É mais ou menos garantido que na grande maioria das vezes que um clube grande perde, sobretudo dentro da sua própria casa, que tal acontece por uma eficácia extraordinária do visitante, aliado a um pequeno “factor sorte”.
O que a equipa de Carlos Carvalhal fez em Alvalade fugiu por completo à norma. O Rio Ave não teve a sorte do jogo. Qualquer lance dos que culminaram em golo trouxeram trabalho de casa, e a superioridade vilacondense foi uma evidência ao longo de mais de 70 minutos na partida. Que se desconte 20 da primeira parte.
Superior porque sem bola controlou de forma exemplar o ataque posicional leonino – Não permitiu que o Sporting saísse com critério desde trás, mas antes obrigou a equipa de Keizer a muita bola longa na procura dos corredores laterais, porque a sua pressão foi sempre eficaz. Não permitiu ainda que o Sporting chegasse às costas de Taremi e Bruno Moreira (que trabalho notável defensivamente e ofensivamente da dupla), e sem entrada em segundas zonas para construir, não houve entradas leoninas em criação e muito menos lances em número suficiente para finalizar.
E das poucas vezes que o Sporting conseguiu ter bola de frente para médios vilacondenses, um destaque muito grande para Tarantini – Ultra inteligente a não sair para não libertar espaço onde Vietto pudesse receber, mas antes a ficar cortando entrada da bola no Argentino, condicionando decisão do adversário a seguir por outro lado.
E com bola foi sempre possível à equipa de Carvalhal, com um pouco de paciência na construção – Louvor para Aderlan, Borevkovic, Tarantini e sobretudo Felipe Augusto – chegar as costas dos avançados do Sporting e daí ou explorou a zona de criação, ou quando a distância para a última linha do Sporting era curta, saltava logo a zona de criação, e criou nas rupturas de Taremi sucessivos lances de perigo muito elevado.
A face mais visível de um jogo fantástico sobre todos os aspectos (Defensivo e Ofensivo) foram os constantes movimentos inteligentes da dupla de ponta de lanças da equipa de Carvalhal. Os apoios frontais de Moreira que trouxeram Mathieu enquanto Taremi explorava o espaço nas costas partindo o seu movimento fora do campo visual de Coates que sucessivamente chegou tarde, foram uma lição táctica de nível mundial!
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Maldini, o melhor é ires seleccionando o “à espera do fim” para o outro careca.
Com o Keizer a bola lá atrás queima.
E aí é o princípio de muita coisa, desde logo o princípio do fim de qualquer elogio que se lhe possa fazer.
Penso isso agora, como já pensava quando ainda o Keizer goleava nas primeiras jornadas, como aqui disse.
Ou seja, desde as primeiras jornadas do Keizer na época passada e após ter caído com o Guimarães (pese embora nas 2 jornadas anteriores já o Costinha e o Vitor tivessem entendido bem o que fazer mesmo perdendo), o Sporting mudou coisas e ora faz isto ora faz aquilo, seja 3 centrais, seja 2, etc, surpreendendo eventualmente o adversário mas sem identidade, sem uma lógica que coloque a equipa a entender os momentos de jogo. Será que ainda nos vai surpreender pela positiva?
Parabéns ao Carvalhal! Como já cá disse, gostava de o ver como selecionador.