Miguel Abreu, de 25 anos, trata-se de um jogador de qualidade que não tardará muito até ser uma presença regular nos campeonatos profissionais.
O médio luso-guineense tem tido um percurso bastante interessante: subiu dos Juniores do AC Arrentela à equipa Sénior, onde cumpriu uma temporada. Seguiu-se o Amora FC e o Moura AC, de onde partiu para o CF “Os Armacenenses”. Foi precisamente na equipa de Armação de Pêra onde fez a sua melhor temporada até então, actuando em 30 partidas e apontando seis golos. Esta performance fez com que o Gil Vicente FC avançasse para a sua contratação, estreando-o nos campeonatos profissionais.
O salto não foi “só para inglês ver” e Miguel cumpriu 18 jogos na II Liga, 14 deles como titular. E este dado mostra a sua qualidade, pois não são ainda muitos os jogadores vindos de divisões inferiores que chegam às equipas profissionais e conquistam assim o seu espaço. Esta temporada – e muito por fruto da descida da equipa de Barcelos ao Campeonato de Portugal –, Miguel foi posto a “rodar” e acabou emprestado ao Moura AC, sendo esta a sua segunda passagem pelo conjunto alentejano e onde está até ao momento a ter uma óptima prestação.
Miguel Abreu mede 1,81m e apresenta uma condição física bastante interessante. Tem uma boa amplitude de movimentos e é bastante ágil e rápido, com e sem bola. A sua boa capacidade física fá-lo ser muito competente no momento de guardar a bola, utilizando muitas vezes o seu corpo com sucesso.
Podemos dizer que é um jogador razoável em termos técnicos, mas que não se trata de um elemento capaz de assumir e organizar o jogo. Tem uma razoável capacidade de passe e, apesar de por vezes tentar variações de flanco ou passes longos, é realmente na distribuição curta onde se torna mais competente. A sua maior arma é, claramente, a capacidade de desarme, sendo bastante bem sucedido no que toca a recuperar a bola para a sua equipa. Não se trata de um cabeceador exímio, mas é capaz de ganhar duelos aéreos no momento defensivo.
Médio com um sentido posicional apurado, destaca-se pela agressividade que impõe ao seu jogo e que o faz ser extremamente competitivo ao longo dos 90 minutos. Miguel Abreu mostra também ser um jogador bastante perspicaz, antecipando com bastante eficiência situações que possam acontecer à sua volta, tornando-o um elemento muito importante no momento de Transição Defensiva. Porque não se preocupa somente com os aspectos defensivos, é também um jogador com uma boa capacidade de chegada à área.
Aproveitando a sua versatilidade no meio-campo, poderemos vê-lo a jogar tanto a 6 como a 8. Apesar de lhe reconhecer capacidade para ser um razoável box-to-box, acredito que seja como médio de cariz mais defensivo onde se poderá notabilizar. Aliando as características referenciadas anteriormente e também pela sua antecipação, agressividade e capacidade de desarme, bem como pela forma de jogar simples e sem inventar, vejo Miguel como um óptimo médio recuperador de bolas.
Como sugestão pessoal, considero que a construção do meio-campo para o regresso do Gil Vicente FC à I Liga poderia muito bem começar tendo como ponto de partida este óptimo jogador.
Bruno Costa
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