Desmontar a linha de 5: uma solução cada vez mais frequente

O regresso da Bundesliga não nos trouxe, naturalmente, a melhor qualidade futebolística, e o líder Bayern não foi exceção. No entanto, a equipa de Flick acabou por ganhar de modo tranquilo frente a um Union Berlin bem organizado, a defender num 1-5-4-1 bem estruturado e a saber anular o trabalho dos médios do Bayern (Thiago passou despercebido, e até foram os movimentos e apoios de Goretzka a libertar mais os campeões alemães no ataque).

Cada vez mais vemos linhas defensivas com 5 elementos, que bem organizadas dão muito pouco espaço no último terço e requerem muito trabalho de quem tem bola, algo que se comprovou neste jogo. No entanto, na fase de criação, o Bayern utilizou os seus extremos e os laterais para criar superioridade no lado contrário da bola, e atrair membros da linha defensiva para abrir os tais espaços que parecem não existir no último terço. O primeiro golo do Bayern chegou através de um pénalti, mas o lance que antecede a falta demonstra bem esse tal comportamento de atração e criação dos espaços entre os defesas, onde Lewandowski soube aproveitar muito bem a saída de Subotic para a linha média:

Trago também um outro exemplo do Leeds de Bielsa, uma equipa que se sabe adaptar muito bem aos sistemas adversários, e que neste lance utiliza os mesmos conceitos que referi em cima: sobrecarregar o lado contrário, utilizar a superioridade no meio-campo para soltar membros da linha defensiva de 5 elementos, libertando espaços que podem ser explorados pelo avançado. Neste caso, a largura é oferecida por Hélder Costa (extremo), e são dois dos 4 médios a cair no lado contrário da bola, criando superioridade frente a um central e lateral:

Sobre RobertPires 84 artigos
Rodrigo Carvalho. 26 anos, treinador adjunto-analista nos San Diego Loyal, EUA. @rodrigoccc97 no Twitter.

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