Pedrinho, Jorge Jesus e os melhores extremos

Se me perguntarem se há jogadores no Brasil na mesma posição do Pedrinho melhores que ele, eu digo que tem, e mais do que um, vários. Cebolinha, Dudu, Rony, Michael, já lhe disse quatro

Jorge Jesus

Foi sincero com aquilo que acredita o treinador português quando avaliou o médio ofensivo do Corinthians, Pedrinho.

Pedrinho encontrou um espaço na ala no 4x4x2 do Corinthians, mas não é um jogador de corredor lateral. Não é um extremo típico, afinal não é jogador de procurar o espaço exterior e desequilíbrio por fora. É muito mais um número dez que na ausência desse típico papel nas organizações actuais, se estabeleceu como jogador de corredor lateral no momento defensivo, mas numa dinâmica que o projecta para dentro aquando da posse. Passa no fundo por ser um jogador um pouco comparável (em características e posição que ocupa) a Bernardo Silva

Cebolinha, Dudu, Rony e Michael são jogadores totalmente diferentes de Pedrinho. São extremos mais puros. Jogadores mais verticais, de velocidade e potência. De desequilíbrio no 1×1, de grande recorte técnico no drible. Um perfil mais próximo de… Salvio, por exemplo.

Não foi portanto, de todo, uma provocação de Jorge Jesus quando afirmou que haviam extremos melhores que Pedrinho. Tem tudo a ver com aquilo que o treinador do Flamengo idealiza como prioritário para quem joga naquela posição. Ou seja, Jesus prefere jogadores de perfil físico muito dotado. Jogadores de 1×1 com grande capacidade de aceleração. Mais do que jogadores com traços de médio ofensivo. Com Jesus, Pedrinho seria seguramente muito mais opção para segundo avançado do que para extremo. Recorde que Pizzi foi deslocado para médio com o treinador do Flamengo, porque nos seus extremos procura maior vertigem.

Na realidade, e independentemente da posição e modelos de jogo, Pedrinho não tem hoje o rendimento dos jogadores citados. Tem menos três anos que Cebolinha, Rony e Michael, e menos sete que o experiente e consagrado Dudu. Também nessa vertente, não se pode ignorar aquilo que é hoje Jorge Jesus enquanto treinador – Procura do sucesso imediato, do rendimento. Não é um treinador que se sinta confortável no desenvolvimento dos mais novos, quando sente que há outros que embora tenham condições para no futuro DAR MAIS, dão no presente MENOS.

Pedrinho é um jogador de potencial, com capacidade para chegar mais adiante do que todos os outros citados. Contudo, no imediato não dá o mesmo rendimento, e tão pouco tem os traços que Jesus idealiza na posição que ocupa.

E portanto, nem Jorge Jesus foi deselegante – foi apenas sincero – nem Pedrinho tem de se sentir beliscado, porque as suas qualidades não foram postas em causa.

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