Um Porto à Conceição entre os 8 melhores da Europa

No jogo decisivo entre Porto e Roma, o Dragão assistiu ao regresso de um Porto enérgico à imagem de Conceição. Pressionante, intenso e agressivo em todos os momentos do jogo foi chave que permitiu à equipa portista chegar aos quartos-de final da Champions League.

Perante uma Roma que se posicionou num 3x4x3 no momento ofensivo, o Porto manteve o seu habitual 4x4x2 clássico que se desmontava num 4x4x2 losango para impedir a saída curta da equipa italiana com a sua linha defensiva bem subida para manter reduzidas as distâncias entre sectores.

Durante toda a partida, a equipa de Conceição nunca deixou jogar a equipa romana. A pressão que exercia sobre a sua construção foi avassaladora e naturalmente, foram surgindo várias recuperações em zonas adiantadas como aconteceu no primeiro golo portista pela sua capacidade invulgar de forçar o erro. Com isto, o Porto foi criando várias situações em transição ofensiva que permitia aos ‘azuis e brancos’ chegar à baliza adversária. A capacidade física de Marega e Soares, tanto para pressionar como para acelerar depois de recuperada posse, foi determinante para a vitória do FC Porto.

“Voltamos a ser uma equipa muito pressionante, muito forte a reagir a perda e com muita vontade de chegar à baliza adversária. Para criar dificuldades ao adversário,teríamos que ter um bom misto entre um futebol mais ligado e um futebol mais vertical. (…) Acho que a relação entre Otávio,Marega, Corona e Soares e um bom equilíbrio posicional entre os dois médios originou uma grande qualidade de jogo.”

Sérgio Conceição

Em ataque posicional foi uma equipa inteligente. Inteligência, expressa na capacidade de jogar em função daquilo que o jogo pedia a cada momento. Tanto procurou um jogo mais vertical com os ataques à profundidade de Marega como também um jogo mais apoiado com ligações constantes por dentro e por fora do bloco adversário. Os posicionamentos com bola mantiveram-se em relação aos do Clássico, sempre pensados para os momentos seguintes à perda da bola.

À capacidade de aproveitar a profundidade, os maiores desequilíbrios em organização ofensiva surgiram pelo corredor esquerdo, onde o Porto apresentou uma dinâmica interessante com trocas posicionais entre Corona e Soares quando Telles não se encontrava projectado com o internacional mexicano a criar inúmeros desequilíbrios. Com alguma facilidade, a equipa de Sérgio foi chegando a zonas de cruzamento e aí, a colocar muita gente em zonas de finalização, habilitando-se à felicidade que fez por merecer.

O FC Porto de Sérgio é uma equipa fortíssima naquilo que se propõe a fazer. Desenhou um modelo que potencia as características dos jogadores e ao mesmo tempo, aproxima a equipa da vitória. Quem é que imaginaria ver, entre outros, Marega a ser tão preponderante num clube como o FC Porto?

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Apaixonado pelo jogo e pela análise. É o pormenor que me move na procura do conhecimento. Da análise ao jogo, passando pelo treino, o Futebol é a minha grande paixão.

10 Comentários

  1. Acham mesmo que só há elogios para o jogar do representante português nas “8 melhores da europa”? ?

    Acham mesmo que adversário, a Roma, que mesmo em semi-crise manteve a eliminatória em aberto até ao fim, está capaz de pertencer às 8 (por pouco), ou 9… ou mesmo 16 melhores?

      • Ahhh, a clubite, essa malvada!!
        Achas portanto que o que me move é desvalorizar o Porto por eu ser de outro clube? Ou será que o teu comentário é que tem esse tipo de pecha?
        Se a clubite contrária fosse a minha questão, até ficaria muito contente com a enorme satisfação com o jogar do Porto, entendes?
        Mas eu gosto mesmo é de tentar não me deixar embriagar com resultados e perceber o quão são sustentáveis.
        Acho que este Porto do SC tem tido sucesso por mérito próprio mas também pela falta de oposição capaz.
        Queres falar nisso ou preferes ficar pelos egos clubísticos?

        • Pois é, acho que só fizeram 16 pontos na fase de grupos da maior prova mundial de clubes. E entretanto eliminaram a Roma. Vá, coisa de somenos que imensas equipas portuguesas atingem ano sim, ano sim. 31 remates ante a Roma, 69% de posse de bola, isto evidentemente sublinha um jogo onde o Porto teve imensa dificuldade com bola. Aliás, até ser banalizado por um Dinamo de Zagreb nunca será verdadeiramente testado.

          • Uiii, à espera do fim do jogo do Benfica para depois vires exercitar o ego clubítico?
            Eu vi logo que não querias falar de futebol, mas pelo menos perguntei para ter a certeza 😉

            Para continuares o exercício, sugiro que fales com o Ricardo que me respondeu a um comentário no post anterior que o Porto teve 59% de posse de bola e 28 remates – resolvam lá isso…

            Entretanto reitero os meus parabéns pela passagem à fase seguinte. Já sabes que as contas só se fecham na 2ª mão 😉

          • Como assim, 2ª mão? Então o jogo não se avalia em si só? Isso já parece resposta de clubista. O vosso querer falar de futebol eu já conheço bem, repetir o “em crise” a seguir ao “Roma” a cada duas frases denuncia um bocado. E é completamente estrangeiro à análise do jogo, mas quem aqui não quer discutir futebol sabemos bem quem é.

          • João,
            Passaram uns dias e uns posts e não está disponível o link de resposta ao teu ultimo comentário. Em todo o caso cá vai mais uma tentativa…

            O jogo avalia-se em si só, mas achas que não faz diferença ser a 1ª ou 2ª mão? Achas que não faz diferença, na estratégia de abordagem ao jogo, saberes que tens um 2º jogo e que o resultado final é o somatório de ambos?

            Quanto ao “vosso querer fala de futebol eu já conheço bem”, está visto que esse “bem” é grande inimigo do ótimo.

            João,

            Eu criticava aspetos do JJ no Benfica quando só havia elogios para ele.

            Eu criticava aspetos do Lopetegui quando estava, no inicio, em estado de graça no Porto…

            Critiquei a transição defensiva do Keizer antes da derrota em Guimarães…

            Critiquei já na época passada o excesso de elogios ao Porto do SC porque a meu ver não vinha tendo concorrência à altura e mantenho essa ideia.

            Fui totalmente surpreendido (eu e diria que toda a gente) pelo Lage e penso que, após a quase perfeição inicial e o normal fim do estado de graça, está na hora de ele reinventar o lado adaptativo do seu modelo de jogo sem perder a identidade mas sabendo que o efeito surpresa vai-se e cada vez há maior estudo dos comportamentos das movimentações da equipa por parte dos adversários (aproveitar espaço cedido pelos laterais projetados, evitar espaço entre linhas nas zonas de criação do Benfica, etc…)

            Critiquei já na época passada o excesso de elogios ao Porto do SC porque a meu ver não vinha tendo concorrência à altura e mantenho essa ideia.

            Não me sinto mais que os outros, mas parece que muitos só querem dizer o que parece bem em cada momento e que os são exclusivamente os
            resultados que definem quem joga e quem joga mal…

            Se achas que o Roma não está em crise e se estás contente com o “teu” Porto a jogar (utilização do corredor central de forma destruturada e dependente do físico de alguns além do excesso de cruzamentos, etc), força nisso. Agora não me tentes colar à postura clubística, que, de entre nós, não foi exercitada por mim.

  2. Continuo a achar a insistencia no Pepe um erro.

    A dupla Felipe + Militão estava a funcionar na perfeição.

    Chocante a quantidade de passes errados do Pepe e que resultaram em lances de perigo.

    A equipa foi apanhada muitas vezes descompensada nas laterais.

    O ataque achei muito pobre, demasiadas situações de 1 contra 1, sem colegas por perto para ajudar. Sempre na pressão e na luta…

  3. Quem sabe falar de futebol, sabe embelezar o que na realidade não é isso que transparece.

    A começar pelo grande responsável do estado actual do Fc Porto, Sérgio Conceição, é justo dizer que com todos os seus handicaps, consegue transmitir à equipa a sua vontade de vencer, a sua garra e a necessidade de deixar a pele em campo . Mas só e “apenas” isso.

    Querer falar de qualidade coletiva, numa equipa sem ideias, onde o jogar é gerido somente pela motivação, é a mesma coisa que dizer que a menina mais feia lá da rua ficou bela porque a maquiagem conseguiu fazer milagres. Enganam-se, ela continua a ser feia.
    Agora vejam o que acontece no Fc Porto:
    Jogo vertical, ( para nao dizer balão para a frente);
    Qualidade individual de Brahimi, Corona,Oliver…que permitem criar boas oportunidades de golo;
    Poderio físico de Marega,Aboubakar e mesmo Tiquinho para guardam a bola enquanto os craques nao chegam.
    E isto falando ofensivamente para nao alongar muito.

    Acredito que o Fc Porto tem jogadores para muito mais, mas que com esta ideia de jogo e tipo de liderança, nunca vai passar deste futebol básico e esforçado. Sei que tem chegado para os gastos, mas talvez o futebol português mereça mais duma equipa candidata a ganhar tudo.

    Bem hajam

  4. Sem entrar muito no campo da futurologia, o que acham que vai ser do futebol do FCP se perder Herrera?

    Eu não vejo uma dupla Oliver/Danilo a funcionar tão bem.

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