A noite dos duelos

A noite em que o Benfica voltou a não competir na Europa. A diferença que apresenta para os competidores internos, aparenta ser a mesma que sente perante equipas da realidade francesa ou alemã – As de nível médio-alto, diga-se.

Num jogo bastante mais veloz e que exige respostas mais prontas do que os da realidade nacional, onde o Benfica praticamente não tem de defender, a diferença maior fez-se sentir ao nível dos duelos. Se o espaço escasseia, mais surgem e maior importância estes assumem para que se consiga fazer imperar a toada de jogo.

Foram 30 duelos a mais vencidos pela equipa francesa, e apenas 7 contra os 21 do Lyon os dribles bem sucedidos do Benfica.

Jogadores como Deepay (45M – valores Tansfermarkt – E de rendimento e não potencial), Dembele (30M), Adelaide (25M), Aouar (45M), Tousart (20M) e Thiago Mendes (25M), para citar apenas os do meio campo para a frente, teriam sempre uma relevância elevadíssima se competissem na Liga NOS e no SL Benfica, e havia portanto que de forma colectiva encurtar largas distâncias individuais.

Não foi capaz Bruno Lage de o conseguir e por isso deverá ser responsabilizado. Mas, da mesma forma que em Portugal o nível médio também não tem conseguido encurtar essa distância para Benfica e FC Porto. Poderia ser melhor? Pois com certeza que sim, mas não deixa de ter sido perfeitamente natural e expectável.

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Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

5 Comentários

  1. Sem dúvida. Mas por isso mesmo cabe ao treinador pensar num caminho alternativo. E o que se viu até agora não é assim. Ontem aos 30 segundos de jogo já a equipa estava completamente estendida no campo, parecia que estava a jogar contra o Santa Clara. O Benfica não tem condições para dominar todos os adversários na Champions. Custa muito perceber? Para além do mais, quem precisava mesmo de vencer o jogo nem era o Benfica. Engraçado que pela estatística os melhores foram os miúdos. Também foi o que me pareceu. Os erros são sempre fáceis de apontar mas alguns deles são resultado de uma equipa mal organizada e com uma estratégia completamente deficiente.

  2. E as perdas de Bola do Seferovic em em apenas 45 ?! Não foi ele tb q perdeu aquele lance de contra-ataque em que estavam 2 para 1 no corredor central? apesar do golo, mau de mais!

  3. Sinceramente, depois de todas as críticas que li em relação a Seferovic, pergunto-me o que dirão os mesmos do jogo horrível de Vinícius. O maior problema parece em fazer chegar ao último terço, habitat dos pontas-de-lança, um fio de jogo, uma bola em condições de ser recebida. RDT, Seferovic e Vinícus são apenas o sintoma de uma falta de compostura colectiva, que começa logo quando vejo os defesas a aliviarem bolas como bruta-montes em vez de saírem a jogar com discernimento. Este projecto de ter a miudagem a jogar na Champions só vai lá com investimento importante em jogadores experientes, talvez um sistema de jogo diferente com mais uma peça no meio-campo, e um treinador que ponha no treino rotinas que estão desaparecidas.

    P.s.: há semanas fiz referência a Cervi dizendo que merecia mais oportunidades dadas as exibições de Rafa (cuja técnica de passe não é sequer normal num internacional A), e justificou. Caio Lucas na direita talvez seja interessante para dar profundidade ao corredor direito. Ou até um Jota. Num 4-3-3, o meio-campo com Tino, Gabriel e Chiquinho e dois extremos puros e com comprometimento defensivo (sem recorrer aos médios-que-nunca-serão-a-mesma-coisa-na-ala tipo Pizzi ou Gedson) pode ser a melhor solução para os jogos mais difíceis.

  4. A diferença qualitativa é brutal, ainda para mais deixando o Adel e o RDT de fora. É que até o próprio Samaris, que é nível campeonato, fez falta ontem devido a esses duelos. Existem jogadores e sistemas para o campeonato e para a Liga dos Campeões. Querer jogar igual é utopia, assim como, é utopia idealizarmos jogar todos os momentos como se fôssemos o Barça e o City do PEP. Não temos matéria prima para tal. E isto não é abdicar de identidade é assumir a identidade, pois continuando assim estás a viver o que não és.
    O Maniche falou e bem do nível de jogadores no canal 11 (fracos, médios, bons, excelente e top) e o Benfica está cheio de médios ou de excelentes em potência, não para agora.

  5. Fala-se aqui de muita forma e feitio para justificar o que se passa com o Benfica. O plantel tem qualidade e tem muito mais potencial do que está a render. A aquisição de rotinas para jogo de velocidade superior e a escolha das opções acertadas em determinado momento do jogo em detrimento do adversário analisam-se, estudam-se e treinam se. É esta evolução que o Benfica tem de operar (jogadores e treinadores), quem não for capaz de evoluir não tem lugar no Benfica, e refiro me também à equipa técnica. Estou curioso pelos próximos tempos e ver se está evolução será realidade ou utopia. Acho que é a hora H para provarem a que nível pertencem no futebol

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