O Futebol joga-se com a cabeça. As pernas estão lá para ajudar.
Johan Cruyff
O futebol é um jogo de antecipação e tomada de decisão rápida.
Os melhores jogadores do mundo são notáveis porque são capazes de ler o jogo e tomar decisões rapidamente.
Ninguém nasce com esse talento inato…é necessário aperfeiçoá-lo.
A neurociência tem feito a diferença no desporto de alta competição e com tecnologia de interface cérebro-computador é hoje possível literalmente treinar o cérebro.
E se regra geral os jogadores de futebol não são tidos como sendo os indivíduos com o Q.I mais alto, saiba que os bons atletas são excelentes num conjunto de capacidades chamadas “funções executivas”, nestas capacidades estão envolvidas a capacidade de foco e atenção, rapidez de leitura de uma situação, planeamento da ação e antecipação.
Parece muita coisa para se ter sob controlo?
E se lhe dissermos que para ser excelente será necessário que controle essa capacidade e ainda que seja capaz de se manter calmo e sob o total controlo do seu sistema nervoso….aí sim temos o atleta perfeito!
O futebol está a tornar-se mais rápido. Em 2006 quando a Alemanha terminou em 3º na copa do mundo os atletas tinham a bola em sua posse uma média de 2.9 segundos, em 2014 quando ganharam, este número tinha caído apenas para 0,9 segundos.
Não sobra muito tempo para pensar… a capacidade de decidir rápida e friamente faz a diferença no campo.
Os atletas treinam para estarem fisicamente no seu melhor e dedicam centenas de horas em treino de força, velocidade, equilíbrio, coordenação, reflexos e resistência…o que faz todo o sentido, afinal maior, mais forte e mais explosivo é melhor. Mas se o corpo está a ser treinado com um rigor nunca antes imposto não deveriam também estar a treinar o cérebro?
E não estamos a falar de coaching e palavras de motivação no balneário…estamos a falar de neurociência! Nos próximos anos iremos assistir á revolução do treino mental no desporto, do laboratório para o campo, chamam-lhe já o doping mental.
Texto de Juliana Monteiro CEO Neuropulse®
Neurocientista e Psicóloga Clínica Especialista em Peak Performance com Biofeedback, Neurofeedback e t-DCS.
Eu não sei se fique maravilhado ou assustado…
Tenho algumas perguntas de ignorante na matéria.
O cérebro não faz parte do corpo?
Se alguem nascer cego, surdo, mudo, sem tacto e sem olfacto, será capaz o cérebro de se desenvolver?
Uma criança para aprender a pegar num copo, fechar uma porta, etc, não tem de tentar fazê-lo centenas ou milhares de vezes para criar as ligações necessárias no cérebro (desculpe a linguagem pouco tecnica e provavelmente errada) para o poder fazer bem, ou o treino é só para a parte muscular? Neste ultimo caso não nasceremos já com a capacidade inata de fazermos isso tudo?
hoje já não tenho tempo para mais mas amanhã continuarei com as perguntas. Só mais uma:
Se nunca formos ao outro lado do monte, será que conseguimos conhecer e compreender o que lá está?
Tenho que admitir (facilmente) que as minhas perguntas são do mais ridiculo que há. Li o texto ja com os copos e preconceituosamente. assumi erradamente que era um texto que dividia o cerebro do corpo como se divide o bem do mal, a vida da morte etc. Peço mil desculpas!