Liga BPI – Série Sul – As subidas

Após análise da série Norte, onde concluímos que o número de clubes que está a apostar no futebol feminino está a crescer, tanto a nível sénior como na formação, vamos agora analisar a série que se prevê mais competitiva pelas mais diversas razões, três das quais deixo já aqui com um caráter introdutório:

1. Maior número de equipas que já faziam parte do primeiro escalão na época transacta.

2. Do top 6 nacional da época passado, 5 são da série Sul.

3. Nos últimos 10 anos, só houve 1 campeão da série norte, o SC Braga. Os restantes estão todos na série Sul. (Ouriense, CFBenfica, SCP)

As subidas

Nuno Cristóvão, um nome inconfundível no futebol feminino, está de regresso à 1ª divisão com a equipa de Torres Vedras, o Torreense. O Professor é, para mim, o principal trunfo desta formação. Conhece o campeonato Português como a palma da sua mão, conhece as dinâmicas internas de clubes profissionais, conhece quase todas as jogadoras, quase todos os treinadores e, acima de tudo, todos o conhecem. O respeito que a sua presença impõe é inconfundível e será uma vantagem para todo o plantel que vai estar sempre um passo à frente de cada adversário. No entanto, o maestro terá de ter alguém a pôr em pratica as suas ideias, e como tal, destaque para a Matilde Figueiras que já trabalhou com o Professor no SCP e que poderá ser a chave e ligação com o balneário, a Tatielly Senna que traz força, velocidade e que poderá ser, juntamente com a Raíza Paraíba, uma referencia para a criação de desequilíbrios nas equipas adversárias, e ainda, no meio campo, a internacional sub19 Raquel Ferreira e Cristiana Garcia que representam a juventude e a experiência  e serão a base do miolo grená. 


O SF Damaiense tem pela primeira vez a oportunidade de disputar a primeira divisão. Devido à parceria evidente que fez com o SL Benfica, onde vai contar com 7 jogadoras provenientes das suas camadas jovens, reforça o seu plantel com muito potencial e qualidade individual, maioritariamente jogadoras das nossas seleções nacionais, e conta com esse estatuto que lhe vai dar alguma vantagem inicial. A parceria com o Benfica tornou-os num clube ainda mais atrativo, e abriu portas a duas contratações, a adversário diretos, que serão com certeza uma mais valia para o plantel: Madalena Marau (ex-estoril) e Barbara Marques (ex-cfb). Trazem um ano de bagagem na 1a divisão, onde ambas foram titulares indiscutíveis nos seus clubes, e vêm ajudar a juventude, embora ainda muito jovens também, a adaptar-se a esta nova realidade. O que esperar? É uma equipa que irá crescer ao longo do campeonato mas que terá dificuldade em entrar nos 4 primeiros e apurar-se para a fase final. Parece me garantida a manutenção, mas tudo vai depender do que as próprias jogadoras conseguirem ir crescendo e mostrando. Principal objetivo desta equipa será dar oportunidade às jogadoras mais novas de se estrearem num palco onde existirá alguma competitividade para elas, o que não acontece nos escalões das suas idades. 


O Amora FC foi um dos clubes que apostou muito forte a época passada, investindo e contratando grandes nomes do futebol feminino, dando lhes condições que poucos, para além dos profissionais, conseguem dar. E, por isso, é merecida a sua subida ao primeiro escalão. Nesta nova época, e almejando outros patamares, o Amora renovou o seu plantel, dispensando muitas jogadoras, para dar lugar a caras como Cristiana Duarte ( Ex- Sporting CP), Júlia Mateus ( Ex- Albergaria e Internacional sub-19), Joana Prazeres e Iris Silva ( ambas Ex- SL Benfica). Reforços que vêm juntar-se aos grandes nomes que o plantel já tinha. Destaque para Mafalda Marujo, a sua velocidade, poder físico e experiência tornam-na na principal referência ofensiva das Amorenses. O Amora FC, juntamente com o CF Benfica, o Estoril Praia e o Marítimo irão ter uma luta interessante pelos lugares cimeiros.

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