Porto sem a habitual força física no recomeço do campeonato

Jogo equilibrado até ao 1-0 do Famalicão. A partir daí Porto a tomar conta do jogo e a encostar o adversário à sua área, algo também consentido pela equipa da casa. Ofensivamente um jogo básico de ambas as equipas, a resultar numa partida praticamente sem oportunidades claras de golo.

Porto à procura da profundidade no corredor direito, a forçar Roderick a duelos, e de Luis Diaz no pé ou na profundidade no corredor esquerdo. Muitas variações longas para aproveitar o colombiano de um lado e Corona do outro no 1 contra 1. Já o Famalicão, tentou sempre sair apoiado desde trás mas raramente chegou à frente de forma ligada. Construção 2+2 com os laterais baixos a chamar a linha média do Porto para a pressão de forma a tentar dar espaço a Fábio Martins entre linhas para receber e jogar. Também a procura por acabar sempre as jogadas nos corredores laterais, onde tinha os seus extremos bem abertos para dinâmicas de CL e cruzar (com muita qualidade) para Tony Martinez. 

Defensivamente, o Porto tentou apertar no pontapé de baliza, onde nunca deixou o Famalicão sentir-se confortável e os obrigou quase sempre a jogar longo e/ou sem critério. Sempre que batida essa pressão ou que a jogada não iniciasse a partir de bola parada perto da baliza adversária, Porto a juntar em bloco médio e sem a pressão constante habitual. Famalicão em 4231 em bloco médio, sempre em controlo com Tony a trancar apenas quando centrais mais caídos no CL mas sem reação coletiva da restante equipa para acionar pressão. Praticamente na única bola que pressionaram mais acabam por ser felizes com um golo. 

Porto sem a habitual supremacia a nível físico. A não conseguir elevar a intensidade do jogo, a não precipitar tantos duelos e sem a velocidade e vertigem que caracteriza o seu jogo. 

Pedro Gonçalves e Uros Racic os dois melhores em campo. Importantes na ocupação dos espaços, nos duelos por dentro e na recuperação de bola seja em OD e TD. Também com bola, sempre dos mais esclarecidos, a trabalhar muito bem para receber, a dar seguimento e dos pés deles saiu o golo da vitória. 

Corona, Otávio e Luis Diaz não só os mais desequilibradores da parte azul e branca como também os melhores. A resolver vários lances pelas valências técnicas e associação entre Corona e Otávio do lado direito, tendo sido por eles todos os bons momentos da equipa. Nota também para Soares que não foi tão servido como de costume e na bola que teve viu Defendi negar-lhe o golo com uma grande defesa; e Sérgio Oliveira que tentou acrescentar qualidade na posse e é inclusive dele a assistência para Corona fazer o golo numa bola que o Porto procurou bastante. Ainda assim, Alex Telles a fazer muita falta, não só pela qualidade que oferece ao jogo portista mas também pela força que acrescenta na bola parada. 

2 Comentários

  1. Um jogo praticamente sem oportunidades claras de jogo? Mas viram o jogo?
    O Porto se fosse para o intervalo a ganhar por 3-0 não era escandalo nenhum.
    Os falhanços (com também grande mérito para o Defendi) do Marega, Luis Diaz (aqui o mérito é do corte do Racic) e do Soares são oportunidades de golo clamorosas.
    Um jogo que depois disso teve ainda 3 golos, mesmo que um deles tenha sido uma oferta, e que teve mais uma ou outra oportunidade de cada lado (ação individual de Luis Diaz e cabeceamento do Toni Martinez), estar “catalogado” com “praticamente sem oportunidades claras de golo” demonstra que ou não viram o jogo ou a vossa análise está demasiado enviesada.

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