
Na presente temporada tive oportunidade de analisar com alguma minuciosidade o Varzim, na altura treinado por Nuno Capucho.
Na minha mente considerei a equipa da Póvoa, uma equipa pouco digna do que era o jogador Capucho. Pouco talento, muita correria. Ausência quase total de ideias, mas antes um estilo de jogo, que por vezes há quem goste de associar ao pragmatismo. Uma equipa entre todas as outras. Mesmo a atacar, deixava mais de meia equipa atrás da linha da bola logo que se aproximava do meio campo ofensivo, demasiado espaço entre elementos mesmo com bola, e procura das “flechas” na frente.
Em algumas notas rápidas que completavam os videos com as respectivas análises, tinha escrito:
- Pouco trabalho no processo ofensivo… muita bola na frente para os 4 lutarem por 1a e 2a bola
De todas as equipas que observei com alguma minuciosidade foi talvez a que menos me impressionou. Uma proposta que faria sempre os seus pontos, porque nunca se expõe. Ou seja, acabaria sempre por ter jogos sem sofrer, que desde logo valeria o pontinho, e em jogos cuja sorte caísse, num erro dum central numa bola na frente, ou numa bola parada, até poderiam cair os três. Independentemente da classificação que assegurasse, garantidamente que era uma equipa a não voltar a seguir.
Nuno Capucho saiu, entrou Fernando Valente.
Ninguém sabe exactamente a pontuação a que o novo treinador levará o clube da Póvoa. Uma garantia porém. Na realidade anterior, os pontos não foram os suficientes, e nenhum dos jogadores varzinistas parecia ter um pingo de qualidade.
Numa altura em que o futebol é cada mais negócio, e todos necessitam com urgência de fazer verbas para pagar contas, é bastante mais benéfico para qualquer clube valorizar o seu produto, tê-lo na montra, mesmo que aqui e ali possa custar um ou outro ponto em erros pontuais, do que abdicar de jogar futebol, e entregar o resultado final a uma maior aleatoriedade, que nem sequer é garantia de maior valor pontual.
Hoje, o Varzim é novamente uma equipa que importa conhecer.
E porque a vida dos treinadores é de constante aprendizagem e adaptação, talvez Nuno Capucho ainda possa vir a aproximar-se um pouco do legado que enquanto futebolista nos deixou.
Estranho esta evolução do Capucho porque há uns anos fez um bom trabalho na Póvoa o que o levou até Vila do Conde…