O desaparecimento de Luis Diaz na fria noite do Dragão

Já o referi, o colombiano é a surpresa maior da Liga. Um nível qualitativo inacreditável para quem chega pela primeira vez e aos vinte e dois anos à Europa.

Qualidade técnica, capacidade de desequilíbrio no dribe, uma cadência de passada elevadíssima que permite ganhar muitos metros em pouco tempo nas situações de saída rápida, e competência muito alta a finalizar.

Em cima das evidentes qualidades técnicas, já mostrou aquela personalidade própria de quem sempre vinga – Na Luz, por exemplo, de todos os que estiveram em campo de um lado e do outro foi dos poucos que quis sempre ter a bola e que continuou a ser capaz de usar sempre o cérebro.

No novo modelo de Sérgio Conceição, que trocou a presença a quatro na frente no corredor central – Com os alas que vinham para dentro e jogavam nas costas de dois avançados, Diaz forma um triângulo com Otávio nas costas de Soares.

O espaço ficou mais curto, e as possibilidades de receber com mais tempo para poder virar e encarar o jogo de frente à procura do desequilíbrio diminuíram em função de haver agora um central que sai sempre aos seus apoios frontais – Antes ambos os centrais estavam condicionados com a presença de dois avançados. Diaz tem potencial para crescer ainda mais e tornar-se também diferenciado em situações que exigem resolução mais rápida e simples, mas é possível que o seu apagão na recepção ao Desportivo das Aves se relacione com a adaptação a um papel não muito distante do que já antes tinha, mas que porque coloca o FC Porto mais equilibrado (mais um homem atrás), deixa maior conforto aos adversários no controlo do espaço entrelinhas.

O que é certo é que mesmo na noite de ontem, sempre que recebeu com espaço e de frente para a baliza, Luis Diaz foi Luis Diaz, um jogador fadado para outras realidades.


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Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

3 Comentários

  1. Ok mas não é fácil jogar à bola nesta equipa do FCP. Todos os bons jogadores têm dificuldades e todos os brutamontes destacam-se. Ontem o Pepe e o Danilo deram um show de correrias, cortes e chutões! Foi uma alegria! Confesso que deve ter sido o primeiro jogo quase completo do FCP que vi nos últimos meses, até porque o Flamengo já estava decidido, então não sei bem se tem sido sempre isto. Mas não é fácil assistir a um jogo de futebol (??) entre o FCP e o Desportivo das Aves. Duas equipas que fazem os possíveis e os impossíveis para não jogar nada.

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