Problemas laterais na vitória de Tiago Fernandes nos Açores

FUTEBOL - Lumor. Jogo Chaves - Sporting, a contar para a 26 jornada da Liga NOS, realizado no Estadio Municipal de Chaves. Segunda Feira, 26 de Marco de 2018. (VITOR GARCEZ/ASF)

Desde o início da temporada que venho mencionando por cá as graves lacunas individuais do plantel do Sporting na posição de lateral.
Na temporada passada, a presença dos muito competentes sem bola Piccini e Fábio Coentrão, não era o suficientemente valorizada, pelo facto de nos momentos ofensivos não acrescentarem o expectável. Fábio somente porque não tem a capacidade de explosão e desequilíbrio de outrora, e o lateral italiano porque definia sucessivamente mal os lances.

Na época actual, o Sporting reuniu um conjunto de defesas laterais com problemas muito graves ao nível da interpretação do jogo e das abordagens a cada situação defensiva.

Desde os maus posicionamentos à incapacidade para abordar as trajectórias aéreas de cada bola, os golos que os leões têm sofrido, têm regra geral, sempre um erro fatal cometido por um lateral.

Nos Açores, a entrada de Lumor deverá ter sido pensada em função de ter um lateral mais projectado que o outro, e o africano fisicamente é quem maiores garantias dará de comer os metros todos do correr em cada lance ofensivo que posteriormente se transforma em defensivo e obriga ao regresso até à linha defensiva, enquanto que no corredor oposto, Bruno Gaspar integrava trio que iniciava construção.

No plano teórico, Tiago Fernandes colocou na saída para zona de criação em cada metade do campo, jogadores com maior conforto com bola (Gaspar à direita, Mathieu à esquerda).

Sem bola, o regresso da linha a 4, e é precisamente nos momentos defensivos que os laterais leoninos demonstram dificuldades próprias de quem não teve uma formação adequada.

No golo do Santa Clara, inexplicavelmente Lumor vai afastando-se de Mathieu, quase assumindo um posicionamento ofensivo, porque longe do central e a permitir presença por dentro do opositor directo, e enquanto se afastava, a forma como orientou o corpo impossibilitou-o de poder reagir à bola que entrou nas costas.

 

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Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

2 Comentários

  1. E a inexplicável inação de contenção de Diaby, o que coincidiu com a saída do Battaglia que costuma atuar naquela posição, para quem quer percebe um pouco mais do jogo este princípio que mais vezes é descorado, qual a tua opinião?

  2. Mas nesse golo é tudo uma calamidade à espera de acontecer – o jogador que cruza sai do drible e fica de frente para o jogo, sem qualquer espécie de oposição, o Lumor tem a paragem cerebral que retratam e o Renan fica estático, agarrado à linha de baliza, quando teria tido tempo para sair à bola…

    Já agora, algum insight sobre o provável novo treinador? É que se a coisa já está negra do ponto de vista defensivo, estou muito receoso do que aí vem nessa matéria… Alguma ideia do que poderá acontecer?

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