No Estádio da Luz conseguiu salvar a Europa League e restabelecer a normalidade. Normalidade, expressa na classificação final do grupo – Cada posição na tabela correspondeu exactamente ao valor (individual, e também financeiro, segundo o transfermarkt) do somatório de cada plantel e de cada onze inicial .
Teorias mirabolantes assentes na performance colectiva à responsabilidade de Bruno Lage procuraram explicar o período mais conturbado – Quando é tão fácil entender o que é individual – Presente e visível na Decisão / Execução, do que é colectivo – Não tinha opções para decidir diferente? Envolvia um gesto de elevado grau de dificuldade a resolução do problema?
Por Portugal continua a acreditar-se que os nossos grandes têm sempre os melhores e jogam sozinhos. E como referi no “FUTEBOL TOTAL” do Canal 11 – Apenas o resultado em Zenit não era consentâneo com a realidade do Benfica.
A performance das equipas bem organizadas e bem preparadas tacticamente para cada momento do jogo cresce com melhores jogadores – O crescimento abrupto da produtividade ofensiva do Benfica na última semana – Ignore-se o jogo da Taça da Liga que serve até para comprovar a dificuldade encarnada quando não utiliza os melhores jogadores – tem muito de alterações individuais – Chegada ao onze de Chiquinho em simultâneo com Taarabt, que até outros elementos tem potenciado.
O Benfica fez o seu melhor jogo na Liga dos Campeões e confirmou uma dinâmica de corredor central que utiliza e promove, assim como o seu colectivo é promovido, pelos seus melhores jogadores – melhores numa perspectiva ofensiva.
Com menos perdas – Pizzi fez o seu melhor jogo da temporada e juntou-se a Taarabt, Chiquinho e… Tomás Tavares que nunca entregam a bola de forma leviana, e com Gabriel a somar bem menos disparates, o Benfica instalou-se mais tempo no meio campo ofensivo. Com mais qualidade no passe (não ignorando a decisão) chegou a zonas mais prometedoras, e com isso também preparou melhor a Transição Defensiva. Os 16 contra 3 remates do Zenit ajudam a comprovar o melhor jogo encarnado, no adeus à Champions League.
Um regresso à normalidade, que deixará nos encarnados sempre a sensação de que ter fechado melhor o cofre nos período de descontos na Alemanha teria valido um apuramento que desde a primeira hora se percebia ser complicado – Mas possível.
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Errado. O resultado em S. Petersburgo traduziu muito bem a realidade. A vitória em Lisboa contra o Lyon e o empate em Leipzig é que foram os verdadeiros resultados enganadores.
A verdade é esta: em condições, vá, normais, o jogo de ontem teria sido uma mera formalidade para o Benfica.
Esses foram os resultados enganadores sim, mas não impossíveis dentro da realidade do Benfica, sobretudo o resultado em casa. Perder com o Zenith fora foi mau, mas também não é tradutor da realidade, desfalcado e desfocado estava o Benfica nesse jogo. Assim é que em casa foi superior. Teria assim sido possível fazer 8 pontos e ultrapassar um adversário ligeiramente favorito, o Lyon, e seguir para as meias finais.
Desculpa, vou ser daqueles gajos que falam das substituições e dos golos sofridos após isso.
No jogo da Alemanha o “nao saber fechar melhor o cofre” foi um problema individual? Ou de uma opção por fazer entrar um extremo (caio lucas) que nao segura uma posse para a equipa e que não tem quaisquer noção do espaço que tem de ocupar quando a equipa não tem a bola, numa altura em que o Leipzig estava balançado no ataque?
Boas Pedro/Maldini 😀
Qual a razão para Lage “inventar” tanto na Champions, dizendo que colocava os melhores para cada jogo quando se via que isso não correspondia à realidade? Isto não me entra na cabeça nem por nada…
Certo. Gabriel a somar menos disparates porque toca menos vezes na bola, felizmente, quem tem Chiquinho e Taarabt precisa daquele tronchudo para quê? Ainda ontem na primeira parte, em apenas cinco minutos, rodou três vezes seguidas a bola de corredor. As três foram para o adversário. No Benfica só pode jogar a seis – mesmo que seja um risco por via da falta de cabeça e impetuosidade excessiva – mas ali há uma jóia chamada Tino. Que ao contrário do que se vai dizendo tem um jogo curto com bola muito mais interessante do que o Gabriel, na minha opinião. Percebo que não jogue porque nestas idades o rendimento pode sempre oscilar um pouco – para além de que vacas sagradas só com Messi no apelido – mas com o tempo vai recuperar o lugar. A diferença que faz ter gajos a jogar à bola com um modelo de jogo mais equilibrado.
Maldini, será uma teoria mirabolante dizer que:
1. a forma como a equipa jogou meses estendida em campo sem se saber ajustar ao que o jogo pedia em cada momento tem muito mais que ver com as ideias o treinador do que com a qualidade individual;
2. se nos jogos europeus e no jogo com o Porto a equipa tivesse sabido fazer o que escrevi no ponto 1., poderia ter-se aproximado mais do sucesso e isso mais uma vez tem que ver com as ideias do treinador e com a sua capacidade de pôr a equipa a interpretar um modelo adaptativo aos adversários e às circunstâncias das fases dos jogos – não faz sentido exigir ganhar a todo e qualquer adversário, mas faz sentido exigir abordar melhor os jogos Champions e Porto e é muito importante este aspeto porque os problemas tidos com o Porto foram em tudo semelhantes aos problemas tidos na Champions e a equipa do Porto está uns furos abaixo das outras no transfermarkt (argumento que utilizas para sustentar a tua ideia).
3. o que está agora a ser feito podia ter sido trabalhado desde o início da época até porque o Lage tinha estabilidade, só perdeu 2 jogadores/1 posição mas apostou em estender a equipa e manter a mesma assim quase sempre em todos os jogos, o que é ótimo em 90% dos jogos do campeonato porque obriga os adversários a criar espaço mas é péssimo contra outro tipo de adversários que na verdade aproveitam esse mesmo espaço e só há 3 ou 4 jogos é que a equipa demonstra outra capacidade de se adaptar.
Em suma, o Lage está a crescer e a aprender a trabalhar melhor no alto rendimento. Tem condições excelentes para isso e tem a paciência dos adeptos etc. Mas está sujeito à crítica e à exigência, porque, voltando ao transfermarkt, tem em mãos o melhor que se consegue ter neste momento em pt e tal não pode permitir que apenas se consiga competir contra equipas inferiores.