Quem Ryller por último, não ri melhor

Prontos para um novo episódio de Os Segredos de Keizer? Pois… eu também não. Porém se a entrada de rompante do holandês no futebol luso correspondesse a uma temporada desse TV-Show outrora bastante apreciado, esta sequela e a nova personagem que dá pelo nome de José Keizer (irmão gémeo de Marcel, com o condão de ter adquirido nacionalidade e mentalidade portuguesa) merece uma nova review. Com especial ênfase na mentalidade lusa adquirida pela personagem principal que, ao que parece, cedeu aos medos e ao fado que carrega as almas dos timoneiros das equipas portuguesas. As mesmas que ao primeiro sinal de pressão tratam o esférico como se fosse uma bola de lava. Assim e sem surpresa, José Keizer, nesta meia-final da Taça da Liga, ordenou à sua equipa que a bola rolasse nas partes do relvado que menos lhe doem na alma. Depois dos traumas de Guimarães e Tondela, Keizer encarnou nesta personagem que agora deixou de parte o jogo envolvente e apoiado, para ceder a coisas mais facilitistas como procurar Raphinha logo à saída a partir de trás, ou jogar (bem) mais exterior para evitar que em dois toques o adversário decomponha a sua ideia de jogo. O problema é que, provavelmente, vai ter que arranjar outra. Pois os rumores do cancelamento da série, parecem ganhar força.



Esta é a tão célebre e usada história da manta curta. Nela caiu Peseiro – recusando o futebol sexy que, ainda assim, lhe permitiu granjeio para uma 2.ª aparição em Alvalade – e nela caiu Marcel Keizer que não arranja forma de manter ímpeto atacante sem equilibrar a confusão que eram a correria das marcações, as faltas de cobertura, e uma linha defensiva bem baixa e que, em momento algum, se confundiria com a linha do miolo. Pois bem, esqueçam-se as reminiscências holandesas e as aproximações a mecanizações laranjas e olhe-se para o SC Braga, novamente, como organização superior. E apostados em transcender os males das malhas laterais, dos postes, dos cortes in extremis e das bolas para as nuvens, os bracarenses entraram de rompante numa parte e noutra. Se no prelúdio da 1.ª metade a bola vai do espaço exterior ao interior para encontrar a gritante falta de organização leonina, na 2.ª foi o VAR a anular a segunda aparição de João Novais (que assistiu Souza no primeiro golo) para as manchetes. Neste período, certamente, esperaria Abel que a maleita das balizas estivesse desfeita. No entanto, apesar de outra crença no momento de finalizar por parte de alguns (como é que Dyego escapou aos grandes?) a falta de mentalidade por parte de outros (talvez alguém que veja os penáltis da sua equipa de costas para os mesmos,, não é Wilson?) não garantiu, ainda na 1.ª parte, o resultado que os arsenalistas certamente esperariam. E pelo meio apareceu Coates num assalto ao arranha-céus, que tornou a lembrar que quem não marca…



Fica patente também que uma reflexão já necessária à mudança que Jorge Jesus trouxe quando o seu 4x4x2 encontrou sucesso, também fará sentido nesta altura. Hoje é o sistema que é mais escolhido pelos técnicos da I Liga e, talvez por isso (talvez, só talvez) já não se vejam muitas equipas com a capacidade total de esconder a bola no meio-campo ofensivo. E se Pep diz que o tiki-taka é uma treta (por ser considerado jogo-passivo) que jeitão daria a Abel que a sua equipa fosse capaz de guardar a bola por longos períodos no meio-campo ofensivo do Sporting. Mas, por agora, parece que a ideia é que cada posse tenha de dar golo. Ainda assim, como não me lembro de nenhum jogo acabar com um resultado de andebol (25-23 ou coisa do género) a bola como impedimento para o adversário atacar é ainda um recurso a utilizar. E o Braga, e os 4x4x2 desta Liga precisam de devolver isso ao seu sistema ideológico. Isto porque este Sporting, aparte de um ou dois fogachos, nunca foi capaz de fazer mais do que procurar as diagonais de Raphinha (na maioria das vezes muito prematuramente e sem ponte) ou algo que Nani pudesse dar, também no espaço exterior. Já Bruno, com esta ideia mais conservadora, fica muito aquém daquilo que prometia – pudesse Keizer arranjar maneira de utilizar os três corredores sem desequilibrar a equipa no momento da perda.


Foi, assim, perdendo-se o momentum inicial de grande confiança dos bracarenses para dar lugar a um descontrole emocional que a identidade de Abel ainda concede. E se ele é já considerado um pensador uns furos acima do que Rui Vitória nos foi dando no capítulo da auto-ajuda, terá de trabalhar a reacção a momentos que não lhe agradam, como aqueles que se viram depois do tal golo anulado pelo VAR. A partir daí, o sentimento de injustiça invadiu os minhotos e a clareza de ideias e de acções, refletiu-se num jogo que, mais perto do fim, nos deixou na dúvida sobre quem realmente era mais forte. Mas como tudo tem um tempo, e não podemos estar nisto até às 3 da manhã, tal como na época transacta outra meia-final da Taça da Liga foi a penáltis… e outra meia-final foi ganha pelo Sporting. E ainda que o registo leonino não seja espectacular, o do Braga, que recebeu a final-four na sua casa, deixou-nos embasbacados: ao 5.º penálti um só golo – até Ryller permitir a última defesa ao herói Renan. Se outras equipas têm este problema (e têm, todas um pouco – ainda ontem o Benfica que o diga), a aproximação do Braga às conquistas depende da resolução do mesmo e não de outro factor externo. Restará fazer-se do mau, bom e não esperar que a meteorologia mude para, finalmente, se resolver.

SC Braga-Sporting, 1-1 (3-4 g.p.) (Dyego Sousa 3′; Coates 37′)

20 Comentários

  1. Já afirmei aqui (em comentários a outros posts) que, embora nem sempre concordando integralmente, gosto dos textos do Laudrup. Este não é excepção, mas parece-me que por ele percorre um sentido demasiado penalizador para o Keizer. Analisado o jogo de ontem (e sublinho, apenas com base no jogo de ontem e não como uma visão desde que chegou a Portugal) fico com a nítida sensação de que o Sporting soube tirar partido do que o jogo ofereceu ao mesmo tempo que o Braga se fartou de dar tiros nos pés. Por princípio, prefiro que um treinador seja proactivo e não reactivo, mas se for reactivo e souber reagir bem, hats off! Lembro-me inclusivamente de que um dos grandes elogios ao Abel no jogo entre Braga e Sporting a contar para a Liga foi precisamente este. Facto 1: o Sporting andou 10 minutos perdido em campo, embora aos 30 minutos eu tivesse sido levado a pensar “o que é que o Braga fez (além do óbvio) para estar a ganhar ao Sporting?”. Simplesmente aproveitou e assentou sobre o demérito claro do Sporting na gestão do jogo. Facto 2: o Sporting continua a apresentar-se de forma tenebrosa a defender, valendo muitas vezes a individualidade ou os recursos físicos/atléticos para compensar. Mas perante isto, o que ficou Horta a fazer tanto tempo no banco? Porque foi (a meu ver) João Novais tão sobrecarregado em mil tarefas a desempenhar no meio-campo? A partir dos 15 minutos houve, julgo, uma clara aproximação das gentes do meio-campo leonino que levou a que as sucessivas intervenções dos homens do Braga a impedir as trocas “por dentro” começassem a falhar. Luiz Phellype, teve 2 bolas jogáveis durante o tempo que esteve em campo, o que o fez parecer uma nulidade, mas para mim foi clara a intenção de Keizer em arrastá-lo para zonas para onde pudesse arrastar defesas do Braga e abrir espaços para o meio-campo de ataque do Sporting. É certo que o Sporting não circulou a bola com a rapidez com que devia e abusou cedo demais na lateralização, mas tomou conta do jogo e remeteu o Braga a “dormir” sobre a vantagem. Só que a vantagem acabou e na 2.ª parte não me recordo (a não ser nos lances de bola parada ou naqueles precedidos de um erro clamoroso individual de um qualquer jogador do Sporting) de o Braga ter ameaçado a baliza do Sporting, ao passo que o Sporting (desafortunadamente numa fase de pouco esclarecimento na parte final das jogadas aliado ao cansaço evidente – e aqui sim, Keizer tem que melhorar a gestão dos recursos humanos) conseguiu num futebol de passes e rupturas (embora de execução lenta) criar condições para ferir o Braga de morte que esbarraram sempre no momento decisivo. O desnorte de Abel alastrou-se para dentro do campo, de facto. Mas o seu desnorte (ontem) não foi só emocional, por muito que possam discordar da minha opinião. O Keizer tem sido José, de facto, aqui e ali, mas fico com a sensação (e uma vez mais posso estar completamente errado) que (e desculpem o lugar comum) o homem precisa de algum tempo para encontrar o equilíbrio desejável (e que se me afigura perfeitamente possível) entre o Marcel e o José.
    Já agora, três ideias que reforcei ao ver o jogo de ontem, mas gostava de obter feedback (vosso ou de outros comentadores):
    1 – Nani (apesar de ter melhorado significativamente a partir da meia hora de jogo) parece-me constantemente “fora dela”, por vezes complicativo sem necessidade. Neste momento só vejo Nani como valor acrescentado jogando no meio. Caso concordem, como fazer isto, sem sacrificar Bruno Fernandes?
    2 – Atendendo ao rendimento de Gudelj nas várias fases, julgo que Miguel Luís é mais produtivo. Ter um não-6 ou outro não-6 a fazer de 6, prefiro o segundo, pela competência das suas acções. Ou então Petrovic (que, contrariamente à maioria, não considero a picareta que muitos consideram).
    3 – Apesar de eu não ver os treinos do Sporting, tenho que perguntar: o que é que os treinadores anteriores NÃO VIRAM em Wendel?

    Desculpem o abuso. Um abraço a todos!

  2. Foi pena o Braga não ter apanhado o Benfica na meia-final já que teria sido uma oportunidade muito boa para corrigir o resultado do jogo para o campeonato, na Luz, mas ao contrário da outra meia-final onde o Benfica provou o seu veneno já que em matéria de auxílio dos árbitros o FCP faz ao Benfica aquilo que o Benfica faz a todas as outras equipas do campeonato, ontem ficou no ar uma sensação de muita injustiça já que o SC Braga jogou mais e jogou melhor do que o Sporting, e justificou plenamente a vitória nos 90 minutos. Por que razão decidiu o árbitro inventar uma falta sobre Acuña no 2º golo dos arsenalistas? Inexplicável. No entanto, e porque a clubite existe, dá sempre muito prazer vencer estes jogos nos quais o adversário é superior. Fabuloso Renan, leão das redes, que nem Sá Pinto, a oferecer uma magnífica vitória ao Sporting e a colocar o clube perto de mais um título, espalhando entre os adeptos uma alegria como há muito não se via. Um muito obrigado a este categórico e determinante guarda-redes do Sporting, ou um muito obrigado a este determinante guarda-redes do Estoril, mas emprestado ao Sporting.
    E agora Laudrup, caríssimas, e caríssimos, alcançado este saboroso triunfo, desinfestadas / enxotadas / arredadas / removidas que estão da prova as equipas mais infelizes (Braga) mas também as mais pequeninas, leões e dragões jogarão a final. Ora como não temos tempo para fábulas, como dragões não existem, caberá ao muito real, imponente e fiel rei da selva e da pradaria mostrar por A mais B por que razão é o detentor desta taça. O campeão em título estará em campo no derradeiro jogo para simultaneamente defender e atacar / revalidar esta conquista. É isso que fazem os campeões.
    Uma palavra também para o fabuloso gesto técnico de Bas Dost na marcação do seu penalty. Não é fácil meter a bola frouxa mas com muita precisão mesmo ao meio da baliza, tal e qual que o guarda-redes do Braga nem se mexeu, de tão batido que ficou. Louvado avançado e até porque o Sporting não precisa deles, louvados 8 milhões que se pagou por este avançado.
    Por fim, em Abel e a emotiva conferência de imprensa que protagonizou, o treinador do SC Braga tem de se acalmar porque aquele tipo de sentimentos só prejudicarão o seu próprio trabalho e rendimento como treinador. A sua hora chegará (Jesus por exemplo só chegou a um grande aos 54 anos), e é curioso que ontem imaginava Abel ver-se convidado para ingressar no Sporting e a recusar o convite, por se tratar de um passo atrás na carreira. Meditando um pouco sobre este hipotético mas na prática impossível cenário, acabei por concordar com o ainda treinador dos bracarenses, o que não deixa de ser muito preocupante (para o Sporting).

  3. “Apesar de eu não ver os treinos do Sporting, tenho que perguntar: o que é que os treinadores anteriores NÃO VIRAM em Wendel?”

    Completamente. Por acaso ontem esperava mais do Wendel, ao princípio por se tratar de um jogo a eliminar, e mais tarde por se adivinhar que na 2ª parte o Braga iria para cima do Sporting. E nalguma medida, foi. É objectivamente um dos melhores jogadores que o Sporting lá tem.

  4. Então.. mas se o lage ou o Conceiçao jogarem zero e ficarem lá atrás sossegados esperando uma bola parada ou outro acaso qualquer, já são estrategas?

    • Por exemplo…Conceição em Alvalade. Não quis ganhar o jogo e usou a conferência de imprensa pós-jogo para passar uma ideia contrária, do género “foi injusto”, “quisemos ganhar”.

  5. Só uma correção, não foi o VAR que anulou o golo do João Novais, foi a falta mais que evidente sobre o Acuna. Porque sem essa falta, provavelmente nem jogada de golo existia… portanto esse tipo de considerações só serve para descredibilizar uma opinião que devia ser puramente sobre futebol.

    Em relação ao resto, a equipa do Sporting parece presa por arames fisicamente com vários jogadores em sub-rendimento (o Bruno Fernandes que teve uma taxa de acerto… horrivel). E é preciso não esquecer que este Abel enquanto treinador do Sporting B foi do pior que já vi em toda a minha vida… ao ponto de ter deixado no seu “legado” castigos a João Mário e Iuri Medeiros por não quererem ser os cavalos de corrida que ele preconizava.

    • Não concordo com o primeiro parágrafo porque acho que o uso da tecnologia deveria ser unicamente para corrigir falhas grosseiras dos árbitros humanos em campo, e nada mais; todas as outras decisões mais “picuinhas” e extraordinárias estão sujeitas a constantes “interpretações” (como a sua) e são só para alimentar ruído.

      Mas falemos de futebol: o Braga pagou por erros próprios, que já vi serem referidos aqui, e não apenas pelo Laudrup. Sim, falta de mentalidade. Se estás por cima no jogo, para quê subitamente recuar as linhas e dar a bola ao adversário? O Braga convidou o Sporting a voltar ao jogo, desperdiçando o momentum inicial, para — ao modo tipicamente “português” (no mau sentido) — gerir a magra vantagem, tendo uma postura mais posicional e menos pressionante, juntando as linhas uns 30 metros mais atrás e saindo em transições. Fatal! O Sporting, que estava combalido e desorganizado nos 10/15 minutos iniciais, percebeu que podia ter bola mais tempo e mais à frente, e não se fez rogado.

      Já no Dragão, para o campeonato, o Braga estava a ter um jogo tacticamente perfeito até ao momento que o Abel achou por bem tirar um avançado e colocar o Palhinha para convidar o Porto a bombear bolas para a área no quarto de hora final. O Porto agradeceu, assim fez e ganhou (bola na área, golo de cabeça).

      Uma das coisas que julgo ter aprendido lendo este blogue é que ter a bola é melhor do que não tê-la. Sim, acho que o Braga, se quer ser grande, tem que consolidar a capacidade de gerir o jogo em posse no meio-campo ofensivo. Que não tem. Mas também não se pode exigir este mundo e o outro.

      A seguir ao golo anulado, o Abel descontrolou-se emocionalmente, e curiosamente a equipa foi mais dominante na segunda parte (podia tê-lo sido mais tempo na primeira parte, mas não quis — o próprio treinador referiu na conferência de imprensa qual foi a estratégia que seguiu). Quando digo que foi um pouco mais dominante, poderia ter sido melhor se jogasse com menos pressas, e de resto o Sporting nem passou por aflições (fora um ou outro lance. Antes dos penaltis, eu não sou apostador, mas se fosse apostador, punha todas as fichas nos leões, que já são muito mais calibrados nestas andanças. No surprise.

  6. “E é preciso não esquecer que este Abel enquanto treinador do Sporting B foi do pior que já vi em toda a minha vida… ao ponto de ter deixado no seu “legado” castigos a João Mário e Iuri Medeiros por não quererem ser os cavalos de corrida que ele preconizava.”

    É mentira que Abel no Sporting (Juniores e Sporting B) preconizasse um futebol de cavalos de corrida, e muito mais do que o título de Juniores em 2011/12, na época em que sucedeu a Ricardo Sá Pinto (títulos aqui não têm – salvo seja – grande significado), os seus méritos nas equipas de formação foram especialmente notórios em 2013/14, quando pegou na equipa B. Aí, integrado num novo ciclo, destacou-se (sem surpresa) pela positiva não perdendo de vista os fundamentos do seu trabalho: fazer crescer na altura um grupo valioso de jogadores que seria uma extensão da equipa A de Leonardo Jardim, objectivo que cumpriu exemplarmente, e curiosamente foi Abel com a sua equipa B que venceu a Taça de Honra da AFL em 2013/14 frente ao Benfica de Jorge Jesus. Foi para muitos sportinguistas, igualmente, a primeira oportunidade para verem João Mário e Iuri Medeiros a jogar na equipa principal do Sporting, salvo seja. Sem que ninguém percebesse os para quê ou os porquês, ver-se-ia no final da época destituído do seu cargo, fenómeno que nem surpreende vista a forma como naquela altura (Brunos de merda) os dirigentes do Sporting entendiam a formação do clube: depósitos para jovens jogadores contratados que na sua esmagadora maioria não tinham lugar, espaço ou qualidade para representar o Sporting. Foi pena.

    Fica a correcção porque este é um espaço bonito e não fica bem declarar inverdades. Mais se certifica, necessário fosse, que Abel tem muito valor como treinador, como já o teve como jogador, e um trajecto no clube que deixou saudade (não em todos ou sequer na maioria mas que se fodam os todos e as maioria).

    • Eu ia dar uma resposta complexa, mas depois li mais abaixo que o Abel tinha sido um excelente lateral direito e decidi ficar-me por aqui 🙂 Só tenho a dizer que alguém não viu os jogos do Sporting B quando o Abel era treinador. E ali nem se pode falar de falta de ovos, porque o Abel apanhou provavelmente aquela que foi uma das melhores equipas B de sempre.

    • N sabia desses castigos… sendo assim talvez tenha sido o Abel o tr mais importante na vida do JM… mm sem q este o perceba… infelizmente com Iuri deu igual…

  7. Já agora e porque não custa (nadinha) elogiar Abel (porque merece-o), como jogador foi a par de Rogério dos melhores laterais direitos que representaram o Sporting nos últimos 15 ou quase 20 anos, e não só o foi como está associado a 4 do futebol do clube entre 2006 e 2008 (2 Taças de Portugal e 2 Supertaças). Noutro sentido, também relacionado com o seu contributo como jogador, representa infelizmente uma das poucas excepções à incapacidade do Sporting em recrutar no mercado interno, sendo esta uma das principais razões para que exiba um registo absolutamente miserável no aproveitamento que faz dos jogadores que contrata. É mais difícil, por razões óbvias, recrutar lá fora do que cá dentro: não só a observação é mais assertiva nos jogos do nosso campeonato como os jogadores por norma não sofrem de dificuldades relacionadas com adaptação. Por último, e ainda como jogador, é importante lembrar que Abel (vindo do Penafiel) estabeleceu-se na I Divisão quando (surpresa das surpresas) se viu treinado por Jorge Jesus no Vitória de Guimarães. Quando o ex treinador do Sporting substituiu Augusto Inácio nos minhotos, Abel contava 4 escassas utilizações. Com Jesus, assumiu-se rapidamente como uma das suas principais opções, afirmando-se como titular no resto da campanha vimaranense em 2003/04. Foi também em Guimarães que Abel se viu pela primeira vez (e única, julgo) chamado a representar as selecções Nacionais. Daí saiu para Braga e de Braga para o Sporting. No Sporting, à semelhança do que durante muito tempo aconteceu com Rui Jorge, nunca os treinadores precisaram de se preocupar com a posição de lateral-direito, embora (não sei porquê) Abel nunca tivesse reunido consenso entre os adeptos.

    Pronto, fica também esta nota para que Abel (que lê o LE, sei-o de fonte segura) saiba que há muitos sportinguistas que têm muita estima e muita consideração pela sua pessoa, focando-me no Sporting por razões óbvias.

    • Obrigado! Quando alguém pensa como nós (ainda que discorde noutros campos) dá-nos um confortozinho engraçado e inútil por dentro! 🙂 No outro dia a comentar a pobreza que representa Bruno Gaspar (que por vezes faz o Ristovski parecer o…Abel) disse a quem me quis ouvir que desde precisamente Abel e Rogério que o Sporting não tem um lateral direito de jeito enquanto me lembrava e fiz lembrar a feira de horrores que foram Mário Sérgio, Miguel Garcia, Pedro Silva, Cédric (sorry…), João Pereira, Miguel Lopes ou Schelotto. Inclusivamente concluí a dizer que não era preciso um Lahm. Bastava um Abel ou um Rui Jorge.

  8. Que coerência, seus génios imparciais! Agora que o keizer joga todo borrado (como qualquer tuga praticamente), apostando no chutão e desistindo de sair a jogar pelo meio, também não serve? O keizer dos 5 – 4 também não podia ser…se o Sporting tiver muita sorte e entrar na luta pelo título já lhe vão chamar um estratega, com direito a artigo bonito?
    Ah já agora como é que o Braga criou perigo e quantas vezes (não contabilizem o lance anulado porque só foi possível devido a uma falta)? Pá o Braga teve um ou outro lance de jeito (não contabilizei cantos nem despejos para a área) porque os jogadores do Sporting teem medo de ter a bola e perderam-na ou entregaram diversas vezes

    • O Sporting, a jogar assim, nem com toda a sorte do mundo, se intromete na luta pelo título, não se preocupe. Quantas vezes o Sporting criou perigo no jogo de anteontem? Exibiu poucos argumentos para lutar seja pelo que for, desculpe a honestidade. O Keizer não veio revolucionar nada no futebol português, já se viu. Daqui a uns anos, ninguém se lembrará da sua passagem por Portugal.

      • O Sporting teve na primeira parte um lance individual do Rafinha que quase deu golo. Teve uma jogada que acaba com o Rafinha isolado a falhar e teve um lance de golo claro que o acuna falhou após passe de Nani. Não contei bolas paradas nem despejos para a área.
        Dito isto, o jogo do Sporting é mau. Como é o de todas as equipas grandes.
        E este site também é muito bom e já aprendi muito mas também tem artigos em que a opinião parece ter mais a ver com a preferência clubística ou amizades. Ou então depende se a bola entra ( mesmo que por acaso) ou se a equipa tem mais ou menos três pontos.

  9. Acertei quando questionei aqui há semanas se seria sustentável a aposta atacante sem saber defender, reagir à perda, etc.

    O Keiser parece não saber de todo pôr a equipa a defender com poucos atrás da linha da bola. Na verdade nem com muitos.

    Defendo modelos adaptativos mas isto é outra coisa. É um treinador a abdicar do seu modelo quando se viu rapidamente confrontado pelos bons treinadores pt que lhe puseram a nu as suas próprias enormes fragilidades.

    Se é verdade que o Keiser disse ao Abel algo como “este é o vosso futebol”, juntamente com aqueles frases tipo “prefiro ganhar por 4-3 do que por 1-0”, poderemos estar perante um treinador que assimilou a lógica do futebol Holandês de velha escola sem atualizar e adaptar às evoluções obvias que se impõem, e, pior, poderá ser um treinador que pense pouco pela própria cabeça recorrendo a lógicas razoavelmente básicas de ou atacar atacar ou defender defender.

    Expressões como: Momentos e sub-momentos de jogo. Reação à perda. Bola coberta/bola descoberta. Modelo adaptativo. Etc… Não parecem fazer parte efetiva do léxico deste treinador mas felizmente fazem parte do léxico e das práticas de treinadores pt como o Abel, Luis Castro, Pepa, Silas, etc.

    Se não tiver a humildade necessária para aprender em vez de se colocar de forma sobranceira, dificilmente vai continuar a ter esta boa sorte, sustentada e continuada, por cá. Mas ainda pode ir a tempo, se quiser.

  10. Um treinador que chega e surpreende tudo e todos com o seu futebol de passe e ataque pelos 3 corredores mas que mostra debilidades defensivas é criticado mesmo ganhando 3/4/5 golos de diferença. Adapta se, vê que com adversários mais fortes o Sporting não tem jogadores de qualidade para jogar esse sei jogos, muda a forma de construir na primeira fase, mete a equipa mais junta atrás, joga duas vezes com o Porto e uma com o Braga, sem ter feito pré época e em nenhum dos jogos levou baile, tendo sempre mais oportunidades que o adversário é difamado em tudo o que é site ou caixa de comentário.

    Defendo que em Portugal possam morar treinadores melhores que Kaiser, mas também não podemos criticar tudo o que este homem faz por não ser português.. acho um exagero está crítica.

    É um bom treinador, tem ideias, adapta se aos jogadores que tem e jogos q vai realizando e tem valor. Outros que ainda não mostraram muito mais que isto são endeusados por aqui…

    Que não se caia no erro da crítica fácil e pouco construtiva por o homem não ser dos nossos…

    • Quem é que o criticou por não ser português? Se há alguma crítica até é em relação a alguma costela lusa (e medrosa) no seu jogo. Ora vê-lá bem.

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado.


*