“Estar” é diferente de “estar”

Nos dias de hoje, em que o processo ofensivo das equipas é tão dinâmico, importa mais do que conhecer a posição, conhecer o jogo. E conhecendo-o apresentar sempre o maior grau de responsabilidade possível, porque num jogo de pontuação baixa, os pormenores são mais importantes e poderão fazer a diferença no resultado final.

A velocidade que o FC Porto imprime em cada um dos seus ataques, parte por diversas vezes a sua equipa em dois blocos, emergindo consequentemente a importância de saber defender com poucos.

Quando estão onze atrás da linha da bola, demasiadas são as vezes em que basta estar para resolver as situações. Quando sobram poucos, estar tem de ser “Estar”. Letra maiúscula porque o mais ínfimo pormenor conta. Estar um metro à frente ou atrás, estar um metro depois do alinhamento defensivo ou estar alinhado não é igual para o resultado final. Ter os apoios colocados de uma forma ou outra, poderá mudar todo o sucesso do lance.

O golo do excelente Eustáquio, que gelou o estádio do Dragão, poderia ter sido impedido, ou dificultado se algumas das premissas mencionadas anteriormente se verificassem. Uma vez mais, a competência de uns não é similar à de outros na ocupação dos espaços e nas abordagens aos lances.

Com a subida de Alex Telles, destapou-se o espaço que o Chaves aproveitou para marcar. A solução não será nunca quebrar a dinâmica ofensiva, mas antes dotar todos do maior número possível de armas para que conhecendo o jogo mais do que a posição, possam resolver problemas em qualquer metro do relvado.

 

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Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

1 Comentário

  1. Este é e sempre será um problema do FC Porto de Sérgio Conceição, Pedro!
    É já normal as dificuldades que esta equipa sente não só em OD como em TD. Não está preparada colectivamente para defender este tipo de lances. Ainda assim, é um dado curioso ter sido a equipa que menos golos sofreu na passada temporada na liga, fator que só consigo explicar pelas indivualidades desta equipa (que são soberbas comparativamente à média da liga) que, permitem-lhe resolver “facilmente” os lances. Para além de que o Porto passa a maior parte do tempo em OO. No entanto, não deveria ser assim tão difícil provocar calafrios ao SC. Como explicas este sucesso defensivo do FC Porto mesmo com todas estas dificuldades bem notórias? Abraço e parabéns pelo excelente trabalho que por cá é produzido. Tenho o prazer de vos acompanhar à uns anitos. Precisamos urgentemente de conteúdos deste tipo em todos os meios de CS.

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