Lições de Paulo Fonseca

Numa entrevista com imenso sumo, ao Jornal “A Bola”, Paulo Fonseca fala sobre a evolução do jogo. Do seu jogo. Dos momentos do jogo, da inteligência. Uma série de frases que encontram o que por cá se vem defendendo nos últimos anos sobre Táctica, Estratégia e Adaptabilidade. É aprender com quem pensa, experimenta, reflecte… vence.

Eis algumas frases marcantes da entrevista:

Aqui encontramos equipas que marcam individualmente, há equipas que defendem baixo, outras pressionam alto. Há equipas que mudam a estratégia durante o jogo. Mudam de sistema durante o jogo. A estratégia de jogo é determinante para vencer.

Aqui tive de me adaptar rapidamente ao controlo da profundidade. São alguns exemplos para dizer que cada jogo tem uma história diferente. Cada jogo obriga-nos a pensar de forma diferente. É difícil mas aliciante. A adaptação foi importante e tenho sentido que tenho evoluído do ponto de vista estratégico.

Algumas vezes [quantas vezes muda de plano de jogo dentro do próprio jogo?]. Era um treinador muito fiel a um sistema de jogo. Neste momento tenho a equipa preparada para jogar em diferentes sistemas, por forma a podermos alterar a estratégia durante o jogo. Existe a necessidade de nos prepararmos para as coisas mudarem a qualquer momento do jogo.

A minha ideia de jogo está sempre em evolução. A ideia que tenho na Roma não é igual à que tinha no Shakhtar. As grandes linhas do meu modelo mantêm-se, sobretudo a nível ofensivo. A forma como desenvolvemos o jogo em termos ofensivos tem vindo a evoluir de forma diferente. O modelo é uma coisa inacabada.

Provavelmente não [o veremos a jogar em bloco baixo]. Se jogar contra uma grande equipa… no Shakhtar joguei contra o City e não tive capacidade para de defender de outra forma. Tentei, mas aconteceu. Hei-de morrer sem dizer à minha equipa que temos de defender em cima da área.

Quando há jogadores com a iniciativa individual do Dybala e do Cristiano, é difícil criar intencionalidades coletivas. Sarri percebeu isso de forma inteligente e tem de potenciar os melhores momentos para os jogadores com a melhor capacidade de decisão.

O jogo de posse não está ao alcance de qualquer equipa. Depende dos treinadores e dos jogadores. O que é mais difícil? Jogar em ataque planeado ou em Transição / Contra Ataque? É em ataque planeado. Porque é que as equipas hoje apostam mais no momento de Transição? Cada vez existe menos espaço, as organizações defensivas estão cada vez melhores. Hoje em dia todos os treinadores dominam as formas de defender. Da nossa parte há a intenção de quando ganhamos a bola, aproveitar esses momentos de desorganização. Mas continuo a defender os que gostam de ter a bola, que têm coragem de ter a iniciativa

O que acontece em Portugal é que as equipas não têm capacidade para comprar os melhores jogadores. Então é preciso inventar, formar jogadores. Isso muda a qualidade do modelo de jogo das equipas portuguesas.

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