O momento que não era de pressão e a técnica individual defensiva de Ferro

Os golos do Famalicão na Luz ficam marcados por vários erros grosseiros individuais. Mas também do ponto de vista colectivo há reparos que podem ser feitos.

No primeiro golo, a equipa está posicionada para pressionar … sem pressionar. Isto é, se não está a condicionar o portador da bola deve fechar o espaço e não estar tão aberta para roubar a posse. Depois de erro de posicionamento colectivo, é inenarrável o comportamento defensivo de Ferro. Nunca em tempo algum pode um defesa sair na bola em tal situação. É Ferro quem cria o desequilíbrio no golo do Famalicão ao realizar o movimento oposto ao correcto – Sobe quando é momento de baixar.

No segundo golo da equipa forasteira tudo tem início no posicionamento encarnado, que não guarda nenhum médio de frente (E PERTO) para a linha média adversária (Está Taarabt, mas longe). Com isso, torna-se impossível reagir imediatamente no momento da perda – Posteriormente, o lance é marcado pela displicência de Gabriel que não permanece na linha defensiva, e pelas habituais dificuldades de Ferro na sua abordagem, que termina com uma rotação pelo ombro contrário ao que garantia maior eficiência e com isso, perda de mais metros para o avançado Martinez, que faria mais um golo para o Famalicão.

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6 Comentários

  1. Excelente análise. Uma pergunta, se possível: o Jesus, quando lhe dá para a bazófia, costuma dizer que são muitos os que percebem o que se passa, mas poucos os que conseguem pôr isso em prática (“operacionalizar”) num contexto de treino. A minha pergunta, então, é a seguinte: não sendo do meio, é mesmo assim tão complexo pôr em prática o que vocês demonstraram aqui, num contexto de treino? Ou dependerá muito também da qualidade dos intervenientes, tanto num contexto de treino, como no de jogo?

    Obrigado de antemão,
    João

    de que modo é que vocês operacionalizariam (para usar o jargão habitual), num contexto de treino, esta transição?

  2. Concordo com tudo o que é dito na análise. No entanto, no segundo golo, tem um pequeno pormenor que me deixa algumas duvidas na imputação da culpa ao Ferro….se repararem, quem está a controlar a profundidade é o Almeida, e o Ferro que está virado para dentro, alinha com ele, sem se preocupar com os que estão nas suas costas. Se o Almeida, que está de frente para o lance, tivesse parado e alinhado com o RD, tb o Ferro teria feito o mesmo, numa linha mais à frente e os dois Famas ficavam em fora de jogo.

  3. Por acaso suspeito que o problema é mais geral, talvez derive de uma certa ideia do treinador em que tudo é rápido, rápido, rápido, sem pausa (nas competições internas por vezes até poderá fazer algum sentido, sobretudo com as equipas com menos qualidade individual, mas calma!), e depois isto tem efeitos nas decisões e na mente dos atletas.

    Ontem foi um bom exemplo.

    O Famalicão não se importa nada de dividir o jogo e de acelerar a toda a hora, é uma equipa bem organizada neste sentido. Mas é um estilo que lhes vale alguns dissabores – ou nem tanto porque parecem confortáveis assim, fazem muitos golos, divertem-se e divertem-nos, ainda por cima com muitas vitórias.

    Do lado do Benfica achei que entraram muito bem no jogo. Boas trocas de bola, à procura de ocupar e invadir determinadas zonas do campo ofensivo com pausa para acelerar depois. Os espaços apareceram rapidamente. Mas a partir dos 10-15 minutos o Gabriel sempre (ou quase sempre!) que tocou na bola acelerou o jogo com passes esticados ou a mudar de corredor. Algumas jogadas tiveram seguimento e foram perigosas, bastantes foram seriamente estúpidas ou mal executadas.

    Eu interpreto isto como sendo ordens do treinador, aliás como o próprio já confirmou várias vezes. Depois vem com aquela teoria do ‘devíamos ter jogado com mais calma’ só que isto é um bocado contraditório se olharmos para os comportamentos da equipa. Esta ideia também foi um problema na Champions e só em Leipzig foi adaptada.

    No segundo golo do Famalicão também fiquei com o mesmo feeling. É a falta de pausa do Grimaldo com bola que dá cabo da pouca organização colectiva que restava naquele momento. Porque se não me engano o jogo estava todo partido. E depois de um ataque-contraataque-recuperação do Benfica impunha-se mais associativismo do que motociclismo. Aquele cruzamento foi mau, foi arriscado sem necessidade nenhuma. Nem os colegas estavam especialmente bem colocados para finalizar. Cruzar de primeira para quê, naquele caso? O que me chateia é que o Grimaldo veio cheio de pausa e agora só pensa na mota. Mas mesmo uma mota pode ter várias velocidades!

    As atitudes do Ferro demonstram uma certa pressa em abafar, pressionar, travar o adversário. Não interessa como. É uma atitude que não está a ajudar a equipa.

    A minha pergunta é: será que algumas ideias do treinador (não todas porque a equipa é competente, falta perceber melhor os diferentes momentos para ser uma equipa completa) estão mesmo a beneficiar os jogadores e a ideia colectiva? Ou será que a contratação do Weigl vem para olhar para o jogo de passes com outros olhos?

  4. Todos os jogos ele anda a meter água a diferença que umas entram e outras não , já é o defesa central com mais golos no slb esta época , mas com duas na baliza errada… Já chegou o momento de meter o jardel ou Samaris a central

  5. 2 golos para mostrar como não se deve defender, agora aquele primeiro golo e a abordagem do ferro até me fez dizer asneiras . Como é que uma abordagem displicente daquelas deixa 2 colegas completemente fora da jogada, até pareceu que o jogador do Fama ficou parvo com a facilidade. E ainda estou a tentar perceber se o que o Ferro acrescenta com bola compensa este tipo de atrocidades .

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