O quanto baste para dez em doze

Talvez se deva começar por relembrar que depois da paragem mais longa que alguma vez os futebolistas tiveram em toda a sua carreira, é impossível esperar jogos de grande espetacularidade. Se estivermos a falar de uma equipa que já antes da pausa era incapaz de o fazer – Fosse por falta de ideias ou / e (principalmente) por falta de jogadores diferenciadores, torna-se claro que tudo o que o Sporting poderia obter pela mão de Rúben está a conseguir.

Organização Táctica cada vez mais bem apreendida. As ideias, já se sabe quais são desde os tempos de Amorim em Braga – Não mudou posicionamentos.

Organização Defensiva
Alas chegam mais tarde para vir defender

Porque permite que os seus avançados (direito e esquerdo) cheguem mais tarde a fechar o corredor lateral, que fica a cargo dos alas (Camacho e Nuno Mendes), do central do lado da boa e de um médio, o modelo obriga a médios que tenham grande raio de acção – Cadência de passada elevada e agressividade que permita cobrir espaços largos de forma rápida, e Wendel e Matheus Nunes (sobretudo este) estão disponíveis para fechar os espaços e impedir criação adversária.

Uma vez mais, um Sporting mais eficaz e eficiente nos momentos sem bola – Três balizas a zero em quatro jogos é uma novidade, mesmo que Mathieu quase tenha desfeiteado as redes de Max – aos quais faltou definir melhor os contra ataques – Também porque tal como havia acontecido na Luz onde pontuou, o Tondela aglomerou inúmeras pernas atrás da linha da bola, mesmo quando a tinha!

Se não está fácil criar, é necessário um toque de classe extra para desequilibrar o resultado, e foi uma vez mais num gesto de grande brilhantismo de Jovane que o Sporting desbloqueou a organização adversária.

O segundo golo surgiria a coroar uma óptima estreia a titular de Nuno Mendes. A sua estreia na Liga havia sido comentada na página de patronos (aqui), e a partida contra o Tondela mostrou um lateral ainda mais desinibido, capaz de atacar com critério mesmo acelerando. Desequilibrou e Equilibrou mostrando-se capaz durante todo o tempo de trazer rendimento.

Notas de Destaque também para Mathieu – Regresso em excelente nível – Vai ser previsivelmente um elemento determinante nesta saída para o ataque que faz os centrais mais abertos procurarem os apoios frontais dos mais distantes avançados, e Jovane, voltou a ser quem mexeu com o resultado, mas também a espaços com o jogo. E em jogos de difícil criação, é impossível renegar a importância que tem tido um surpreendente Jovane, mesmo que não acerte a totalidade das suas acções.

Destaque final para a posição de Francisco Geraldes. No modelo de Rúben Amorim é maioritariamente na posição de avançado ao redor de Sporar que poderá ter oportunidades e quem sabe impacto. Não tem a exigência física, para a qual não está preparado, dos médios centro, e jogar entre linhas poderá fazer mostrar a sua capacidade em criação. Não é jogador para correrias, mas pode desequilibrar de forma rápida em espaços curtos.

Imagem SofaScore
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4 Comentários

  1. Na vossa opinião, o Jovane tem vindo a melhorar em termos tácticos e em termos de decisão ou está “simplesmente” num bom momento de forma por estar claramente em vantagem física face a quase todos os jogadores em campo?
    A ideia que tenho destes jogos, essencialmente, é que o Jovane parece aquele miúdo das camadas jovens que já está mais evoluído fisicamente que os restantes miúdos e acaba por fazer a diferença por isso mesmo. Ou seja, quando passar esta “pré-época” a tendência será para voltarmos a ver o Jovane a ter bastantes dificuldades em pegar no jogo e em desequilibrar apenas usando o seu físico e potência?

    Obrigado e bom trabalho!

    • Está num bom momento de forma! E esse momento é nao apenas físico mas também… confiança que faz sair o lado técnico. Está a ser surpreendente, no entanto, o nível a que se vem apresentando… tenho dificuldades em arriscar prognóstico… nunca me pareceu um jogador a ser tido em conta, mas agora prefiro esperar para ver! Este tipo de jogador, também pode ser importante!

  2. Neste momento é muito difícil ver futebol em Portugal. A falta de qualidade já era evidente, pelo que a paragem e falta de ritmo competitivo atenuou muito signficativamente a diferença entre os ditos grandes e os pequenos.

    Noto que neste momento adoptaram uma postura mais condescendente para com alguns jovens jogadores.

    É muito complicado descrever Rafael Camacho. Não entendo exactamente qual é a sua mais valia. Vem como extremo mas tem uma incapacidade de desequilíbro notória. Não é particularmente rápido. Também não é forte. Passando às suas capacidades cognitivas. Consegue ter nove em cada dez vezes uma má decisão. Temporiza quando não deve, acelera quando não deve, cruza (e mal) quando não deve, desentende-se com os colegas. Continua a ser um elemento estranho à equipa. É difícil entender o seu jogo porque, no fundo, também dá ideia que ele não sabe qual é. Continua, não obstante, a ser aposta.

    Para contrastar, o afundamento cada vez mais evidente de uma carreira francamente mal gerida pelo Sporting do Francisco Geraldes que está com a confiança em baixo, erra passes simples quando sabemos quão mais pode produzir. Não deve ser fácil saber o que pode fazer e ver todos os miúdos passarem à sua frente sem que continue a ser aposta.

    Uma palavra de apreço para Eduardo Quaresma e Nuno Mendes pelo que mostraram, assumiram o jogo e procuraram mostrar que merecem o lugar. A qualidade não tem idade, tal como o Mathieu continua a demostrar no polo oposto.

    A questão das cinco substituições também é ilustrativa. É difícil, a meio da segunda parte, dada a falta de ritmo e não sei quantas substituições de uma assentada, perceber-se que estamos a assistar à primeira liga de futebol ou ao torneio Guadiana.

    • mais condescedente nao… realistica! Ninguém elogia tanto o potencial de tantos jovens que a maioria nunca ouviu falar do que nós, mas isso nao significa que têm rendimento imediato na equipa A sénior…

      Camacho … nao tem nível para isto…

      Geraldes pode encontrar espaço nas costas dum avançado, como médio de um clube grande já perdeu o comboio há muito

      a geração de 2002 do Sporting é soberba! há lá mais prontos a sair… com calma!

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