Não há muitas estatísticas mais enganadoras que a dos passes certos. A dos certos, não a dos errados. Um passe errado é sempre um passe errado. Mas um passe que a estatística contempla como certo, demasiadas vezes é também um passe errado.
Um passe certo, um verdadeiro passe certo sai para o colega em melhor posição, sai para o espaço certo – não apenas para o espaço ou para o pé, mas mais pormenorizado. Para que pé? Um passe certo na estatística pode ser um passe que atrasa todo um processo ofensivo, basta que o receptor tenha de travar movimento para o poder receber. Ou que saia para o pé contrário ao do movimento.
O que mais impressiona em Messi para lá dos golos e dribles infindáveis que resolvem jogos e troféus, é a sua extrema capacidade para passar bem. Os passes de Messi são sempre totalmente certos. Levam a tensão ideal para que quem recebe possa dar seguimento, seguem para o pé e para o espaço perfeito para que a jogada prossiga.
E mesmo quando há obstáculos, Leo desvia. A simplicidade do mais genial jogador da história do jogo vê-se em cada pequeno pormenor – Sempre certo. Não apenas estatisticamente, mas verdadeiramente certo.
Não ser campeão e ter uma média inferior a dois golos marcados por jogo com Leo não é apenas bastante embaraçoso, é também substancialmente pior que ir a Roma e não ver o Papa.
Deixe uma resposta