De pés trocados na traição de Jesus

Foi bastante impressionante a entrada do Mengão na partida da Copa do Brasil contra o Atletico Paranaense.

Pressão bem definida, a obrigar adversários a jogar sem critério, recuperação da posse e Atletico remetido ao seu meio campo defensivo.

No segundo período, e já em vantagem no marcador, quando menos se esperava o Flamengo consente o golo do empate que empurrou a eliminatória para as grandes penalidades.

Do lance do empate, algumas considerações importantes a reter:

  • A pressão do Flamengo no lance do golo foi realizada exactamente como pretende Jorge Jesus (ver “como defendem as equipas de Jesus” (aqui) – No momento (saída a jogar) e da forma correcta;
  • Desde há bastante que nos temos referido à crescente importância do pormenor no jogo. O Pormenor que vai ao ponto de não bastar estar bem posicionado, mas também estar bem orientado (para onde virar o corpo?). Porque não estar bem orientado é o que poderá retirar aquele (milésimo) segundo suficiente para se chegar tarde;
  • Foi precisamente da má orientação corporal dos zagueiros que o Flamengo se tornou vulnerável. Com portador da bola aquela distância, mesmo sem pressão (isto é, sem ter adversário colocado entre ele próprio e a baliza do Fla), não era o momento de nenhum zagueiro travar esperando o opositor, mas antes precaver o que veio a acontecer – O passe para as costas da linha da defesa. Então – havia que orientar o corpo na diagonal direccionado para a sua própria baliza e não ficar de frente para a baliza adversária! Porquê? Porque virado para a própria balizar e em deslocamento, depois do passe sair, os zagueiros chegariam sempre mais rápido ao espaço nas costas e poderiam impedir o atacante de receber só com Diego pela frente.

CERTO!
ERRADO!

Para ajudar a perceber a importância de orientar o corpo para que se consiga estar preparado para ir buscar uma bola nas costas, e o momento ideal para travar e sair na bola, espreite:


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Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

1 Comentário

  1. Ja aqui escrevi varias vezes. Isto é clássico Jesus: falha a primeira fase de pressao, bola no meio, onde ha sempre pouca gente (podia ter entrado no meio logo no primeiro passe), bola nas costas do lateral e já foram. è lhe muito dificil segurar o resultado. Ou da 4 ou acaba por sofrer.

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