
Eden Hazard continua a um nível estratosférico, depois de assim se ter apresentado também no Mundial.
A qualidade técnica suprema, velocidade de deslocamento e execução, encontraram agora no método de Sarri, um importante aliado para fazer sobressair ainda mais todas as suas virtudes.
A qualidade do seu primeiro toque faz a diferença num jogar que procura sistematicamente o apoio frontal de alguém que está de costas para a baliza, como forma de romper linhas adversárias. De quem recebe de costas, segue para quem se aproximou para associar e receber de frente.
Os golos em que Hazard ou recebe como apoio frontal para tocar em quem está de frente e desmarcar na ruptura para as costas dos defensores, ou recebe ele próprio do apoio frontal, para já de frente para o jogo driblar a última linha, vão-se sucedendo.
O Napoli de Sarri já furava linhas como poucas outras no contexto futebol mundial.
Recorde o texto de Agosto de 2017, “Descodificando o Napoli de Sarri”, aqui:
Poucas equipas no futebol mundial têm a qualidade da equipa italiana na forma como chega ao último terço, enquadrado com a baliza adversária e somente com os defesas do oponente dentro da jogada.
Uma lição incrível de como de forma colectiva se ligar o jogo, de se ganhar espaço uns colegas para outros, por forma a romper linhas. Tivesse um décimo da categoria a resolver os problemas no último terço da que tem a lá chegar e estaríamos a falar de uma equipa com potencial para vencer tudo.
Mas, como liga o Napoli o seu jogo ofensivo, entrando sistematicamente nas costas das linhas adversárias?
Engodo! Posicionamento do médio mais recuado sempre para enganar avançados adversários, fixando-os, ganhando espaço para os seus centrais poderem ligar em posse com apoio frontal de um médio interior, para então se libertar e receber a bola de frente para o jogo.
Interior que quando baixa traz pressão nas costas, e aproveita-o bastante bem! Porque toca de primeira no médio que cria o engodo aos avançados adversários. Fruto da pressão sobre o interior, já a linha média adversária fica também desmanchada para que possa surgir novo passe para as costas de mais uma linha.
Hoje, com “artistas” de uma outra dimensão, aquilo que possibilita a Hazard, criando contextos para que o belga no último terço receba no penúltimo ou último espaço do jogo, é simplesmente encantador e mortífero.
Os teus dois ultimos artigos que tratam de dois lances de Messi et Hazard trazem duas realidades diferentes :
– O coletivo ao seu potencial maximo para servir a inspiraçao individual de Messi
-Os talentos conjugados dos jogadores do Chelsea que servem o melhor possivel as manobras coletivas
As estrategias para conter o Messi sao :
-Uma resposta coletiva para cortar ao maximo as suas possibilidades de jogo. Vimos no teu exemplo que mesmo com o posicionamento adequado, o golo nao foi evitado
– Uma resposta individual para conter o seu potencial individual. No lance inicial do video, vimos como ele foge aos seus openentes de forma magistral.
Para o segundo lance, a resposta é coletiva e a cada artigo desse tipo, aparece pessoal a dar diferentes soluçoes mas o abandono do Hazard pela sua primeira referencia de marcaçao é uma delas .
Claro, o defeito da primeira equipa é de ser dependente da forma do Messi, e o ano passado com o Roma foi fatal.
Mas se continuamos nesse raciocinio, para ganhar mais vale numa equipa reunir varios inspiradores e criadores do jogo sem desfazer uma estrategia coletiva defensiva e entao se calhar, entendemos melhor a evoluçao actual do futebol.