Se pensarmos que os jogadores mais geniais – aqueles que têm cérebros nos pés – só estão reservados para os grandes palcos dos campeonatos profissionais, significa que nos poderemos estar a enganar a nós próprios.
Cada vez mais, este tipo de jogadores têm vindo a aparecer noutras realidades que não só as que têm todos os holofotes para si virados e câmaras de televisão apontadas. É o caso de Diego Raposo, jovem médio brasileiro de 21 anos de idade que apresentamos esta semana no Lateral Esquerdo.
Diego é natural de Santos, no Brasil, mas é precisamente em Portugal onde tem feito todo o seu percurso como jogador. Em 2015/2016, saltou dos Juniores do RD Águeda para a equipa principal e aí permaneceu, mostrando toda a sua qualidade até ao final da temporada 2017/2018, quando deu o salto para o SC Leixões. Nesta altura, o clube de Matosinhos apostou na contratação de alguns talentos do Campeonato de Portugal e Diego Raposo foi um deles. Ainda assim, após ter feito a pré-temporada, acabou cedido a título de empréstimo ao FC Felgueiras 1932.
Sendo um jogador de baixa estatura (1,66m), o seu baixo centro de gravidade fá-lo apresentar um razoável equilibrio que o ajuda nas mudanças de direcção e nos dribles que efectua. Não sendo muito forte fisicamente, a sua velocidade e aceleração com e sem bola ajudam-no a escapar aos tackles dos adversários.
Dotado de um pé-esquerdo de qualidade, apresenta uma técnica de alto nível. A sua capacidade de drible é bastante positiva e consegue tirar os adversários do caminho com uma simples recepção. A capacidade de passe é outro ponto a destacar nos atributos técnicos do Diego; tanto o passe curto como o passe longo são óptimos, transformando-o num excelente definidor de jogadas. Por intermédio do seu último passe – que sai muitas vezes acertado –, tem a facilidade de deixar os companheiros de equipa em boa situação para fazer golo através de passes em profundidade para as costas das defensivas contrárias. É também um jogador capaz de bater as bolas paradas com qualidade.
Diego é extremamente inteligente, imprevisível e possui uma visão de jogo muito boa. Estando sempre consciente do que está ao seu redor, é capaz de descobrir um companheiro melhor posicionado, fruto do seu raciocínio rápido que o faz tomar boas decisões quando com a bola no pé. O seu jogo sem bola é igualmente positivo, participando activamente na segunda fase de construção, ao deslocar-se e recuando no terreno para organizar. É realmente capaz de levar a equipa para a frente devido à sua boa leitura de jogo.
Podendo actuar como médio-ofensivo ou como médio-ala direito, Diego irá sempre procurar os terrenos mais interiores devido ao facto de ser canhoto, sendo realmente aí onde se poderá tornar mais perigoso e causar maiores desequilibrios ao adversário.
Bruno Costa
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