Vencer um grupo onde estava a selecção italiana e espanhola é sempre digno de relevo. A equipa sub 19 nacional, mesmo com algumas baixas porque jogadores integrados no plano de preparação das equipas principais, tem-se apresentado de forma muito notória no Europeu da Arménia, mesmo que tenha sofrido as expectáveis dificuldades no jogo contra a Espanha. Esse que terá sido o único jogo em que não controlou na íntegra, embora também não tivesse permitido ao seu adversário, em número de criação veleidades para um resultado muito diferente do que obteve.
Alguns destaques:
Tomás Tavares (2001) – A inteligência e multilateralidade permitem-lhe ocupar o corredor defensivo de cada um dos lados, e até o central, embora não tenha sido utilizado ai. Elegância, qualidade técnica, e percepção do momento ideal para acelerar ou pausar em posse. Uma espécie de Kimmich de nacionalidade portuguesa. Tudo o que faz, faz bem e com critério.
Gonçalo Loureiro (2000) – Como cresceu nos últimos anos o central da selecção portuguesa. Concentrado, agressivo, bem posicionado e sempre com a orientação corporal adequada, que lhe permite ganhar milésimos de segundo decisivos para defender com qualidade. Defensivamente é uma muralha.
Diogo Capitão (2000) – Depois de uma época de crescimento na Liga Revelação, o médio defensivo apresenta-se no Europeu a um nível muito apreciável. É o garante dos equilíbrios quer nas saídas dos centrais, quer quando se impõe fechar o espaço à sua frente. Com bola varia com facilidade o corredor e dá saída ofensiva à equipa pelos espaços menos povoados.
Fábio Vieira (2000) – O médio interior deu nas vistas no golaço que restabeleceu o empate na partida contra a Espanha. É mais que bolas paradas, contudo. Um criador que ajuda a equipa não só a chegar ao último terço, como quando lá chegado descobre os colegas em zonas de finalização. Toque e criatividade do “10” nacional.
Vitor Ferreira (2000) – Já me havia referido a Vitor (aqui). O médio joga e faz jogar, encontra mil soluções para com bola continuar a definir com qualidade o jogo ofensivo da selecção. Seja em progressão quando há espaço ou em passe a descobrir colegas entre linhas. De nenúfar em nenúfar, com uma leveza incrível a cada toque na bola, pauta todo o jogo de Portugal.
Felix Correia (2001) – O irreverente extremo que está a caminho de Inglaterra é um dos mais talentosos das novas gerações em Portugal. Drible e consequente desequilíbrio fácil, é um dos mais capazes de criar e alimentar as zonas de finalização. Tem provado no Europeu o porquê de despertar tanto interesse na Europa do futebol.
Tiago Gouveia (2001) – É a arma secreta da selecção de Filipe Ramos, e nas duas aparições correspondeu de maneira tremenda. Contra a Espanha ao iniciar as saídas rápidas que podiam até nos últimos quinze minutos da partida fazer cair outro resultado para Portugal, e contra a Arménia a provar o que dele se conhece. Incrível apetência para deixar marca em zona de finalização, pela extraordinária percepção que tem de cada lance quando a bola se aproxima das balizas adversárias. O homem da Liga Revelação (aqui) não pára de crescer.
Filipe Ramos – Excelente a decisão de ter utilizado todos os jogadores convocados, ao substituir os guarda redes na última partida do grupo. As grandes conquistas também se fazem com grandes homens a dirigir.
E com alegria que li o texto, parabéns