Em Braga, um Belenenses super competente no momento defensivo e a querer sempre jogar, sem nunca abdicar dos princípios que orientam o seu modelo.
Para se estar mais próximo de vencer, o Pedro Bouças explica-nos o que é preciso fazer, principalmente quando o adversário é superior individualmente.
1. Modelo de Jogo. Um modelo bem estruturado. Pensado e que consiga garantir mínimos de qualidade nos posicionamentos em cada momento do jogo;
2. Estratégia. Adaptações obrigatórias mesmo mantendo o modelo, em função das características totalmente diferentes do jogo. Diferentes porque perante adversários substancialmente melhor apetrechados;
3. “Sorte” expressa numa eficácia que terá de ser invulgar e bastante superior à do adversário. “Sorte” porque consegui-lo nunca é fácil, e muito menos quando na frente a finalizar estão jogadores com menos capacidade que os outros, que para além de melhores ainda terão mais bolas de “golo”.Pedro Bouças, “Vencer a um grande” (2016)
Contra um dos candidatos ao titulo, que ainda não tinha qualquer derrota esta temporada em casa para o campeonato, o Belenenses fez uma exibição muitíssimo competente e ser competente é, também, adaptar-se a cada circunstância do jogo. Se tivermos que defender mais baixo, defenderemos mais baixo. Se tivermos que abdicar da bola, então abdicaremos da bola para nos protegermos! Isto é ser competente e inteligente. Tudo isto para maximizar as hipóteses de ganhar porque, no final de tudo, é o mais importante no jogo!
Do ponto de vista estratégico, o Belenenses apresentou-se no Estádio Axa num 5x2x3 semelhante ao que o Sporting apresentou e surpreendeu na semana passada em Alvalade. Num bloco médio/baixo, o histórico clube de Belém criou muitas dificuldades ao Braga. Primeiramente, foi capaz de controlar os corredores laterais do Braga com a utilização de uma linha defensiva de 5. À saída a 3 do Braga, a 1ªlinha de pressão esperava em zonas mais baixas para depois saltar na pressão aos centrais e os laterais controlavam a largura defensiva. Por fim, a proximidade entre os três centrais e os dois médios dificultou a entrada da bola no espaço entre sectores e o respectivo, enquadramento do adversário com a sua baliza!
No momento ofensivo, em ataque posicional ou em transição ofensiva, o Belenenses manteve-se fiel à sua identidade. A equipa alterou a forma como ataca no momento ofensivo para um 3x4x3, mas sem abdicar dos seus princípios como a saída curta desde o Guarda-Redes. Os Azuis procuraram de uma forma até exagerada a profundidade (Erros dos últimos jogos na construção podem explicar isto) com movimentos constantes no espaço por parte de Licá. A força destes movimentos de Licá ficou demonstrada no 2ºgolo dos Azuis de Belém com uma ruptura do avançado no timing certo que o permitiu ficar isolado. A grande revelação do campeonato (dadas os condicionalismos à volta do clube) demonstrou-se muito capaz no aproveitamento da profundidade, sobretudo em transição ofensiva.
A qualidade do seu discurso, a sua “identidade variável” e principalmente, a valorização dos jogadores são marcas da Identidade Silas que se devem elogiar. O futuro será, certamente, risonho para a equipa técnica de Belém porque, em tudo o que podem controlar, são extremamente competentes!
Abel terá perdido a Liga numa semana. O maior ganho foi o respeito que almejou durante todo o ano, que tem levado a que todos, inclusive quem até tem outros recursos como o Sporting tenham adaptado toda a sua forma de jogar para com o Braga poder competir. O passo seguinte terá de ser a reinvenção num modelo tão vincado em termos de posicionamentos e movimentos.
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Bom post!
Gosto muito do Silas. Parece-me muito competente e com boa ideias. Estará pronto para um grande?
Obrigado DL!
Acredito que mereça lutar por outros objectivos com um plantel de maior qualidade, mas não sei se estará pronto para um grande.