O Super Clássico da desilusão

O Santiago Bernabéu recebeu aquele que terá sido provavelmente o pior super clássico do século XXI.

Tacticamente não foi um jogo melhor que qualquer outro que se possa assistir no Brasileirão.

Onze jogadores contra onze jogadores, sem qualquer noção colectiva, seja nos posicionamentos e movimentos a defender ou a atacar. Ausência de linhas, mas nem porque se defendeu ao homem. Na verdade, encostar homem ao homem teria sido mais interessante que “fingir” defender à zona, não tendo qualquer noção de posicionamento.

Se com bola, importa progredir de espaço para espaço (sair em primeira instância para as costas dos avançados, em segunda instância para as costas dos médios, e por fim para as costas dos defesas), sem bola importa precisamente impedir que tal aconteça. Como? Fechando os espaços.

Do ponto de vista táctico, tudo foi realizado contrariando o que são os bons princípios e movimentos colectivos. Enquanto quem não tinha a bola, não fechava os espaços, quem a tinha, não colocava elementos no espaço que se deveria invadir.

Ausência de coberturas, linhas com diagonais mal orientadas, espaço abundante para explorar, e quem tinha bola não o explorava. Um super clássico lastimável.

Linha média do Barcelona a Kms de distância da linha defensiva. Real Madrid sem colocar ninguém para receber já nas costas dos médios, para então ligar para as costas dos defesas
Caminho aberto por entre linha média do Barcelona (Linha a preto), para que Real possa chegar ao espaço entre sectores. Mas Real, com pouca presença entre linhas para aproveitar! Linha branca mostra o posicionamento correcto da linha média – Com coberturas para impedir que bola entre por dentro!
Marcação individual no centro da defesa do Real, mesmo que não tenha havido apoio frontal. Linhas sem qualquer coordenação – Espaço entre linhas e entre a mesma linha
Incrível o espaço nas costas da linha (burra) média do Barcelona. Burra porque todos lado a lado sem qualquer cobertura, quando há proximidade com a bola. Real sem intenção de explorar mau posicionamento adversário, usa quase toda a equipa fora do bloco e fora do corredor central
A total ausência de coordenação entre as linhas (que linhas?) e por momentos fica a sensação de que o Real voltou umas décadas atrás, jogando com um líbero
O cumulo da diagonal dos médios e defesas do Barcelona estar invertida! A abrir avenidas para entrar nas costas dos médios, e com condições para depois entrar nas costas dos defesas. Assim o Real tivesse alguém para jogar em tal espaço…


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2 Comentários

  1. Confundir estrategia e modelo dà estas confusoes e posts sem nexo.
    Encurtar as linhas para defender espaço zonal nao serve com jogadores que fazem a tactica do jogo como o Kroos e o Modric. As imagens do post sao paradas antes da jogada e nao dizem nada do que é o jogada do meio: o espaço entre linhas é preenchido consoante a jogada. O Kroos e o Modric jà jogam no meio da jogada atràs da linha media do Barça e esperam o apoio do Benzema que recua no espaço entre linhas e um dos dois precitados que vem ocupar também esta zona para entra nesse espaço. Igual para o Lucas que vinda da direita cria no centro do jogo com os mesmos apoios. Por isso, o Barça nao vai encurtar a linha media com a linha da defesa porque tenta encurtar o espaço da linha media com o Kroos e o Modric.

    Quanto ao Messi que cria o jogo quase todo ofensivo do Barça, esse joga em todo o terreno para procura apoio ou profundidade, a estrategia é de preferir uma marcaçao individual do casemiro e aquela ideia do Varane, deixo a adivinha.

    Nao vi o jogo mas como desprezar duas das equipas que ganham tudo nos ultimos dez anos pensando que a sua ideia do seu modelo aplica-se a tudo. O modelo português baseado na organisaçao/transiçao é para aqueles que nao entendem o futebol e a importancia dos três momentos das jogadas ( em portugal, sao apenas sub-momentos), e da mais importante dessas, o meio: momento da criaçao dos jogadores. Em Portugal,por causa da nossa ideologia do modelo, jà temos poucos jogadores criativos comparados com os espanhois, e jà nao entendemos as estrategias para contrariar esses criativos.

  2. Desde que o Valverde assumiu a equipa, tem sido assim nos jogos grandes, marcar o golinho baixar as linhas e fé em Deus, ou se quisermos fé no trio da frente

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