A Páscoa do Fla

O nome Jesus é associado a sofrimento, a penitência, a remissão dos pecados. Aquando da Páscoa – que deveria ser o feriado religioso mais importante (e já explico porquê) – o foco dos ‘crentes’ é na cruz e, mais uma vez, no ‘morrer pelos pecados’. À (falta de) luz desta ideia, o ser humano é um pecador, um ser limitado e cheio de falhas que, neste planeta, nada mais tem a fazer do que esperar pela morte para que, noutro lado qualquer, Deus lhe possa dar salvação.

Ora, pelo contrário, a Páscoa e o nome de Jesus (Cristo), devem ser associados a ressurreição e transcendência. Assim, ao invés de nos focarmos no Jesus crucificado, a metáfora da sua vida deve ser feita a partir do Jesus ressuscitado. E que tem isto a ver com Jorge Jesus e o Flamengo?

Se imaginarmos os 4 lados da cruz como o corpo de identidade, o corpo mental, o corpo emocional e o corpo físico, vemos que o futebol do Brasil está crucificado, pregado a ideias velhas e rudimentares que lembram (pela sua intransigência à inovaçao) as dos fariseus que crucificaram Jesus – esperando que a sua morte física impedisse o salto quântico que as suas ideias trouxeram. E a nova identidade que Jorge Jesus trouxe à Nação é em tudo semelhante à ressurreição que é a lição de Cristo. E Cristo está, constantemente a abanar o status quo, constantemente a renascer e a reinventar-se. E nesse aspecto, Jorge tem o nome perfeito para chamar a atenção a um dos seus melhores aspectos: a capacidade de inventar planos e sistemas que, na realidade brasileira, são acima do que havia antes. E por isso esta BD é tão feliz, como a passagem de JJ pelo ninho do Urubu. E, sem clubismo (porque Jesus é de todos os que o aceitam), quão felizes deveriam estar todos os portugueses, numa altura em um dos nossos prova (mais uma vez) que podemos transcender em toda e qualquer parte do Mundo? A mim deixa-me especialmente feliz, porque me servirá de exemplo e me dará coragem para abanar, sempre, o status quo e nunca deixar a ideia morrer nas areias movediças do mesmo. Queremos mais do mesmo ou mais que o mesmo? A pequena diferença nestas duas orações definirá se estagnamos ou crescemos.

2 Comentários

  1. De início pensei que tinha o potencial para o sucesso mas também sério risco de não conseguir ter os jogadores focados na mudança o que levaria ao desgaste no balneário, nos midea e social media, adeptos e direção.
    Sinceramente o que mais me impressionou foi ver, poucas semanas depois de o JJ aterrar, um central dizer em conferência de imprensa que achava ter já muita experiência e que no entanto estava a aprender o que nunca antes tinha aprendido, nomeadamente não sair desde logo no jogador com bola e sim respeitar movimentos coletivos.
    Depois naa semanas seguintes veiram outros jogadores falar da mesma forma e aí percebi que podia acontecer o que está a acontecer e até que a seleção brasileira pode não ser uma miragem.
    Nada ainda está ganho mas o futebol brasileiro já ganhou muito, como aliás o PB previu com ressalvas semelhantes às que coloquei acima.
    Importa salientar que uma boa parte do que está a acontecer é possível só onde o treino está longe de ser o que até cá já é, em todo o caso, e mesmo achando que, se houver outras épocas poderá também vir ao de cima a soberba e a teimosia do JJ, sinto hoje o orgulho que referes.

  2. Prezados meu nome é Edson Correia, moro no Brasil e sou torcedor do Flamengo. Aqui no Brasil realmente tem uma soberba com relação ao que vem de fora. Achamos que sabemos tudo e o tempo mostrou que nao e bem assim. O brasileiro, na verdade, nao gosta de futebol ele gosta de ganhar. A prova esta no baixo publico nos estádios. É bem verdade que o futebol pobre e os altos valores ajudam. Em apenas alguns meses veio um treinador de Portugal que mudou, pelo menos a dos adeptos do Flamengo, o modo de ver os jogos e, por incrível que possa parecer, transformou os torcedores, o clube, a cidade e o país. Hoje estamos, nos brasileiros, envergonhados de quanto estamos atrasados e o que jogamos aqui nao é futebol, só parece. Espero que o JJ fique aqui pra sempre e caso saia que os mandatários do clube mantenham esse pensamento. Hoje se perguntar a qualquer torcedor do Flamengo sera quase unanime que nao queremos mais esses técnicos ultrapassados e arrogantes no comando. Espero que todos os demais clubes, técnicos e torcedores ao invés de criticarem possam copiar esse modelo para poder tornar o futebol mais prazeroso de assistir. Att Edson Correia

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