O talento e potencial do sérvio é indiscutível. Por isso sempre que se fala da longa ausência de Zivkovic surgem questões não relacionadas com o que poderá ser a sua performance no relvado.
Bruno Lage referiu que no passado o sérvio abdicou de tentar estar na equipa. E quando assim é, não há qualquer alternativa possível ao treinador. Apostar em quem não cumpre nunca trará mais benefícios que problemas – Maioritariamente ao nível dos aspectos da liderança. Sim, porque o melhor onze nunca é aquele que é composto pelos melhores onze jogadores enquanto individualidades – Coisa que Zivkovic também ainda não provou, diga-se.
Quem seguiu as performances de Andrija nas grandes competições de futebol jovem não pode deixar de recordar um jogador com uma capacidade de desequilibrio muito acima da média e capaz de chegar a patamares de excelência. Contudo, ver em Zivkovic um jogador de rendimento e capaz de por si só ajudar o Benfica a ultrapassar problemas é apenas uma espécie de “wishfull thinking” de quem, sempre que o sérvio for chamado a jogo sem corresponder, terá uma desculpa diferente para que tal aconteça.
Os treinadores vivem com dados e não com “ses”. Vivem do rendimento efectivo e não de miragens presentes apenas na visão das massas.
Não esteve feliz, no entanto, Bruno Lage nas declarações no final do jogo. Embora perceba o seu sentimento, não deveria ter enviado publicamente recados para quem sonha com um Zivkovic a um nível que simplesmente não está – Mas poderá um dia vir a estar – E isso dependerá bastante mais de Ziv do que de qualquer treinador, ao contrário do que provavelmente a maioria pensará.
Zivkovic vinha de uma longa paragem e a sua performance não sendo boa, não destoou do plano exibicional da restante equipa, embora tenha sido evidente a melhoria do Benfica pós substituições – Também bastante pela entrada de Taarabt. E sobretudo, Bruno Lage não precisa de demonstrar para o exterior que tem ou não razão nas opções que toma. Mesmo que o ruído seja tantas vezes injusto.
Este ano, com o fecho do mercado, tem treinado de forma tranquila, a tentar evoluir, a tentar melhorar o registo e a tentar lutar pela posição. Para este jogo senti que lhe podia dar a oportunidade de jogar. Não foi por ele que não criámos mais oportunidades. Pensei nele para jogar entre linhas, jogar por dentro e procurar o remateBruno Lage
A própria avaliação à performance de Zivkovic na Covilhã, não corresponde às declarações finais que acredito visaram sobretudo o exterior, mais que o “interior”. E essa é uma guerra que Lage não deverá nem poderá comprar por toda a razão que possa ter, afinal quem está de fora tem sempre razão e mesmo quando a linha não segue recta, haverá sempre algo que a fundamente…
Sabe o Lage melhor do que ninguém, porque com ele convive todos os dias, que o jogador não tem ritmo competitivo há mais de 6 meses e que dificilmente poderia dar muito mais do que deu no jogo da Covilhã. Se juntarmos a isto uma equipa totalmente alterada e globalmente fraca e um posicionamento que duvido que seja favorável ao Zivkovic temos uma combinação perfeita.
Mas no final do jogo percebeu-se qual era o plano do Lage para o Zivkovic no jogo da Covilhã, cozedura lenta no lume dos adeptos e chá de meia-noite aos blogues benfiquistas. Tudo somado, o Lage foi à Covilhã à procura de auto-validacao e cozinhou todas as variáveis para que o resultado final fosse aquele que ele sabia que ia ser e queria que fosse.
Nunca percebi onde muitos viram talento no Zivkovic … até o Sulejmany tem 10 vezes mais talento que este e … nem na Suiça se faz notar: No dia em que (finalmente) for dispensado do SLB o Zivkovic nunca mais será lembrado … só tem condições para jogar em ligas ao nível da Sérvia.
Quantas vezes o Mourinho abusava desta comunicação para fora, de jogadores fora do rendimento? É, de facto, de baixo nível.
Então porque é que o jogador não seguiu um plano de recuperação, como o Tarabt, com jogos na B antes desta utilização?