A Caminho do Titulo – Um Liverpool à Klopp

Em Inglaterra, a luta pelo titulo está ao rubro. Quando todos pensavam que o domínio do Manchester City iria continuar, emerge um Liverpool à imagem de Klopp que tem encantado com o seu futebol “rock and roll”. Na recepção ao Arsenal, os reds não deram qualquer hipótese numa exibição que roçou a perfeição em todos os momentos do jogo!

Nesta temporada, temos assistido a um Liverpool mais forte individualmente, mas sobretudo colectivamente. Os Reds já não atacam com tanta pressa a baliza adversária, nem pressionam a todo o instante a construção do adversário. Tornaram-se, portanto, uma equipa mais inteligente que sabe identificar os timings para saltar na pressão ou para esperar mais baixo e com maior capacidade  para identificar momentos para acelerar ou meter pausa em ataque posicional. No entanto, mantém-se fortíssimos num dos momentos que têm marcado o percurso de Klopp em Anfield: os momentos de transição ofensiva.

Com a mudança táctica do treinador alemão no decorrer desta temporada, a equipa posiciona-se num 4-4-2 clássico no momento defensivo com Firmino à frente da linha média e ligeiramente atrás de Salah. Este posicionamento do brasileiro como 2ª avançado permite que seja a referência para receber no pé nos momentos de saída para transição ofensiva, enquanto que os restantes aceleram em direcção à baliza adversária.

Em Anfield, uma vez mais, o Liverpool de Klopp foi demolidor nos momentos de ataque rápido/contra-ataque com três dos seus cinco golos a serem marcados segundos após a recuperação da bola. Nos pés de Firmino, o jogador mais influente ofensivamente dos Reds, provocaram-se inúmeros desequilíbrios porque o brasileiro define como poucos no último terço e com isso, faz com que jogadores como Salah e Mané tenham maior notoriedade no jogo, porque acabam servidos em espaços mais próximos da baliza adversária. Os posicionamentos preparados defensivamente aliado às características dos jogadores mais avançados fazem do Liverpool, uma das equipas mais perigosas em transição ofensiva. Prova disto, são os três golos marcados ao Arsenal no dia de ontem que contribuíram para uma brilhante goleada sobre o conjunto de Emery e ainda, voltaram a demonstrar a influência de Roberto Firmino no jogar de Klopp.

Numa era em que marcar golos em ataque posicional é extremamente complicado devido à melhoria das organizações defensivas, quem também aproveita os valiosíssimos segundos após recuperação, estará sempre mais próximo de vencer.

 

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1 Comentário

  1. Absolutamente de acordo. Por acaso no outro dia comentava com um amigo meu que o Liverpool, não deixando de ter qualidade nas saídas rápidas para o ataque, evoluiu imenso naquilo que (julgo) se pode designar como o controlo do jogo e dos tempos do jogo. Na época passada um jogo vertiginoso quando aliado a um elevado grau de eficácia na concretização permitia uma goleada, mas não eram poucas as vezes em que o resultado continuava em aberto sempre que a eficácia não fosse a desejada. Este ano julgo que o Liverpool é mais “mandão”, vira a mesa a seu favor com mais propriedade, no fundo, aproxima-se do conceito de grande equipa europeia, sobretudo numa dimensão que considero ímpar: o verdadeiro conceito de equipa, na medida em que será, a meu ver, injusto, se alguém justificar o sucesso do Liverpool com a categoria individual de A ou B. Ela existe, mas o colectivo sobre o individual é, sem margem para dúvida, a razão do sucesso. Aproveito para acrescentar um pequeno off-topic: um lateral como Robertson (para destacar os menos falados) é extremamente importante no futebol que o Liverpool tenta desenvolver pelo à vontade que demonstra em vários momentos do jogo (defesa, interior, extremo…). O Sporting precisa urgentemente de dois laterais deste tipo. 🙂

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