimento dos princípios, dos posicionamentos, a competência de uns não é a competência de outros. E a equipa da Feira pagou bem caro, uma pequena troca posicional.
O lance do golo do Sporting ajuda-nos a perceber o que é colectivo, e o que é individual. Colectivamente, a equipa de Nuno Manta Santos, soube manter a excelência da sua organização. O lateral Vitor Bruno subiu no momento ofensivo, e não voltou para ocupar a sua posição. Colectivamente percebe-se o trabalho dos fogaceiros. Compensação de Alphonse, espaços ocupados e organização colectiva habitual. Colectivamente, o Feirense mantinha a organização defensiva para defender a transição do Sporting, e até o momento em que a transição passaria para organização.
Todavia, a competência de uns, não é a de outros. A decisão de Vitor Bruno ao pedir a Alphonse para ocupar o seu espaço, levou o marfinense a ocupar um espaço onde passa menos tempo. A má abordagem de Alphonse, abrindo mais no seu corredor em detrimento de esperar mais junto à linha defensiva, abriu espaço para que Bruno Fernandes pudesse solicitar Raphinha, e mesmo tendo Alphonse interceptado a bola, porque partiu de um mau posicionamento, não conseguiu orientar o corpo para ficar ou cortar de forma fácil, uma bola que não traria dificuldade, se estivesse rotinado na posição.
Daí até à bola entrar na baliza do Feirense, outros pormenores poderiam ser mencionados, mas foi sobretudo por uma abordagem muito deficiente num lance que seria fácil de resolver, se fosse Vitor Bruno o interveniente, que tudo se precipitou.
Quantas vezes. Vemos o lateral a entrar nas costas do médio ou do extremo sem qualquer eficácia?
Eu pergunto me em que situações e que critério deve o lateral optar por ir nas costas ou ir para o meio?
Off topic, para quando uma análise sobre o Ruben Neves?