À deriva

Com a organização que existe hoje em dia os jogos tendem a ser mais equilibrados, no entanto nada explica o equilíbrio que existe em todos os jogos do Benfica.

O Benfica de Lage era uma equipa temível quando os seus extremos e 10 conseguiam ter espaço para acelerar na transição ou em ataque rápido e na profundidade, onde o avançado e extremo do lado contrário conseguiam inúmeras vezes ficar na cara do golo. Hoje, sem esses momentos, é incapaz de conseguir criar desequilíbrios constantes e consequentes oportunidades claras de golo, sendo que a organização ofensiva do Benfica se limita a variações para lado contrário, combinações simples no corredor lateral ou qualquer rasgo individual que algum dos seus jogadores consiga ter. Algo manifestamente pouco, mesmo para uma liga portuguesa onde a diferença individual é tão grande entre os candidatos ao título e os restantes.

Nenhuma equipa resiste a tantos jogadores juntos que acumulem um número de perdas por jogo tão elevado. O ataque deixa de ser fluído, é impossível conseguir um domínio acentuado e encostar os adversários lá atrás e obriga a constantes momentos de reação à perda seja para abafar ou reagrupar e de defender muito espaço com poucos jogadores.

O Benfica também é hoje uma equipa que concede oportunidades para o adversário marcar, e em qualquer dos momentos de jogo defensivo (organização, transição e bolas paradas). Ter jogadores com tanto erro e que acrescentam tão pouco defensivamente é bastante arriscado.

Melhor período do Benfica coincidiu com os melhores jogadores nas posições onde mais rendem. Construção com Weigl e Adel (não é 10, não é um jogadores de criação, não é Félix que consegue estar entre linhas, ir a corredor lateral e chegar à área para finalizar, mas sim o melhor jogador encarnado para construir, ligar e ser o responsável pelas rotas de ataque), Zivkovic na criação (seja por dentro ou por fora, acrescentou dinâmica com André Almeida e acima de tudo qualidade – técnica e na decisão -, não tendo perdas e dando fluidez àquele corredor) e Rafa a 10 (onde sem a marcação individual que é submetido no corredor lateral, consegue ter muito mais bolas de frente para o jogo e em situações de acelerar em condução como tanto gosta). Fica um ponto de interrogação gigante para onde anda Chiquinho, ele que já demonstrou que pode ajudar o Benfica a subir o nível.

Nota final para Nuno Tavares. O Alphonso Davies português tem umas condições físicas abismais, muito boa qualidade técnica (principalmente nas ações de cruzamento) e muito para oferecer defensiva e ofensivamente. No entanto erro, erro, erro… perdas, perdas e mais perdas. E, assim, não chegará ao nível do potencial que tem, nem a metade…

10 Comentários

  1. Vou se mais sucinto, o Benfica não sabe defender, não sabe atacar e não sabe controlar. De todos os jogadores há 4 que têm qualidade para estar no Benfica Ruben, Weigl, Rafa e Adel o resto é mesmo muito pouco para uma equipa que quer ser campeã.
    A culpa vai desde o banco até ao campo. Acoes, comportamentos e concentração avaliam se e trabalham se, lage não foi capaz de fazer nem uma coisa nem outra, e para ser sincero já vi e tive em jogos de camadas jovens com muito menos erro que o Benfica, lástimavel…

    • Concordo plenamente, mas mesmo assim juntando a esses 4 uns jogadores medianos era suficiente pa serem campeões. Não dá é para o ser com Ferro e Pizzi, dificilmente daria com os medíocres Jardel e Almeida; que em jogos mais difíceis ou na Europa sempre mostraram não ter qualidade para o SLB; no entanto hoje suspira-se por eles tal é o descalabro. Ferro é demasiado macio, pastelão, não tem agressividade nem concentração para ser um bom central,é responsável por muitos golos concedidos, a maior parte de canto (Braga,Portimonense,Sta Clara). Incrível, escandaloso como ainda joga, por muito menos centrais bem mais competentes pelo menos individualmente, foram corridos – Lerma,Lisandro e Conti.

  2. Não consigo concordar que o Nuno Tavares tenha muito boa qualidade técnica em ações de cruzamento. Tem tido imensas dificuldades em fazer o quer que seja.

  3. Este Benfica carece dum líder no meio campo, alguém que se imponha e chame a bola a si e coloque a equipa a jogar. O Adel joga sozinho, o Gabriel quer decidir demasiado rápido de preferência com bolas longas, o Rafa só sabe receber e acelerar e o Pizzi pelas suas caraterísticas físicas está há vários a jogos a ser facilmente anulado. Neste momento quem chama a bola a si para gerir os momentos ofensivos e defensivos? Ninguém. Desta forma o Benfica joga de forma muito descontrolada. Para controlar o jogo é preciso acelerar (Adel e Rafa são bons nisso) ou conseguir levar o jogo para o lado que interessa (na primeira parte o Santa Clara conseguiu manter o jogo, durante 45min no lado que queria, o lado do Ferro e do Nuno Tavares) e acima de tudo saber manter a posse de bola (tirando o Samaris e o Weigl, mais ninguém consegue fazer isso). O Benfica precisa dum líder no meio campo com inteligência e boa leitura tática, e neste momento não tem. De há muitas jornadas para cá o Benfica não consegue gerir e controlar a maioria do tempo de jogo, e isso é culpa do Lage.

  4. É isto, mas já é isto há muito tempo… Os filmes de terror costumam ter sequelas. O Zivkovic não jogava há mais de um ano. Quanto mais tempo passa menos a equipa joga. Mesmo assim todos aqueles que estiveram em campo podiam e deviam jogar muito mais, incrivelmente mais. Dizer que o Benfica tem apenas quatro jogadores de bom nível (e meter nestes quatro o Rafa!!!!) é uma anedota. Não invalidando a tremenda falta de classe do plantel, sobretudo ao nível físico, criativo e técnico.

    • Sem dúvida. O trailer deste filme foi ter chegado ao jogo com o Porto na 1a volta com o Nuno Tavares (!) a lateral direito (!!). E pelo que vamos vendo para o ano temos a parte III.

    • Uma anedota são os teus comentários, respeita e faz te respeitar, não é por falares negativamente que vais ter mais razão que os outros. Estou fora desta discussão por falta de teor e porque não tenho tempo para ouvir pessoas como tu.

  5. Por acaso neste jogo, foi onde vi as coisas mais positivas em termos ofensivos, que o benfica praticou desde a “reabertura”. Vi desmarcações em profundidade, tabela com progressão, cruzamentos, oportunidades de golo…. Onde voltou a falhar: Finalização (imperdoavel a forma como se falhou); controlo de bola em todas as zonas do campo, com especial incidencia na zona média recuada; inumeros passes de risco nesta zona recuada que poderia ter criado mais bolas de golo para o s.clara, devido à falta de temporização e controlo de bola, ao que se junta a falta de ligação entre defesa e mio campo (neste ultimo dou merito ao adversario); ser uma equipa compacta por forma a jogar junta no meio campo adversario. O benfica têm tido muitas dificuldades em segurar e controlar bola em zonas avançadas, o que inevitavelmente leva a perda de bola – contra ataque e como tal, provoca no benfica insegurança e conduz a equipa a recuar no campo. Após este recuo assiste ao jogo individual por parte dos atacantes do benfica onde jogam sozinhos contra a equipa adversaria até perder a bola e porque a velocidade dos atacantes não é forte.. (lembrem-se dos jogos do rv na champions onde o jonas estava entregue à bicharada)… Por ultimo e inadmissível as bolas sofridas nos cantos. Nem nos infantis.

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