É para correr ou não é para correr?


Não faz qualquer sentido dizer que determinado jogador é bom pela quantidade enorme de km que fez num jogo, mas atenção, também não faz sentido dizer que quem joga bem não precisa de correr. Isto foi um erro que se estabeleceu para tentar contrariar uma lógica que vigora, mas deve-se tentar combater a mania da quantificação com mais entendimento do jogo e não com mais (ainda que diferente) quantificação. Porque os km são algo vazio de significado se não tiverem associada uma inteligência (um jogador), que saiba quando correr e para onde.

João Baptista, in Bola na Árvore (aqui)

Como forma de se contrapor erros muito comuns, houve demasiadas más interpretações. Uma comum é acreditar que se podem ganhar jogos sem correr, ou pior, que uma boa exibição tem limite para os kms percorridos, e que a velocidade de deslocamento não é importante.

É! Bastante. No caso do momento defensivo, é tantas vezes esta velocidade de deslocamento e disponibilidade para, que permite fechar espaços e impedir os adversários de orientarem o ataque para onde pretendem.

O golo que eliminou o Real Betis da Taça do Rei teve inúmeras más abordagens, mas o comportamento de William chega a ser inenarrável. É porque não demonstra qualquer disponibilidade para abrir um pouco a passada e fechar o espaço interior, que tudo se inicia até ao eliminar da equipa de Quique Setién.

O rendimento defensivo de William está a anos luz daquilo que pode ofertar com bola, e essa é a razão pela qual joga numa equipa de terceira linha europeia.


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Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

3 Comentários

    • De banal o William tem pouco. O problema dele é mesmo a cabecinha, e a forma como saiu do Sporting no ultimo verao, so veio piorar as coisas nesse aspecto, e provavelmente por-lhe o prego no caixao da sua carreira.

      Se calhar se o clube de formaçao dele fosse outro, ja se podia apelida-lo de “golden boy” a vontade, que ja ninguem levava a mal, como ja fizeram com tantos outros que foram capas de jornal.

  1. O william é um jogador intrigante. como já foi aqui frisado inumeras vezes é um jogador com muita qualidade com bola e a iniciar a construção. No entanto, é para mim incompreensivel como um jogador aparentemente inteligente e com qualidade falha tanto no capítulo defensivo. A velocidade de deslocação dele ja foi mais vezes motivo de chacota e recordo o video que se tornou viral dele na seleção quase em camara lenta.

    seria interessante que alguem com conhecimento de causa explicasse o porquê destas diferenças de comportamentos no William.

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