No futebol actual, com as equipas cada vez mais e melhor organizadas defensivamente, torna-se fundamental ter uma abordagem ofensiva que seja capaz de proporcionar condições mais favoráveis para se visar a baliza adversária. Essas condições favoráveis podem ser de número, de espaço ou de tempo. Ou seja, colocar mais jogadores que o adversário numa determinada zona do campo, jogadores enquadrados em espaços que se consideram vitais ou colocar o portador numa situação em que tenha mais tempo para decidir.
Já por mais que uma vez neste blog, foi dito que a melhor forma de se finalizar um jogada é conseguir isolar um jogador na cara do guarda-redes (ou seja, obter 1×0+GR). Para tal é necessário conquistar espaços que permitam solicitar essa bola na profundidade para o movimento de ruptura do avançado. Esse espaço pode ser somente ter a bola na construção. Imaginando uma linha defensiva que está alta e não controla a profundidade quando a bola está descoberta e/ou o portador a armar. Aí facilmente, com uma boa coordenação entre passar e movimento do receptor para não ficar em fora-de-jogo se consegue essa situação de finalização clara.
No entanto, hoje em dia, principalmente a este nível, não é comum ver-se equipas que concedam tamanha facilidade à criação adversária de forma tão regular. Assim, torna-se fundamental primeiro conquistar espaços onde essa bola entre com mais facilidade, criar condições ao portador para que possa agredir a linha defensiva, seja em condução para depois de fixar meter passe na profundidade, seja logo em passe a isolar se assim o contexto o ditar. Esse espaço é sem dúvida o espaço à frente da última linha, o espaço entre linha defensiva e linha média, denominado de espaço entre linhas.
O golo que dá a vitória ao Liverpool esta semana é exatamente isso. Construção paciente, a tentar criar condições favoráveis para acelerar. Quando a bola entra em Shaqiri, este é rapidissimo a enquadrar a um toque e visto que estava perante a linha defensiva adversária agrediu-a solicitando o movimento de profundidade de Salah. Resumindo, conquistar o espaço entre linhas para posterior se conseguir chegar às costas dessa última linha. E a partir do momento que alguém enquadra ai têm de aparecer movimentos na profundidade de forma a dar soluções ao portador para colocar passe a isolar.
Nota final para a finalização de Salah. Remate de primeira cruzado com o pé direito, sendo ele esquerdino, em direção à malha contrária, a demonstrar toda a técnica neste capítulo do jogo que o fez marcar tantos e tantos golos na época passada.
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