Liga BPI – Série Norte

A liga BPI regressa dia 27 de setembro dívidida em duas séries: Norte e Sul. Os escalão mais alto do futebol feminino conta este ano com 20 equipas, 2 fases e 6 despromoções. Um ano atípico e exigente que promete dar que falar. Analisaremos então a Série Norte.

A série norte conta com 5 equipas vindas do segundo escalão, o que, comparando com a série sul onde se encontram apenas 3 vindas da 2ª divisão, poderá significar que o nível competitivo desta série será inferior. Outro indicativo é a tabela classificativa na última jornada do campeonato passado que nos mostra que até ao 6º classificado, apenas se encontra uma equipa da série Norte, o Sporting Clube de Braga.

No entanto, podemos contar com algumas surpresas, pois a nível de orçamentos e investimentos existe nesta série um forte candidato aos lugares cimeiros, FC Famalicão, que desde já, conseguiu contratar Rute Costa ( GR Ex- SC Braga e Seleção Nacional)  e Mariana Azevedo ( Central Ex- Sporting CP), entre outros nomes internacionais como Mylena Freitas, de apenas 19 anos de idade, mas que representou várias vezes  as seleções jovens brasileiras.

O Valadares Gaia conta também com um plantel recheado de novidades com nomes como Inês Queiroga ( Ex – SL Benfica) e Inês Macedo ( Ex- Sporting CP), duas jovens internacionais com muita qualidade e com imensa vontade de mostrar o que conseguem fazer a nível sénior, a juntar à Palome Lemos, Thayla Sousa e Rayssa Rorigues proveninentes do campeonato brasileiro, que trazem experiências de realidades diferentes e mais competitivas. Ainda no Valadares destaco a contratação de Jenna Holtz, proveniente dos EUA que se junta à equipa portuguesa com muita vontade de se mostrar na Europa.

No Clube Albergaria encontramos a tradição e a consistência. Prova disso é a jogadora Cátia Marques que vai para a 16ª época consecutiva com o símbolo CA ao peito! De igual ou maior importância é a aposta forte na formação que todos os anos mantêm como prioridade, preparando o seu futuro e o futuro do futebol feminino em Portugal, e por isso, contam sempre com muita juventude a chegar todos os anos ao plantel Sénior, este ano como destaque a jogadora, Joana Pontes, que chega à equipa principal vinda da formação, já tendo integrado vários estágios das seleções mais jovens. É de realçar também que o plantel é maioritariamente Made in Portugal e por isso, os meus parabéns a toda a estrutura do CA pela aposta na jogadora portuguesa!

Na equipa de Ovar, AD Ovarense, a renovação da capitã Betinha Silva, jogadora que se destacou na equipa na época passada, é um voto de confiança do plantel, que apesar das dificuldades que demonstraram na época anterior ( contando apenas com 2 vitórias em 14 jogos), renovou maioritariamente. Conta com 4 reforços vindos do 2º escalão.

Apesar de ter acabado em penúltimo lugar, UR Cadima apresenta um plantel equilibrado, misturando jogadoras com grande experiência com caras muito jovens, demonstrando que para além de valorizar o prato da casa, tem uma aposta que visa o futuro. E por falar em futuro, na época 2018/2019 conquistaram a Taça Nacional de Juniores, capitaneados pela Beatriz Jesus que entra, este ano, no seu primeiro ano de sénior diretamente para a liga BPI, trazendo Cadima no coração e demonstrando que há futuro para aqueles que apostam nas suas mais novas.

O Fiães SC traz para a liga BPI um plantel 100% português e com uma média de idades muito baixa. Conta com muitas jogadoras ainda juvenis e juniores, e apesar da juventude por vezes parecer uma fragilidade, pode também trazer algumas surpresas. Resta-nos esperar!

Um clube com muita história no futebol português chega à 1ª divisão desta vez no futebol feminino. Gil Vicente conta com muitos reforços para atacar a Liga BPI e, se trabalhar bem e conseguir ligar os reforços às dinâmicas do plantel e às ideias do treinador, pode ser uma surpresa para atacar os 4 primeiros lugares da série. Conta agora com uma jovem jogadora proveniente do SL Benfica, Diva Meira, que traz a experiência de um contexto profissional e, com certeza, uma mentalidade ganhadora. Paula Ferreira e Lea juntam-se vindas do SC Braga e Vera Martins e Margarida Machado vindas do FC Famalicão. Todas jogadoras jovens que procuram espaço nestes grandes palcos, para se mostrarem e desenvolverem o seu potencial que tem estado escondido por falta de oportunidade.

Marco Ramos regressa ao feminino e assume a liderança do C Condeixa. Após alguns anos de experiência no Atlético Ouriense, onde trabalhou na 1ª divisão nacional com jogadoras que agora pertencem aos quadros de grandes equipas nacionais e internacionais, vem tentar trazer para o novo clube alguma dessa experiência e conhecimento, e garantir a manutenção do clube na época em que se estreia da Liga BPI. Destaques: Tita, depois de um ano de empréstimo do SL Benfica, é agora jogadora do C Condeixa, será a principal conexão entre equipa técnica e o plantel, contando já com uma longa carreira cheia de títulos e internacionalizações. Luana Marques, jovem internacional, reforça o ataque amarelo e vermelho, traz irreverência, velocidade e técnica individual, prometendo ser uma surpresa nesta nova realidade.

Um histórico do futebol feminino português regressa à Liga BPI com vontade de ficar. “As panteras” do Boavista FC reforçam-se com 6 jogadoras do campeonato universitário dos Estados Unidos da América e demonstram um investimento forte no futebol feminino para pelo menos garantir a manutenção na 1ª liga. Arden Holden, Brenna Lovera, Michaela Kovacs, Emily Sands e Joanna Seca juntam-se ao plantel português cheias de ambição e prometem surpreender. O Boavista FC regressa então ao primeiro escalão com um contraste muito interessante entre jogadoras que conhecem a liga portuguesa como a palma da sua mão, com jogadoras que chegam fresquinhas e podem surpreender. Essa mistura traz-lhes alguma imprevisibilidade naquilo que será a sua prestação e traz lhes esperança de um futuro mais risonho, podendo sonhar em voltar aos patamares onde sempre estiveram.

Para finalizar, o SC Braga, que é o principal candidato a vencer a série norte e a lutar pelo título nacional. Um clube profissional, totalmente organizado, com orçamentos muito distantes dos seus parceiros de luta, que terá a obrigação de elevar o nível competitivo dos adversários e de ajudar a divulgar o futebol feminino português para patamares que já merece. O SC Braga só tem obrigações nesta fase, entrará sempre em campo a ganhar pelo orçamento que tem, pelas condições de treino e trabalho e pelo profissionalismo das suas jogadoras e equipa técnica. Apesar de algumas saídas importantes, o plantel do SC Braga não baixou o seu nível competitivo e conta com grandes nomes a nível nacional, entre eles Dolores Silva, Andreia Norton e Diana Gomes ( que representam a nossa seleção A). A nível internacional chega para a linha defensiva a brasileira Nágela Oliveira e, para o ataque, um reforço dos EUA, Myra Delgadillo, da África do Sul, Jermaine Seoposenwe, e da Alemanha, Cindy Konig. Espera-se um SC Braga imperativo e dominador, com tempo mais que suficiente para criar dinâmicas fortes e concisas para atacar forte a fase final do campeonato.

É esta a Liga Norte.

1 Comentário

  1. kristen não é jogadora mas sim treinadora de guarda-redes. Nem sequer falaram na presença de uma das jogadoras mais históricas com mais de 100 internacionalizações pela nossa seleção, e que o ano passado foi a melhor marcadora do boavista.

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